Como católicos e como brasileiros lamentamos
profundamente a dura provação por que vem passando o Rio Grande do Sul. A publicidade dada ao que ali tem ocorrido nos dispensa
tecer qualquer outro comentário a este respeito, tão óbvias são as razões dos
sentimentos que externamos.
Como de costume, porém, o “Legionário” não se quer
cingir a considerações de caráter meramente ideal. É preciso descer à prática.
Se é justo que todos se condoam das populações que ali se encontram expostas as
conseqüências das terríveis intempéries que flagelaram o Rio Grande do Sul,
justo é que todos concorram para aliviar tão grandes males. Não é com suspiros
de comiseração, mas sobretudo com auxílios concretos que situações como aquelas
podem ser remediadas.
Assim, pois, merece todo o apoio a obra promovida
por elementos exponenciais de nossa sociedade, em prol de tão nobre finalidade.
* * *
A este respeito, não queremos deixar de acentuar
que a caridade deve começar dentro da própria casa. Quando há brasileiros que
estão carecendo dos mais urgentes auxílios, quando parte do solo nacional se vê
devastada por uma verdadeira catástrofe, deve-se cessar os chás beneficentes e
iniciativas congêneres destinadas a aliviar misérias em outros países.
Realmente, que propósito há de que deixemos na
carência de recursos nossos próprios irmãos, a fim de mandar para o outro lado
do Oceano víveres que em conseqüência do bloqueio talvez nem cheguem lá, pois
que deveriam ser conduzidos através do Atlântico e de outros mares ainda
perigosos sua destinação final?
* * *
Contristam-nos os conceitos emitidos,
constantemente, pelo aviador Lindberg acerca da situação
internacional. No que é propriamente de natureza política, aquele “az” emite
conceitos de uma superficialidade deplorável, o que aliás se pode facilmente
explicar, pois que, sendo ele uma autoridade em matéria aviatoria,
nem por isto adquire ciência política de caráter infuso. Mas ainda mesmo nos
assuntos de sua especialidade, Lindberg faz provas de
um pessimismo que roça no derrotismo, e que poderá acarretar para a grande
república “yanque” as mais serias dificuldades. Em
suma, Lindberg já não parece ser o aviador dos
grandes feitos, e o amor aos feitos audaciosos da aviação parece ter-se
substituído nele pela triste arte de manusear o guarda-chuva do Sr. Chamberlain.