Legionário, N.º 508, 7 de junho de 1942

7 Dias em Revista

Na semana passada foram numerosos os incidentes e atentados que demonstraram o crescente descontentamento dos países ocupados, contra o jugo despótico do nazismo.

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Como católicos, lamentamos a efusão de sangue que daí tem decorrido. Como católicos também rejubilamo-nos por ver que a indignação geral contra o domínio pagão das hordas nazistas aumenta em todo o território das nações vencidas.

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Na Rumânia foi morto um Sr. Ivanovictch, que exercera as funções de adido comercial em Roma e que acabava de chegar da capital italiana. A agência “H.T.M.”, como sempre simpaticíssima ao nazismo, asseverou que “consta tratar-se de um suicídio”.

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Em Praga, ainda segundo insuspeitíssimo telegrama da “H.T.M.” foram fuzilados mais de 44 checos no último sábado, elevando-se à 66 o total das vítimas da repressão nazista. Também foram fuzilados 2 croatas, por motivo de rebelião.

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Também no território da gloriosa e desditosa França continua a efusão de sangue.

Transcrevemos aqui o comunicado das autoridades de ocupação alemã, acerca de um assalto a um depósito de comestíveis em Paris.

Evidentemente, não se toma a sério, e nem sequer se comenta a alegação de que seriam bolchevistas os autores do assalto. Os nazistas são useiros e vezeiros em caluniar seus adversários.

Enquanto isto se dá, e corre assim o sangue francês, que atitude toma o Sr. Pétain? Não. Arranja um jeitinho de se solidarizar contra seu “aliado” onipotente, protestando publicamente contra os bombardeios efetuados em solo francês pelos ingleses para libertar a França.

Confere.

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Infelizmente, prossegue na França a política de nazificação. As autoridades judiciais francesas acabam de liberar algumas enfermeiras aprisionadas porque mataram feridos de guerra a fim de abreviar seus sofrimentos e antecipar sua morte inevitável.

A Santa Igreja já condenou formalmente este ato, tipicamente nazista, que constitui uma revoltante infração do mandamento: “Não matarás”.