Consideramos lamentabilíssimo
que às trágicas ingenuidades que tiveram por desfecho
o insucesso de Pearl Harbor se venha a somar a
inominável imprevidência dos que, proclamando Manilha cidade aberta,
esperaram assim conservá-la resguardada contra bombardeios.
Com efeito, a inesperada irrupção do conflito nipo-americano quando em Washington seguiam seu curso
as conversações diplomáticas a cargo dos Srs. Nomura,
Kurusu e Sumner Welles, prova de sobejo que é tão ridículo procurar
circunscrever com convenções internacionais os manejos dos totalitários, quando
limitam com um risco de giz um incêndio ou uma inundação.
Enquanto o espírito de Munique e de Montoire grassarem nas
hostes anti-totalitárias do Pacífico, desastres como
este serão sempre de se temer.
* * *
Dados os inexplicáveis mistérios que ainda hoje
circundam o "caso" do Sr. Rudolph Hess, não consideramos fora
de cogitação a hipótese de ter descido na Irlanda, em pessoa, o general Von Brauchitsch. A história de sua destituição nos parece mal contada.
Mas ela se explica perfeitamente se a considerarmos como um romance destinado a
aureolar aos olhos da opinião inglesa aquele militar. Assim, teria ele descido
na Irlanda para chefiar um trabalho de quinta-coluna,
precisamente como o Sr. Hess desceu na Escócia. E, se
a ação da Providência não lhe permitiu conservar-se incógnito, ao menos
procuram agora os resíduos do partido chamberlainista
lançar o véu do mistério em torno de mais este insucesso.
É, ao menos, uma hipótese muito plausível.