O “Legionário” tem tido, recentemente, confirmações
brilhantes a respeito de quanto disse sobre a incúria, a inépcia, a
incapacidade daqueles dentre políticos ingleses e franceses, obedientes que se
mostravam à orientação de Daladier e de Chamberlain. Efetivamente, tem aparecido em nossos diários
vários artigos de autores franceses que mostram que o espírito profundamente “pacifista”
- no que a expressão tem de mais detestável - dos políticos imbuídos do
“espírito de Munich” foi o grande responsável pelo
total aniquilamento da França.
Esse espírito “pacifista”, que chamamos detestável
porque não quer só a “paz, fruto da justiça”, mas a própria “paz, fruto da
injustiça”, foi em suma o grande responsável pelo desastre francês.
Entre outros artigos do gênero, os do Sr. Maurois constituem a este
respeito testemunhos brilhantíssimos.
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Não queremos deixar de ponderar que, por isto
mesmo, não é senão uma atitude de propaganda, a indignação com que o governo de
Vichy persegue e prende os antigos ministros do Sr. Daladier. Se o Sr. Pétain os
responsabilizasse pela derrota, estaria certo. Mas ele os responsabiliza também
pela guerra, que foi um erro não declarar antes, e que teria sido um crime
deixar para depois. O governo de Vichy não representa
senão a quintessência do “espírito de Munich”. E, por
isto, tal processo não passa de uma atitude espetacular, destinada a iludir os
espíritos, e lhes dar a impressão de que não são os atuais detentores do poder
os responsáveis pela situação lamentável em que se encontra a França.
* * *
Talvez seja por isto que o processo dos
prisioneiros políticos caiu em súbito olvido, e deles não mais se fala. Diz o
adágio que lobo não come lobo...
Entretanto não tenhamos ilusões: se a indignação
aliás compreensível da opinião pública francesa exigir vitimas expiatórias,
estas não lhe serão recusadas, e se lobo não come lobo, entretanto não terá
sido esta a primeira vez em que os inimigos da Igreja se sacrificam, uns aos
outros, em beneficio de sua causa.
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O “Legionário” sempre
censurou as polêmicas entre católicos. Daí seu pesar e seu espanto,
vendo que um conhecido jornalista publicou, em um diário, um artigo que
subscrevia como “membro da Ação Católica”, e em que criticava com termos exageradamente ásperos um certo jornal, que não sabemos
qual seja, mas que, a ter tomado a orientação que lhe era exprobrada, realmente
merecia censura, mas feita pela Autoridade competente.
É, pois, com satisfação que podemos noticiar que,
tendo a Junta Arquidiocesana de S. Paulo oficiado à Junta Nacional perguntando
se pertencia à A. C. aquele jornalista, recebeu a seguinte resposta sobre o
assunto:
“Em resposta á carta de V.S., tenho a honra de
informar que o Sr. Melo Mourão, colaborador da “Gazeta de Notícias”, não é membro da
Ação Católica. Deus guarde a V.S. (a) Hildebrando
Leal, Secretário.