Legionário, N.o 477, 2 de novembro de 1941

7 DIAS EM REVISTA

Acolhemos com o maior júbilo a notícia de que as autoridades eclesiásticas da Diocese de Barcelona iniciaram o processo de beatificação de 100 vítimas da recente guerra civil espanhola. Com efeito, a repulsa oposta pela gloriosa Espanha ao comunismo foi um dos capítulos mais brilhantes e confortadores da triste História de nossa época, e mostrou à impiedade contemporânea toda a vitalidade da Igreja. A canonização de tantos mártires feitos pelos comunistas nessa ocasião constituirá fato auspiciosíssimo que, além de glorificar a Igreja de Deus, dará aos espanhóis novos patronos, aos quais poderão pedir que a Espanha se erga contra o totalitarismo nazista com vigor igual àquele com que se ergue contra o totalitarismo bolchevista.

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O “Legionário” tem assinalado insistentemente o fenômeno deveras curioso do aparecimento de vários “Quislings”, em quase todos os países contemporâneos. Na semana passada, mais um “Quisling” apareceu: é o Sr. Herzog, ex-primeiro ministro da África do Sul, que, segundo telegrama oficial italiano, teria aderido ao eixo.

É mais uma figura a se alinhar na triste galeria de “Quislings” que constitui o aspecto político mais enigmático de nossa época.

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A respeito dos reféns franceses, nada temos a acrescentar, ou quase nada, a nossas declarações do último número. [...]

Compreendemos sem dificuldade que o governo do Chile haja interposto, junto à Wilhelmstrasse, seus bons ofícios no sentido de ser poupada a vida dos reféns que ainda não foram executados. O gesto simpático do grande país amigo do Brasil teve, em todo o mundo, a mais grata repercussão, já que não exprime senão os sentimentos de todos os homens em cujo coração ainda não se extinguiu a chama da caridade e do amor ao próximo.

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Muito compreensível se torna, pois, que o Santo Padre também tenha insistido junto ao governo do Reich, a fim de evitar tal derramamento do sangue. A França é a filha primogênita da Igreja que sempre teve, para com os povos da Gálea antiga uma afeição toda particular. Por outro lado, o Santo Padre é, de direito, o guardião nato de todos os princípios de caridade e justiça que, no mundo contemporâneo, ainda não tenham sido extintos pelo vendaval do neo-paganismo. E a notícia da intervenção de S. Santidade, veiculada por uma agência telegráfica internacional, nos parece perfeitamente plausível.

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E tão plausível é ela que as próprias autoridades alemãs sentiram a necessidade de adiar a execução de alguns reféns, a fim de dar tempo aos culpados para que se apresentem. Se os reféns fossem comunistas desclassificados, aventureiros dignos da pena de morte ainda mesmo que não fosse pelo fato de haver morto alguns nazistas, seu extermínio não seria tão lamentado, e as autoridades alemãs não sentiriam a necessidade de o adiar.