Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 17 de novembro de 1940, N. 427

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(...) Enquanto na Alemanha ainda ecoam os últimos sons do festim nazi-soviético, que hoje mostra a nu a solidariedade das duas heresias, se bem que estas ainda possam, amanhã, retomar a comédia e os disfarces de ontem, ocupemo-nos, nesta secção, de outros assuntos.

O primeiro dele será o falecimento do Sr. Chamberlain. Não é menos necessário que, à beira da sepultura do homem a cujo propósito o “Legionário” se sentiu no dever de dizer tantas e tão duras verdades, infelizmente confirmadas pela evidência dos fatos, não é necessário dizíamos, que relembremos todas estas tristezas. O mal que ontem, movidos pelo dever, lhe exprobrávamos, hoje pedimos a Deus que lho perdoe. O sangue dos inocentes que clama aos Céus e pede a Deus vingança, também consegue muitas vezes o perdão do culpado. A cegueira, a imprevidência, a ingenuidade absolutamente inconcebíveis de Chamberlain, ocasionaram para a Europa uma catástrofe que seria difícil medir. Ao menos que tantas lágrimas consigam de Deus o perdão para ele, e a felicidade eterna para sua alma.

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A observação que faremos não se refere, pois, a Chamberlain, mas aos que se tornaram responsáveis pelas cerimonias funerárias subsequentes a seu falecimento. Como explicar, como justificar, que se tenha procedido à incineração de seu cadáver? Essa prática desumana não se deve repugnar apenas aos que são católicos, mas a todos aqueles em que a sensibilidade sabe vibrar com retidão. Assim, nos parece lamentável que a incineração se tenha verificado, e sobretudo que tenha sido feita antes de qualquer cerimônia religiosa.

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Todos se lembram, certamente, da eloquência demagógica com que os comunistas russos costumavam investir contra o que eles chamavam gastos exorbitantes dos sumptuários do regime czarista. Não deixará, pois, de parecer curioso, para muitos leitores, o fato de ter o governo russo decretado que os marechais soviéticos passem a usar a seguinte insígnia, distintiva de seu cargo: uma facha vermelha, moiré, sobre a qual estará a estrela de ouro, com cinco pontas, tendo ao centro um diamante. O peso total é de 36,8 gramas.

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É curioso notar como todos os elementos outrora afiliados à esquerda têm facilidade em aderir ao nazismo, nos países onde as tropas deste penetraram. Assim é que a CGT [Confederação Geral dos Trabalhadores] francesa, famoso reduto bolchevizante, se “converteu” ao pétainismo logo depois da ocupação alemã. Lobos, transformaram-se em cordeiros, em massa, coletivamente, jubilosamente, ao toque da espada do Marechal, ou, melhor, pela aspersão de um pouco de tinta com que se assinou o armistício de Compiègne.

Novas “conversões” à direita continuam a se operar: a CGT belga, também ela um famoso reduto socialista e bolchevizante, acaba de aderir ao socialismo nacionalista do Sr. Hitler, por meio de um manifesto que, entre outras assinaturas, traz a do Sr. Henri de Man.


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