Prosseguem com
morosidade as negociações entre Vichy e Washington, a
respeito das colônias francesas na América. A relutância verdadeiramente
extraordinária que Vichy está demonstrando não pode
passar sem alguns comentários.
Com efeito, o
governo de Vichy não ignora que a posse das colônias
francesas, concedida a título temporário e com todas as garantias para a
França, constitui meio essencial para a defesa da América. Por que, neste caso,
se Vichy deseja sinceramente a libertação do
território francês e a derrota de Berlim, por que, perguntamos, cria
dificuldades para a defesa da América?
Mais uma vez, a
intransigência de Vichy com os verdadeiros amigos da
França contrasta dolorosamente com a facilidade surpreendente com que entregou
aos nipônicos o Império colonial francês no Extremo Oriente.
* * *
Da excelente
revista "Notícias da Bélgica", reproduzimos em breves palavras uma
informação significativa. Havia, na Bélgica,
um Partido Nacionalista Flamengo, que era partidário militante da política germanófila
e, evidentemente, tinha propensões para o nazismo.
Quando a guerra se declarou, o governo belga pensou em dissolver o partido, mas
foi procurado por uma delegação de pessoas insuspeitíssimas,
que garantiram absolutamente a fidelidade dos membros do partido ao programa de
defesa da Bélgica.
Entretanto, mal
se havia consumado a ocupação alemã, os elementos desse partido se apresentaram
para colaborar com o invasor, sob o especioso pretexto de que a derrota os
colocara ante um fato consumado.
* * *
Tantas e tantas
vezes se repetiram na Europa fatos como este, que não lhe daríamos valor, se
uma característica importante não o distinguisse: a intervenção das
"pessoas insuspeitíssimas". Se queremos
libertar-nos inteiramente das "quintas colunas", devemos ter os olhos
abertos para os "elementos insuspeitíssimos"
que colaboram por mera ingenuidade com os elementos suspeitos. Há momentos em
que a ingenuidade constitui um começo de prova de cumplicidade. E este é, por
excelência, um momento assim.
* * *
Mas o
LEGIONÁRIO tem o prazer de dar, hoje, uma sincera e calorosa nota de louvor.
Com efeito, há bastante tempo vimos acentuando a influência de elementos quinta-colunistas na política espanhola e francesa. Pétain e Serrano Suner - para só mencionar dois dentre eles - são
nomes que resumem em si a idéia da "quinta coluna". Entretanto, até o presente momento a esquadra francesa não
foi entregue aos nazistas, e a Espanha ainda não se declarou em guerra. Esta situação
não se conservaria assim por tanto tempo, sem o esforço heróico e talvez
anônimo de mil e mil pessoas de patriotismo esclarecido e espírito de Fé vivaz,
que evitam de todas as maneiras o inteiro domínio nazista em suas gloriosas
pátrias. É possível que a História não registre os nomes dos autores desta
resistência. Mas no Livro da Vida, estes nomes, por certo, figurarão.