Acolhemos com o
maior júbilo a notícia de que as autoridades eclesiásticas da Diocese de
Barcelona iniciaram o processo de beatificação de 100 vítimas da recente guerra
civil espanhola. Com efeito, a repulsa oposta pela gloriosa Espanha ao
comunismo foi um dos capítulos mais brilhantes e confortadores da triste
História de nossa época, e mostrou à impiedade contemporânea toda a vitalidade
da Igreja. A canonização de tantos mártires feitos pelos comunistas nessa
ocasião constituirá fato auspiciosíssimo que, além de
glorificar a Igreja de Deus, dará aos espanhóis novos patronos, aos quais
poderão pedir que a Espanha se erga contra o totalitarismo nazista com vigor
igual àquele com que se ergue contra o totalitarismo bolchevista.
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O “Legionário”
tem assinalado insistentemente o fenômeno deveras curioso do aparecimento de
vários “Quislings”, em quase todos os países
contemporâneos. Na semana passada, mais um “Quisling”
apareceu: é o Sr. Herzog, ex-primeiro
ministro da África do Sul, que, segundo telegrama oficial italiano, teria
aderido ao eixo.
É mais uma
figura a se alinhar na triste galeria de “Quislings”
que constitui o aspecto político mais enigmático de nossa época.
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A respeito dos
reféns franceses, nada temos a acrescentar, ou quase nada, a nossas declarações
do último número. [...]
Compreendemos
sem dificuldade que o governo do Chile haja interposto, junto à Wilhelmstrasse, seus bons ofícios no sentido de ser poupada
a vida dos reféns que ainda não foram executados. O gesto simpático do grande
país amigo do Brasil teve, em todo o mundo, a mais grata repercussão, já que
não exprime senão os sentimentos de todos os homens em cujo coração ainda não
se extinguiu a chama da caridade e do amor ao próximo.
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Muito
compreensível se torna, pois, que o Santo Padre também tenha insistido junto ao
governo do Reich, a fim de evitar tal derramamento do sangue. A França é a
filha primogênita da Igreja que sempre teve, para com os povos da Gálea antiga
uma afeição toda particular. Por outro lado, o Santo Padre é, de direito, o
guardião nato de todos os princípios de caridade e justiça que, no mundo
contemporâneo, ainda não tenham sido extintos pelo vendaval do neo-paganismo. E a notícia da intervenção de S. Santidade,
veiculada por uma agência telegráfica internacional, nos parece perfeitamente
plausível.
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E tão plausível
é ela que as próprias autoridades alemãs sentiram a necessidade de adiar a
execução de alguns reféns, a fim de dar tempo aos culpados para que se
apresentem. Se os reféns fossem comunistas desclassificados, aventureiros
dignos da pena de morte ainda mesmo que não fosse pelo fato de haver morto
alguns nazistas, seu extermínio não seria tão lamentado, e as autoridades
alemãs não sentiriam a necessidade de o adiar.