Legionário, N.º 426, 10 de novembro de 1940

7 DIAS EM REVISTA

O “Legionário” tem tido, recentemente, confirmações brilhantes a respeito de quanto disse sobre a incúria, a inépcia, a incapacidade daqueles dentre políticos ingleses e franceses, obedientes que se mostravam à orientação de Daladier e de Chamberlain. Efetivamente, tem aparecido em nossos diários vários artigos de autores franceses que mostram que o espírito profundamente “pacifista” - no que a expressão tem de mais detestável - dos políticos imbuídos do “espírito de Munich” foi o grande responsável pelo total aniquilamento da França.

Esse espírito “pacifista”, que chamamos detestável porque não quer só a “paz, fruto da justiça”, mas a própria “paz, fruto da injustiça”, foi em suma o grande responsável pelo desastre francês.

Entre outros artigos do gênero, os do Sr. Maurois constituem a este respeito testemunhos brilhantíssimos.

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Não queremos deixar de ponderar que, por isto mesmo, não é senão uma atitude de propaganda, a indignação com que o governo de Vichy persegue e prende os antigos ministros do Sr. Daladier. Se o Sr. Pétain os responsabilizasse pela derrota, estaria certo. Mas ele os responsabiliza também pela guerra, que foi um erro não declarar antes, e que teria sido um crime deixar para depois. O governo de Vichy não representa senão a quintessência do “espírito de Munich”. E, por isto, tal processo não passa de uma atitude espetacular, destinada a iludir os espíritos, e lhes dar a impressão de que não são os atuais detentores do poder os responsáveis pela situação lamentável em que se encontra a França.

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Talvez seja por isto que o processo dos prisioneiros políticos caiu em súbito olvido, e deles não mais se fala. Diz o adágio que lobo não come lobo...

Entretanto não tenhamos ilusões: se a indignação aliás compreensível da opinião pública francesa exigir vitimas expiatórias, estas não lhe serão recusadas, e se lobo não come lobo, entretanto não terá sido esta a primeira vez em que os inimigos da Igreja se sacrificam, uns aos outros, em beneficio de sua causa.

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O “Legionário” sempre censurou as polêmicas entre católicos. Daí seu pesar e seu espanto, vendo que um conhecido jornalista publicou, em um diário, um artigo que subscrevia como “membro da Ação Católica”, e em que criticava com termos exageradamente ásperos um certo jornal, que não sabemos qual seja, mas que, a ter tomado a orientação que lhe era exprobrada, realmente merecia censura, mas feita pela Autoridade competente.

É, pois, com satisfação que podemos noticiar que, tendo a Junta Arquidiocesana de S. Paulo oficiado à Junta Nacional perguntando se pertencia à A. C. aquele jornalista, recebeu a seguinte resposta sobre o assunto:

“Em resposta á carta de V.S., tenho a honra de informar que o Sr. Melo Mourão, colaborador da “Gazeta de Notícias”, não é membro da Ação Católica. Deus guarde a V.S. (a) Hildebrando Leal, Secretário.