A fim de prestar ao IV Congresso Eucarístico
Nacional a máxima cooperação, esta folha publicará, desde a chegada de sua
Eminência o Cardeal Legado até o encerramento do grande certame eucarístico,
edições diárias que poderão ser encontradas em todas as bancas de jornais.
Atendendo a que nesses dias o Congresso Eucarístico
ocupará no espírito público uma posição preponderante, o LEGIONÁRIO reduzirá ao
estritamente indispensável qualquer noticiário sobre outros assuntos,
proporcionando a seus leitores matéria farta e minuciosa acerca de quanto com o
Congresso se relacionar.
Possuindo uma coleção dos números do LEGIONÁRIO
publicados durante o Congresso Eucarístico, terão os congressistas como
recordação desses dias inesquecíveis não somente abundante material fotográfico
referente aos principais atos do Congresso, como ainda um noticiário completo
de todas as sessões e solenidades de que este constar,
os discursos e saudações que forem pronunciados, etc., etc.
É objetivo expresso da direção desta folha que uma
coleção dos números diários do LEGIONÁRIO seja uma das melhores recordações que
os congressistas possam levar consigo.
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Assim o LEGIONÁRIO reservará para essas edições uma
reportagem minuciosa da excelente exposição missionária inaugurada no sábado
passado na Galeria Prestes Maia. Com efeito, se
publicássemos desde logo nossa reportagem sobre o assunto, ela não teria nem
tanta atualidade nem tanta divulgação quanto nos números especiais consagrados
ao Congresso. Nesses números, por outro lado, seria indispensável falar daquela
magnifica exposição, que tão notavelmente concorre para o esplendor das
próximas celebrações eucarísticas. O LEGIONÁRIO julgou, pois, melhor servir
seus leitores reservando para aquela ocasião a oportunidade de pôr no devido
realce a exposição.
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O mesmo se deve dizer da série de conferências que
a Junta Arquidiocesana da Ação Católica promoveu em colaboração com a Junta
Executiva do IV Congresso Eucarístico Nacional, nas quais falaram os ilustres
conferencistas Dr. Alceu Amoroso Lima, Presidente da Junta Nacional da Ação Católica e membro
da Academia Brasileira de Letras, o Prof. Francisco de Magalhães Gomes, catedrático da Universidade de Belo Horizonte e da
Escola de Minas de Ouro Preto e um dos mais eminentes jornalistas e leaders católicos
de Minas Gerais.
Esses brilhantíssimos trabalhos preparatórios
figurarão em nossas edições diárias, como parte integrante que são do programa
elaborado para o Congresso Eucarístico pelo zelo do Ex.mo Rev.mo Sr. Arcebispo
Metropolitano.
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Temos insistido vivamente em que a agência “HTM”,
oficiosa de Vichy, por isso mesmo que representa um
governo iniludivelmente simpático a uma cooperação franco-germânica, é bem insuspeita quanto às críticas que
de quando em vez deixa filtrar em seus comunicados acerca do nazismo.
De um telegrama por aquela agência publicado nesta
capital, se depreende que continua vivíssima a propaganda anti-cristã
dos nazistas na Noruega, e a luta por eles movida contra as autoridades
eclesiásticas daquele país.
É esta mais uma confirmação de que os nazistas
desejam ardentemente desenvolver sua nefastíssima
propaganda pagã em todos os países que ocuparem. Agora, que o Brasil está em
guerra com o eixo, esta observação é particularmente atual.
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Merece o mais atento comentário a notícia de que o
Santo Padre Pio XII determinou, por
meio das autoridades da Cidade do Vaticano, que não penetrem ali senhoras sem
meias.
O aviso afixado no tão pequeno porém tão grande
Estado Pontifício é o seguinte: “o respeito pela casa do Pai comum e de
conformidade com os preceitos da moral cristã, as mulheres residentes na Cidade
do Vaticano serão obrigadas a usar meias e vestuário decente”. O telegrama da
HTM que a imprensa divulgou a este respeito acrescenta que deverão usar meias,
não somente as senhoras residentes no Vaticano, mas ainda as que ali
ingressarem por qualquer motivo.
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Simples disposição de etiqueta com a
obrigatoriedade do uso de trajes pretos para as Senhoras admitidas à presença
do Sumo Pontífice? Quem ousaria imagina-lo! Pelo contrario, o comunicado é
claro: é para que andem “de conformidade com os preceitos da moral cristã”, que
as mulheres devem usar meias no Vaticano. Ora há muita diferença entre uma
simples disposição de etiqueta, e um preceito de moral. Há regras de etiqueta
que de modo algum resultam de obrigações impostas pela moral. Assim, por
exemplo, os homens admitidos à presença do Santo Padre em audiência particular
devem apresentar-se de casaca e cartola. Evidentemente o traje deles não seria
menos conforme a moral se fossem de roupa de brim, e palheta. Não é, pois, em
conseqüência de disposição da moral, mas em conformidade com hábitos e
tradições aliás respeitabilíssimas, que o Vaticano
exige certos trajes de gala como manifestação exterior do respeito devido à
augusta presença do Vigário de Nosso Senhor Jesus Cristo. Também é puramente
protocolar a disposição segundo a qual as senhoras se devem apresentar vestidas
de preto nas audiências do Santo Padre. E tanto assim é que as rainhas vão de
branco, sem com isto ferirem, em nada, a moral.
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Aliás, quem quer que conheça, ainda que por alto, o
Vaticano, sabe que, se as prescrições protocolares são severíssimas no que diz
respeito às pessoas que tem a honra de serem admitidas à venerável presença do
Chefe da Cristandade, nenhuma prescrição de ordem meramente protocolar se faz
aos que ingressem simplesmente na Cidade do Vaticano, onde qualquer menino de
rua, qualquer mendigo, pode penetrar sem exigências de protocolo. É, pois,
absolutamente admissível que somente quanto às meias as exigências protocolares
aparecessem agora.
E o motivo disto é obvio. Se há razão para o máximo
rigor de protocolo para se estar na presença de pessoa revestida da mais alta
autoridade no mundo inteiro, que é o Santo Padre, o mesmo motivo não existe
para se andar pelas colunatas de Bernini ou na vasta
praça de S. Pedro.
Assim, essa disposição regulamentar sobre o uso de
meias implica em um pronunciamento sobre a moralidade desse uso. E, se bem que
o regulamento pontifício só se refira ao Vaticano, esse pronunciamento não pode
deixar de interessar a todos fiéis.