A queda de Tobruck foi inesperada, e
tão inesperada que o próprio comunicado das forças nazistas acentuou a surpresa
que os soldados teutônicos sentiram ao perceber que um oficial britânico se
destacava das fortificações, conduzindo propostas de paz. E a indignação que o
fato ocasionou na Câmara dos Comuns é outra prova de que ninguém esperava um
tão rápido desfecho para a ofensiva que o marechal Rommel desenvolvia na
África.
Este fato faz-nos lembrar a misteriosa rendição da
fortaleza de Liège, e mil outros episódios enigmáticos desta guerra, que
confirmam a impressão de que as falanges nazistas se estão atirando contra
colossos brocados inteiramente pelo cupim. Às vezes com um simples murro, com
um piparote até desfazem-se resistências que vinham criando prolongados
embaraços à expansão totalitária.
Tudo isto demostra a atuação persistente da 5ª
coluna e congêneres, na
retaguarda dos países adversários do “eixo”, e indica a premente necessidade de
uma vigilância meticulosa, a fim de serem evitadas tanto quanto possível
surpresas desta em outros lugares.
* * *
É preciso acrescentar que só alguma pessoa absolutamente
ingênua não poderia entrever, através da vitória de Tobruck
e, em geral, do sucesso da campanha da África para as armas nazistas, a
cumplicidade oprobiosa do governo de Vichy, que certamente empregou para transporte de homens,
mercadorias, etc.
* * *
Publicamos em outro local desta folha a formosa
alocução de Frei Sebastião Tauzin O.P., na festa de
Santa Joana D’Arc. Algumas das asserções feitas ali
pelo ilustre dominicano francês são singularmente confirmadas pela seguinte
alocução de Laval, transmitida para o mundo inteiro
pela agência oficiosa de Vichy, HTM:
“Depois de pormenorizada exposição acerca da
situação dos trabalhadores na França, o Sr. Laval declarou que
recebera notificação de que doravante todas as facilidades concedidas aos
prisioneiros franceses no Reich estavam revogadas e todas as libertações, mesmo a título
individual, estavam suspensas visto que desde que a Alemanha iniciou a guerra
aos russos, a mão de obra de grande número de prisioneiros se lhe tornou
indispensável. Prosseguindo disse: “Na França, as matérias-primas nos faltam,
as nossas fábricas trabalham em ritmo reduzido, o desemprego se agrava.
Numerosos operários estão sem trabalho, enquanto a Alemanha tem necessidade
urgente de mão de obra.
Nesta situação, nova esperança se levanta para os
nossos prisioneiros. Sei que nunca é em vão fazer um apelo à razão e à
generosidade dos operários da França. É para eles que
me volto, porque é deles em larga parte que vai depender doravante a sorte dos
nossos prisioneiros. Se responderem ao meu apelo, se concordarem em ir
trabalhar na Alemanha, sei que ali encontrarão bom acolhimento, que alcançarão
de início uma recompensa pela separação, salários elevados e garantirão a vida
das suas famílias, às quais poderão enviar mensalmente importante parte dos
seus ordenados.
O chanceler Hitler acaba de decidir a
libertação de um número importante de prisioneiros agricultores, que poderão
voltar à França com a vossa chegada à Alemanha.
“Operários de França! é para libertação dos
prisioneiros que ireis trabalhar na Alemanha! É pelo nosso país que ireis em
grande numero! É para permitir que a França encontre o seu lugar na Europa que
respondereis ao meu apelo”.
* * *
Temos chamado a atenção de nossos leitores para o revigoramento do paganismo no extremo-Oriente,
em conseqüência do prestígio que o neo-paganismo
nazista trouxe às religiões pagãs asiáticas. De um discurso do general Haia Tada, do exército nipônico, extraímos o seguinte texto:
“A polícia japonesa é de expansão nacional. As duas
grandes missões, recebidas do céu, e que são obrigações do nosso império, assim
se especificam: 1º. chefiar um movimento contra a tirania e a supremacia dos
povos brancos, bem como realizar a guerra de tipo racial, destinada a emancipar
os povos amarelos, do Oriente, da escravizadora
opressão exercida pelos brancos; 2º. retificar a civilização material do
Ocidente por meio da civilização moral do Oriente”.