Continuam em Londres os debates acerca da
propaganda pacifista e comunista, que tantas esperanças devem proporcionar a
todos os totalitários e tantas apreensões aos católicos.
Os elementos comunistas procuram impressionar o Sr.
Wendell Wilkie por meio de uma
manifestação dissolvida pela polícia. Além disto, seus partidários na Câmara
dos Comuns se esforçaram vivamente por defendê-los. E, com espanto geral, as
vozes que se ergueram em sentido favorável a eles não partiram apenas da extrema-esquerda. Também da extrema-direita
receberam eles eficaz apoio, notando-se especialmente a atitude do famoso
jurista Sr. Pritt, conhecido por sua posição “ultra-direitista”,
que, alegando escrúpulos de ordem legal, considerava impossível uma repressão
eficaz ao comunismo e votava a favor das teses vermelhas! Curiosa colaboração
entre os totalitarismos pardo e vermelho, que o “Legionário” mais uma vez
acentua, para esclarecimento de seus leitores.
* * *
Graças a Deus, porém, nem todas as notas que nos
vem da Inglaterra são sombrias. Chamou-nos muito a atenção o fato de ter o Sr. Wendell Wilkie visitado S.Em.a o
Cardeal-Arcebispo de Londres, a fim de se informar junto aquele Príncipe da Igreja
sobre a atitude dos católicos ingleses perante a guerra.
Nenhuma razão protocolar podia explicar esta
visita. Oficialmente protestante, a Inglaterra nenhuma posição
consigna em seu direito público ao Cardeal Hinsley.
Se o Sr. Wilkie devesse fazer alguma visita
protocolar, teria de ir ao palácio do “arcebispo” anglicano de Canterbury e não ao do Cardeal Hinsley. Se o Sr. Wilkie, em vez de
visitar aquele, visitou este, é porque evidentemente este possui uma influência
que aquele já não tem. Em outros termos, a massa católica vai crescendo na
Inglaterra.
* * *
Mas o que sobretudo merece menção é a resposta de
S. Em.ª. Disse o Cardeal que os católicos ingleses estão prestando um concurso
cem por cento na luta contra o nazismo, o que é facilmente explicável já que S.
Em.ª, pessoalmente, já tem feito pelo rádio os mais merecidos discursos contra
as autoridades pagãs do III Reich.
O que é curioso é fazer notar, ao lado dessa
atitude firme dos católicos ingleses, a atitude sub-repticiamente
nazificante de seitas protestantes pacifistas que
pregam na Inglaterra a recusa do serviço militar.