Nada temos a dizer sobre a abdicação do Rei Carol, soberano cismático, estava afastado do grêmio da Igreja
e assim sua queda não representa o que a de Schuschnigg representa. Homem
conhecido pela extrema depravação de seus costumes, político desonestíssimo, desaparece do cenário sem deixar saudades.
De futuro será impossível escrever a História da Rumânia sem consagrar à
memória deste rei algumas páginas que ele mesmo tornou negras pelas nódoas
morais de que as encheu.
* * *
Isto não obstante, não podemos deixar de lamentar
que, com a ascensão do atual ditador, a Rumânia se
tenha transformado virtualmente em uma colônia totalitária, pois que só um
ingênuo poderia ter duvida de que ele é outra coisa senão um simples servidor
incondicional, reverente e submisso, do poderoso ditador alemão e de seu bom
irmão, o ditador russo.
A este propósito, exatamente com a imparcialidade
que empregamos com Pétain no artigo de fundo,
prestamos homenagem à coragem singular com que Carol
defendeu sua posição. Teve ele todas as manchas em sua vida, pública e privada.
Mas ao menos deu ao mundo, por sua longa e inteligente resistência ao neo-paganismo, o exemplo de sua rara coragem.
E o católico deve, mais do que ninguém, ser
admirador da valentia.
* * *
Cruel e revoltante foi a declaração oficial do
general Helgenfild, chefe da Organização de Socorros Nacional-Socialista,
de que a Alemanha suspendeu seu auxilio à França pois que “não cabe ao vencedor
atenuar a miséria e os sofrimentos provocados pelo vencido”
* * *
Na França, o Sr. Pétain está organizando um
partido único, nos moldes da Alemanha nacional-socialista.
Assim, ao mesmo tempo que institui o ensino
religioso nas escolas, prossegue ele aceleradamente na totalitarização
de seu país.
Em qual das atitudes será sincero? Já uma vez
cometeu ele uma defecção. Agora, quem será a próxima vítima? O nazismo ou a Igreja?
Quem poderá duvidar que será esta última?
O Brasil ficou a dever ao
governo de Vichy um gesto desagradável. Foi
restringida a importação de café na França.
Será possível que isso não tivesse podido evitar,
por um acordo econômico, desde que tivesse havido boa vontade por parte do
governo francês.