Considerando simplesmente ignóbil o comunicado
distribuído pelas autoridades nazistas fixadas na França em que estas informam
que estenderão a pena de morte a todos os ascendentes, descendentes, colaterais,
e afins maiores de 18 anos, das pessoas envolvidas em atos de sabotagem contra
a ocupação totalitária. E isto tanto mais quanto o comunicado acrescenta que as
crianças menores de 17 anos serão entregues a instituições educacionais de carácter correcional, sofrendo
assim também elas, pela separação do lar, uma pena cruel do crime que não
cometeram.
Não nos detenhamos, entretanto, ao fulminar tal
crueldade, em razão meramente “humanitária” e naturais. A simples moral natural
recrimina severamente a conduta das autoridades nazistas. Mas o que nos
impressiona sobretudo é que ela não é um gesto isolado e esporádico, mas
constitui indício de uma mentalidade que é o oposto à moral da Igreja, a
expressão de uma civilização verdadeiramente diabólica que vai nascendo e que
são o contrário da civilização católica, como as trevas são o contrário da luz.
E ainda há gente que não percebe que o combate a
essa terrível heresia deve ser necessariamente a obrigação primordial de todo o
apostolado bem compreendido e bem organizado.
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Soubemos com supressa, por um telegrama publicado
na semana passada, que há mais de um ano funcionam em Paris vários ministérios
do governo do Sr. Pétain. O mesmo telegrama informava que vários outros
ministérios serão proximamente transferidos, de junto à zona livre, para a zona
atualmente sob a ocupação das tropas teutônicas.
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O Sr. Pierre Laval se tem mostrado
absolutamente intransigente quanto às propostas de Washington, no sentido de
serem colocadas em posto e inteiramente distante do raio de ação do “eixo” os
navios de guerra franceses atualmente ancorados no Egito.
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Merece toda a atenção um telegrama da semana
passada em que se noticiava que subiu a 537.000 o número de operários franceses
fixados na Alemanha. Como se sabe, tais operários são reduzidos no Reich, a
condição de legítimos escravos.
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Do discurso do Sr. Antony
Eden, feito por ocasião da festa de 14 de Julho, destacamos
este tópico importante, dirigido aos franceses:
“Não somente desarmado pelo inimigo, mas deliberadamente contido por vossos líderes, mantivestes
obstinada hostilidade contra o invasor e vos recusastes a manter qualquer
confiança nos políticos que os alemães vos impuseram. Provastes ser melhores
franceses do que eles e graças à decisão do general De Gaulle em combater,
decisão que retirou à capitulação de Bordéus todo o valor moral, a França nunca
esteve ausente do campo de batalha”.
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A agência “Havas” emitiu
um telegrama datado de Estocolmo, em que afirmava que na Checoslováquia “todos
que não assumem uma atitude positiva perante a revolução nacional socialista da
Alemanha e que não proclamem a sua adesão categórica, serão considerados como
elementos com os quais não se pode contar, e que deverão desaparecer do
protetorado”.
Em outros termos, segundo a agência oficiosa de Vichy, está decretado pelas autoridades de ocupação nazista
na Checoslováquia um verdadeiro
terror contra qualquer pessoa que não se diga nazista. O que eqüivale a
decretar uma perseguição religiosa, pois que os católicos não podem dizer-se
nazistas, sob pena de apostatarem da Religião.