Ninguém
combateu com maior afinco que o LEGIONÁRIO contra o totalitarismo, hoje
representado pelo triângulo Berlim-Roma-Tóquio. Tudo isto não obstante, e precisamente porque somos inimigos
irredutíveis do totalitarismo, não porém dos povos por ele dominados, acolhemos
com viva simpatia as recomendações de algumas autoridades policiais no sentido
de se evitar quanto possa ser injurioso aos estrangeiros aqui residentes,
nacionais de países do "eixo".
É certo que
nosso primeiro dever consiste em uma vigilância contínua contra a quinta-coluna, cujos estragos tanto denunciamos em outros países. Fortemente
afirmados, assim, nossos deveres para com nossa própria soberania, queremos
entretanto manter uma linha de rigorosa cortesia, em toda a extensão que as
circunstâncias permitam. E se, em relação a um povo esse dever de cortesia é
particularmente digno de nota, é o povo italiano, a que nos habituaram tantos
anos de um convívio cordial e fecundo. Vigilância, vigilância, e muita
vigilância, é o dever do momento. Mas vigilância cortês, de um povo que se sabe
defender de um modo elegante.
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Em nosso último
número, noticiamos a cegueira sem par dos encarregados da defesa das bases
americanas no Pacífico — cegueira esta a que devem
seus melhores êxitos as forças nipônicas.
Como já
dissemos, não é dado a homens, cujo desequilíbrio mental não tenha atingido os
limites de uma demência verdadeiramente clínica, levar a incúria a grau tão
extremo. Assim, nossa convicção é firme: nas orlas do Pacífico como nas margens
do Reno, a quinta-coluna fez mais que a pólvora da
artilharia! Em abono do que afirmamos, trazemos hoje as informações essenciais
de um telegrama que lemos no "O Estado de São Paulo" do dia 31 p.p.,
publicado pela agência oficiosa inglesa "Reuters",
e que constitui um dos mais impressionantes documentos da presente guerra.
* * *
É óbvio que
toda esquadra em repouso, mas desejosa de se premunir contra um repentino
ataque aéreo, deve distribuir seus navios em uma superfície tão grande que
dificilmente possam ser atingidos pela ação fulminante de um intenso
bombardeio. Em outros termos, navios muito isolados uns dos outros, constituem
um alvo grande e difícil. Pelo contrário, navios muito próximos são um alvo
fácil e seguro.
Segundo
entrevista concedida à imprensa japonesa pelo comandante da primeira
esquadrilha nipônica que voou sobre as bases americanas, entrevista essa
transcrita no semanário britânico "O aeroplano", esperava aquele
militar encontrar em Pearl Harbor "os vasos de guerra
norte-americanos espalhados numa grande extensão". Entretanto, a realidade
era outra. Junto da ponta ocidental das ilhas Ford, havia 2 cruzadores, 1 couraçado e 1 porta-aviões ancorados, em
uma extensão de menos de um quilômetro. Outro porta-aviões estava a dois
quilômetros dali. Mais adiante, uma flotilha de "destroyers"
tinha os navios tão próximos uns aos outros que pareciam encostados. Em outro
local, aglomeravam-se 8 couraçados e 1 navio-tanque;
6 couraçados estavam ancorados aos pares, numa extensão de 800 metros de
comprido por 70 de largura...
Em outros
termos, se a mão de um criminoso tivesse estudado para os navios uma colocação
ideal para ação adversária, outra não seria sua posição!
* * *
Não espanta,
pois, que o comandante japonês em sua entrevista exclamasse cheio de
contentamento: "Que alvo!" — ao ver o quadro que tinha diante de si.
Por isto, em "três ou quatro minutos" a aviação japonesa inutilizou
as belonaves adversárias, de tal sorte que não houve
resistência eficaz contra ela. Estava consumada a traição.
Tocamos aí com
o dedo nesse grande mistério de iniquidade que é a quinta-coluna. Como explicar que militares, tendo atingido
as mais altas posições, se deixaram seduzir pelo ouro, embora as conseqüências
de sua criminosa incúria lhes fizessem correr ulteriormente os mais tremendos
riscos? Mistério, impenetrável mistério.
O que porém é
certo, é que não se explica que no Reno como no Pacífico, nos
"fiordes" da Noruega como às margens do Danúbio Azul que banha Viena,
traidores como Seiyss Inquart e Quisling, como o comandante francês Korep e os traidores de Pearl
Harbor, só se encontrassem ao lado dos adversários do
"eixo" e jamais entre as fileiras destes.
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Enquanto tanta
cegueira domina, chega-nos a dolorosa notícia da prisão de missionários
católicos no Extremo Oriente, suspeitados de espionagem em favor do
"eixo". Outro mistério de iniquidade! Ver fantasmas onde não há
perigo, e pensar que só há fantasmas onde na realidade são inúmeros os perigos,
é coisa que só nesta época de loucura geral se pode admitir.
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Continua o
martírio glorioso da França autêntica, isto é, da França que não é de Pétain nem do Sr. Hitler.
Transcrevemos
abaixo o comunicado germânico, divulgado pela agência oficiosa de Vichy, que informa:
"Nos dias
7, 9, 16 e 28 de janeiro último, foram cometidos atentados por meio de
explosivos a instalações do exército alemão de ocupação. Nos dias 18 e 20 do
mesmo mês, membros do exército alemão foram atacados de surpresa e feridos a
tiros de pistola.
Em
conseqüência, cem membros das Juventudes Comunistas e Judias serão deportados
para leste. Seis comunistas e judeus que estavam acumpliciados
com os culpados foram fuzilados.
O edital é
assinado pelo comandante das forças alemãs de ocupação de Paris, Gen. Schaumburg.
É supérfluo
acrescentar que ninguém dá crédito à calúnia de que só comunistas e judeus
tramam contra a ocupação nazista. A realidade é muito outra — já que os
comunistas foram os melhores agentes da quinta-coluna
na introdução das tropas nazistas no solo francês.