Legionário, N.º 452, 11 de maio de 1941

7 DIAS EM REVISTA

Como católicos e como brasileiros lamentamos profundamente a dura provação por que vem passando o Rio Grande do Sul. A publicidade dada ao que ali tem ocorrido nos dispensa tecer qualquer outro comentário a este respeito, tão óbvias são as razões dos sentimentos que externamos.

Como de costume, porém, o “Legionário” não se quer cingir a considerações de caráter meramente ideal. É preciso descer à prática. Se é justo que todos se condoam das populações que ali se encontram expostas as conseqüências das terríveis intempéries que flagelaram o Rio Grande do Sul, justo é que todos concorram para aliviar tão grandes males. Não é com suspiros de comiseração, mas sobretudo com auxílios concretos que situações como aquelas podem ser remediadas.

Assim, pois, merece todo o apoio a obra promovida por elementos exponenciais de nossa sociedade, em prol de tão nobre finalidade.

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A este respeito, não queremos deixar de acentuar que a caridade deve começar dentro da própria casa. Quando há brasileiros que estão carecendo dos mais urgentes auxílios, quando parte do solo nacional se vê devastada por uma verdadeira catástrofe, deve-se cessar os chás beneficentes e iniciativas congêneres destinadas a aliviar misérias em outros países.

Realmente, que propósito há de que deixemos na carência de recursos nossos próprios irmãos, a fim de mandar para o outro lado do Oceano víveres que em conseqüência do bloqueio talvez nem cheguem lá, pois que deveriam ser conduzidos através do Atlântico e de outros mares ainda perigosos sua destinação final?

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Contristam-nos os conceitos emitidos, constantemente, pelo aviador Lindberg acerca da situação internacional. No que é propriamente de natureza política, aquele “az” emite conceitos de uma superficialidade deplorável, o que aliás se pode facilmente explicar, pois que, sendo ele uma autoridade em matéria aviatoria, nem por isto adquire ciência política de caráter infuso. Mas ainda mesmo nos assuntos de sua especialidade, Lindberg faz provas de um pessimismo que roça no derrotismo, e que poderá acarretar para a grande república “yanque” as mais serias dificuldades. Em suma, Lindberg já não parece ser o aviador dos grandes feitos, e o amor aos feitos audaciosos da aviação parece ter-se substituído nele pela triste arte de manusear o guarda-chuva do Sr. Chamberlain.