Legionário, N.º 502, 26 de abril de 1942

7 DIAS EM REVISTA    

Aproximam-se as comemorações do jubileu do Santo Padre Pio XII, e a Arquidiocese de São Paulo, que já prepara grandes comemorações para o Congresso Eucarístico, se sente feliz em inscrever a grande data do Papa como um dos marcos preparatórios da magna concentração do Rei Eucarístico. Com efeito, a devoção à Sagrada Eucaristia, a Nossa Senhora e ao Santo Padre constitui, na frase expressiva de Mons. de Ségur, "as três rosas dos bem-aventurados". No caminho já tão curto que ainda medeia entre o Congresso Eucarístico e nós, a festa do Santo Padre e o mês de Maria se inserem como marcos brilhantes e festivos, para as expansões de nossa piedade.

* * *

Se habitualmente nossa devoção à Cátedra de São Pedro deve ser imensa, hoje em dia deve ela ter delicadezas e susceptibilidades especiais.

Ninguém ignora em que situação delicadíssima se encontra o Sumo Pontífice, cujo coração magnânimo sente a fundo os deveres da paternidade espiritual de todos os povos deste mundo em luta, e a dura obrigação de se conciliar com as augustas funções de guardião da Verdade e máximo defensor da Fé. Resistindo a críticas mordazes, não só dos adversários da Igreja mas ainda dos que, em última análise, pretendem ser "mais católicos" do que o Papa. Pio XII vem desenvolvendo uma atuação diplomática toda de sabedoria e de firmeza, que exige uma meditação acuradíssima, para ser levado a cabo. Assim, devem todas as preces elevar-se com particular ardor até Nosso Senhor Jesus Cristo, pelas mãos de Maria Santíssima, pelo Papa, figura central de todos os nossos afetos terrenos.

* * *

O representante do sr. De Gaulle em Moscou fez algumas declarações que, queremos crer, não representam o pensamento do movimento da "França Livre". Declarou aquele diplomata que a Rússia soviética vê com satisfação o movimento da França Livre, e está disposta a auxiliar o Gal. De Gaulle. Ridícula afirmação causaria alarme se não procedesse de uma das fontes mentirosas do mundo, isto é, de Moscou. Com efeito, pode ser que interesses do momento tornem aconselhável a diplomacia bolchevista afetar simpatias para com o movimento de De Gaulle. Mas, no fundo, tudo quanto signifique a restauração da verdadeira França só causará verdadeiro ódio aos bolchevistas. E, por isto, nada pode haver de comum entre a bandeira incarnada com a Cruz de Lorena e os diabólicos estandartes da foice e do martelo.