Falamos, na semana passada, da companha em prol do
divórcio. Agora, chegou-nos pela imprensa diária a notícia de que
o Conselho Regional da Ordem dos Advogados da seção de São
Paulo vai debater na próxima terça-feira o assunto, por sugestão da Ordem dos
Advogados do Rio de Janeiro. Assim, daremos uma reportagem em nosso próximo número
sobre mais um episódio do intenso trabalho que se desenvolve para colocar na
ordem do dia um problema que não é problema, pois que as leis vigentes lhe dão
a única solução compatível com os princípios católicos.
Confiamos em que aquele ilustre órgão se pronuncie
contra a pleiteada inovação. De qualquer maneira, uma coisa continua
incontestável: é que a maioria esmagadora do povo brasileiro é contrária ao
divórcio, e encontrará meios para o demonstrar, se necessário, fazendo uso,
para tal, dos direitos que a legislação vigente lhe reconhece.
A questão do divórcio é uma questão vastíssima.
Escolher pró ou contra o divórcio é escolher pró ou contra Jesus Cristo, pró ou
contra a Igreja. E o Brasil saberá mostrar bem que a sua escolha esta feita -
há 400 anos, e para todo o sempre.
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A este propósito, convém acentuar que erram os
partidários do divórcio que procuram escudar em argumentos inspirados no Santo
Evangelho ou no Antigo Testamento suas doutrinas. Para um católico, o assunto
não padece dúvida. É heresia sustentar-se que a Bíblia, quer o Antigo quer no
Novo Testamento, constitui fundamento para que o divórcio exista hoje em dia. E
é condenada pelo Syllabus do Santo Padre Pio
IX a opinião de que a Igreja algum dia evoluirá
sobre este assunto.
Assim, não há como tergiversar. Ser partidário do
divórcio é ser inimigo da Igreja, é romper com ela, é atacá-la. Entre o
divórcio e a Igreja não há paliativos, meios termos, contemporizações. Só o que
há é luta, e luta declarada.
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Chamamos a atenção de nossos leitores para a seção
“Comentando” desta folha, que enuncia o verdadeiro ponto de vista católico
sobre a questão do pagamento de imposto de celibatários pelos Sacerdotes.
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É curioso notar que precisamente quando se começa a
agitar a questão do divórcio e outras aspirações contrárias aos sentimentos e
convicções católicas de nosso povo são postas na ordem do dia, também se
suscita o problema dos fornos crematórios. Depois de esmagada a ofensiva
espírita e protestante, outra ofensiva se delineia pois é impossível não
refletir a respeito da simultaneidade com que surgem todos estes problemas,
depois de uma época de profunda paz religiosa.
Assim, a “Noite”, empregando os mesmos processos de
inquéritos absolutamente artificiais sobre o problema dos fornos crematórios,
resolveu entrevistar [a] esse respeito... o sr. Flamínio
Favero, pastor protestante. Esse senhor se manifestou favorabilíssimo. A “Noite” parece ter ficado contente. Mas
os católicos já por aí podem ver em que setores de nossa opinião todo este
trabalho se vem escudando.
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Finalmente, também a Associação Comercial do Rio está ventilando um
problema de interesse religioso, qual seja o dos feriados comerciais em dia
santo. Não é curioso tudo isto?