Legionário, N.º 528, 20 de setembro de 1942

7 DIAS EM REVISTA

O LEGIONÁRIO já tem insistido vivamente em que vivemos numa época de deslealdade e manobras ardilosas, em que a ofensiva dos adversários da Igreja já não tenta arrombar as portas de nossa cidadela mas se esgueira sub-reptícia através de todas as frestas deixadas entreabertas por nossa incúria ou ingenuidade. Daí o êxito dos von Papen de todas as nacionalidades e feitios. Fala-se muito nos "quislings" dos vários países, com que se afirma que o Sr. Quisling é um fenômeno internacional. Entretanto, não menos internacional é o fenômeno von Papen, e há "Papen" de todos os feitios e matizes nos mais variados países do mundo.

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A prova disto está na notícia ao mesmo tempo auspiciosa e dolorosa de que tivemos conhecimento pelo ótimo boletim "Religião e Guerra", superiormente dirigido pelo ilustre dominicano Pe. Morlion.

Segundo esta notícia, um importante grupo de católicos portenhos e de instituições religiosas de Buenos Aires iniciou um boicote contra 2 órgãos que, afirmando-se católicos, promoviam ativa campanha em favor do totalitarismo.

Entretanto, totalitarismo e catolicismo são termos que se excluem e não há órgão católico que possa afirmar-se ao mesmo tempo totalitário.

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Merece registro a notícia de que foi preso na França o conhecido jesuíta Pe. Chaillet, que se recusou a entregar à polícia 300 crianças que a polícia reclamava a fim de as entregar à sanha das autoridades nazistas.

Interrogado, declarou o distinto sacerdote que não fazia senão obedecer às ordens de D. Gerlier, Arcebispo de Lyon. Um pequeno prefeito da zona ocupada teve a audácia de pedir contas pelo fato ao ilustre purpurado. Mas este redargüiu simplesmente dizendo que perseveraria em sua generosa atitude.

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Do já citado boletim "Religião e Guerra" a seguinte nota:

Uma informação que se deve considerar muito significativa, de vez que foi fornecida pela Agência Italiana Stefani, anuncia que os japoneses proibiram o uso da língua espanhola nos tribunais filipinos, devendo o japonês se tornar a língua oficial, embora o inglês tenha sido, provisoriamente, admitido também.

De acordo com a agência italiana a "abolição do espanhol como língua oficial deve-se considerar como o primeiro passo na revisão do problema religioso nas Filipinas e se relaciona com o intuito do Japão de fazer com que todo o Arquipélago das Filipinas volte a seu antigo culto asiático. As Filipinas são o único país católico no Oriente".