Legionário, N.º 533, 25-10-1942

7 DIAS EM REVISTA

O LEGIONÁRIO sempre sustentou o grave perigo que corre a Fé católica em todos os países ocupados pelas hordas nazistas. Com efeito, onde o nazismo entra, a paz religiosa se retira e a luta contra a Religião começa. E se ela se mostra encarniçada contra as seitas que conservam vagos e adulterados resquícios de Cristianismo [...], pode-se imaginar a ferocidade de seu ódio contra a Igreja Católica, que é a única genuína e autêntica de Cristianismo!

Neste sentido, parece-nos importantíssimo o seguinte depoimento do Conde Emanuel de Bennigsen, ilustre intelectual presentemente em nosso país, e colaborador do “Estado de São Paulo”, de cujas colunas transcrevemos o tópico seguinte:

 “As vezes tínhamos a impressão de que a religião constitua o principal inimigo do nazismo, tão perseguida tem sido ela em toda a Europa que no momento está submissa. Se verificarmos a porcentagem de padres massacrados ou enviados para campos de concentração em certos países como a Polônia ou a Checoslováquia, por exemplo, vemos que ela é muito superior à de intelectuais e mesmo de militares”.

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Nesse mesmo artigo lemos outra informação curiosa: “Há algum tempo a estação de rádio do Vaticano divulgou uma carta de um oficial alemão morto na Rússia, a qual continha estas palavras: “Se eu não voltar desta guerra, quero que meu filho cresça com uma única fé, a fé em uma Alemanha grande e poderosa. Se ele não acreditar em Deus não tem importância para mim”.

 É um exército que defende tal ideologia que pode ter a suprema audácia de se afirmar, pela boca da quinta coluna mundial, um exército de cruzados?

Não devemos desviar nossos olhos das conseqüências ruinosas que a expansão nipônica e o desenvolvimento do nacionalismo racista e pagão no Oriente podem ter quanto às missões católicas.

Ainda há dias, vejo nesta notícia de que os nipônicos fuzilaram um bispo católico e sete missionários holandeses, sob a alegação de que eles tinham destruído uma lancha antes da ocupação amarela a fim de que a lancha não servisse aos invasores.

Motivo? Ou, mais provavelmente, mero pretexto para ferir a Igreja.