Legionário, N.o 473, 5 de outubro de 1941

7 DIAS EM REVISTA

A conferência realizada em Londres entre os Srs. Antony Edden e Myron Taylor mostra claramente que nas altas esferas políticas se cogita de paz. A este respeito, sentimo-nos plenamente tranqüilos no que se refere a qualquer iniciativa levada a efeito sob os auspícios ou ao menos com a colaboração do Vaticano. Entretanto, não podemos ocultar nosso temor de que, à certa altura das negociações, se procure por de lado o Vaticano e fazer uma paz “leiga” que seria, em última palavra, um novo Munich. É certo que hoje em dia a influência internacional do Vaticano é imensamente maior do que em 1914. Isto não obstante, não podemos deixar de lembrar que, tendo o Santo Padre Bento XV lançado as premissas da paz, foi depois posto à margem pelo ignominioso tratado de Versailles.

Para chegar a uma paz muniquiana, não conviria a certas potências agir assim?

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A julgar pelas notícias provenientes dos mais variados recantos da Europa ocupada, tudo indica que sim. Os povos começam a se movimentar. Uma geral insatisfação se nota em todos os países sob o domínio nazista. Nos Balcãs, como na Escandinávia, na Morávia como no coração da França, as sabotagens e os atentados se multiplicam, não sendo mais possível à propaganda nazista atribuir tudo isto ao simples efeito do comunismo. Ainda esta semana a polícia nazista teve de prender o Arquiduque Carlos Alberto de Habsburg e o Bispo de Munster. Positivamente, esse gênero de presas não se encontra quando se trata de repelir motins comunistas. Particularmente o nome do Ex.mo e Rev.mo. Sr. Bispo de Munster é disto uma insuperável garantia.

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Assim, se bem que a Rússia não ofereça resistência durável, é certo que o problema da vitória se apresenta com cores cada vez mais carregadas para os nazistas.

Uma nova paz de Munich virá salvá-los? É o que só o futuro virá resolver.