Legionário, N.º 506, 24 de maio de 1942

7 DIAS EM REVISTA

Prosseguem com morosidade as negociações entre Vichy e Washington, a respeito das colônias francesas na América. A relutância verdadeiramente extraordinária que Vichy está demonstrando não pode passar sem alguns comentários.

Com efeito, o governo de Vichy não ignora que a posse das colônias francesas, concedida a título temporário e com todas as garantias para a França, constitui meio essencial para a defesa da América. Por que, neste caso, se Vichy deseja sinceramente a libertação do território francês e a derrota de Berlim, por que, perguntamos, cria dificuldades para a defesa da América?

Mais uma vez, a intransigência de Vichy com os verdadeiros amigos da França contrasta dolorosamente com a facilidade surpreendente com que entregou aos nipônicos o Império colonial francês no Extremo Oriente.

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Da excelente revista "Notícias da Bélgica", reproduzimos em breves palavras uma informação significativa. Havia, na Bélgica, um Partido Nacionalista Flamengo, que era partidário militante da política germanófila e, evidentemente, tinha propensões para o nazismo. Quando a guerra se declarou, o governo belga pensou em dissolver o partido, mas foi procurado por uma delegação de pessoas insuspeitíssimas, que garantiram absolutamente a fidelidade dos membros do partido ao programa de defesa da Bélgica.

Entretanto, mal se havia consumado a ocupação alemã, os elementos desse partido se apresentaram para colaborar com o invasor, sob o especioso pretexto de que a derrota os colocara ante um fato consumado.

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Tantas e tantas vezes se repetiram na Europa fatos como este, que não lhe daríamos valor, se uma característica importante não o distinguisse: a intervenção das "pessoas insuspeitíssimas". Se queremos libertar-nos inteiramente das "quintas colunas", devemos ter os olhos abertos para os "elementos insuspeitíssimos" que colaboram por mera ingenuidade com os elementos suspeitos. Há momentos em que a ingenuidade constitui um começo de prova de cumplicidade. E este é, por excelência, um momento assim.

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Mas o LEGIONÁRIO tem o prazer de dar, hoje, uma sincera e calorosa nota de louvor. Com efeito, há bastante tempo vimos acentuando a influência de elementos quinta-colunistas na política espanhola e francesa. Pétain e Serrano Suner - para só mencionar dois dentre eles - são nomes que resumem em si a idéia da "quinta coluna". Entretanto, até o presente momento a esquadra francesa não foi entregue aos nazistas, e a Espanha ainda não se declarou em guerra. Esta situação não se conservaria assim por tanto tempo, sem o esforço heróico e talvez anônimo de mil e mil pessoas de patriotismo esclarecido e espírito de Fé vivaz, que evitam de todas as maneiras o inteiro domínio nazista em suas gloriosas pátrias. É possível que a História não registre os nomes dos autores desta resistência. Mas no Livro da Vida, estes nomes, por certo, figurarão.