Legionário, N.º 457,  15 de junho de 1941

7 DIAS EM REVISTA

A “United Press” forneceu a um diário desta Capital o seguinte telegrama:

“COPENHAGUE,10 (U.P.) - O Ministro de Justiça da Dinamarca deu à publicidade, hoje, uma proclamação, advertindo que toda e qualquer manifestação dos cidadãos dinamarqueses contra o exército de ocupação é susceptível de multa e penas de prisão de até 2 anos.

“Acontece - diz entre outras coisas a proclamação - que de quando em quando, elementos jovens levam a efeito manifestações de hostilidade contra as tropas alemãs de ocupação, dirigindo-lhes palavras insultuosas ou exibindo bandeiras de outras potências beligerantes.

“Torna-se, portanto, necessário adotar medidas mais fortes, a fim de impedir novos incidentes que poderiam prejudicar as relações germano-dinamarquesas.”

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Nesta noticia, há vários pormenores a destacar. O primeiro deles é que o próprio ministro da Justiça daquele país, provavelmente algum Quisling, é quem informa que a população dinamarquesa manifesta por todas as formas sua repulsa aos nazistas, chegando a ostentar bandeiras de potências que se encontram em guerra, contra o III Reich. Estes fatos parecem ser bastantes numerosos, já que o ministro julga necessário ameaçar com severa penalidade os que os praticam. E como só agora tal penalidade se tornou necessária, deve-se inferir que, provavelmente, as manifestações contra os ocupantes nazistas se tem tornado cada vez mais freqüentes, em lugar de diminuir à medida que o país se vai habituando com a sujeição em que se encontra. Finalmente, convém acentuar que o ministro responsabiliza sobretudo os moços por essas manifestações em prol da causa dinamarquesa. Ora, todos sabem como uma causa é bem servida, quando ela conta com a dedicação da juventude.

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 Importa notar que também acresce de vulto a reação dos Franceses Livres contra o nazismo. Segundo notícias publicadas por nossos diários da semana p.p. sobe a muitos milhares o número de franceses que, prevalecendo-se do avanço franco-britânico na Síria, aderiram decididamente à causa do General De Gaulle. Entre eles, destaca-se o Sr. Louis Lafarde, que exercia na importante cidade de Smirna as elevadas funções de Cônsul Geral da França. Também aderiu ao movimento de De Gaulle um cônsul francês residente no México.

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Consideramos muito importante o depoimento prestado pelo “lord mayor” de Glasgow sobre o vôo do Sr. Rudolph Hess. Dado a importância de Glasgow, e o desenvolvimento do sistema municipal da Inglaterra, é evidente que as funções do prefeito ou “lord mayor” só tocam, naquela cidade, a personalidade de alta responsabilidade cívica, dotadas de todos os meios para se informar acerca dos acontecimentos, e de todos os elementos para emitir juízo  com o senso da importância de suas próprias palavras. Ora, aquela autoridade municipal declarou que o Sr. Rudolph Hess, membro da sociedade que elaborou os plano da guerra contra a Polônia e outros países, viera à Inglaterra na esperança de que poderia voltar para Alemanha e transmitir o resultado de suas conversações pró-paz com certo círculo de políticos ingleses. Afirmou ainda que o Sr. Hess se sente muito contrariado por se encontrar como prisioneiro de guerra da Grã-Bretanha.