A conferência realizada em Londres
entre os Srs. Antony Edden
e Myron Taylor mostra
claramente que nas altas esferas políticas se cogita de paz. A este respeito,
sentimo-nos plenamente tranqüilos no que se refere a qualquer iniciativa levada
a efeito sob os auspícios ou ao menos com a colaboração do Vaticano.
Entretanto, não podemos ocultar nosso temor de que, à certa altura das
negociações, se procure por de lado o Vaticano e fazer uma paz “leiga” que
seria, em última palavra, um novo Munich. É certo que
hoje em dia a influência internacional do Vaticano é imensamente maior do que
em 1914. Isto não obstante, não podemos deixar de lembrar que, tendo o Santo
Padre Bento XV lançado as premissas da paz, foi depois posto à margem pelo
ignominioso tratado de Versailles.
Para chegar a uma paz muniquiana, não conviria a certas potências agir assim?
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A julgar pelas notícias
provenientes dos mais variados recantos da Europa ocupada, tudo indica que sim.
Os povos começam a se movimentar. Uma geral insatisfação se nota em todos os
países sob o domínio nazista. Nos Balcãs, como na Escandinávia, na Morávia como no coração da França, as sabotagens e os
atentados se multiplicam, não sendo mais possível à propaganda nazista atribuir
tudo isto ao simples efeito do comunismo. Ainda esta semana a polícia nazista
teve de prender o Arquiduque Carlos Alberto de Habsburg
e o Bispo de Munster. Positivamente, esse gênero de
presas não se encontra quando se trata de repelir motins comunistas.
Particularmente o nome do Ex.mo e Rev.mo. Sr. Bispo de Munster
é disto uma insuperável garantia.
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Assim, se bem
que a Rússia não ofereça resistência durável, é certo que o problema da vitória
se apresenta com cores cada vez mais carregadas para os nazistas.
Uma nova paz de Munich virá salvá-los? É o que só o futuro virá resolver.