Não é sem viva apreensão que consideramos a notícia
dada por certa agência telegráfica de que o Sr. Lloyd George substituirá, no
gabinete britânico, o Sr. Chamberlain e Lord Halifax. Seria substituir dois municheanos por um germanófilo da
velha guarda. Já em 1914-1918, Lloyd George não ocultava seu pesar de combater
contra a Alemanha, e, ultimamente, fez ele declarações que não deixavam a menor
dúvida sobre a sua simpatia para com o espírito pacificador municheano... não
há outro adjetivo para uma coisa tão sui
generis quanto o “munichismo”... que vem orientando a política
internacional britânica.
Será possível que se queira encobrir com as cãs de
Lloyd George a mesma defecção que na França se procurou coonestar com as
dragonas de Pétain? Será possível que
dois grandes homens de 1918 sejam meros Seyss-Inquart em 1918?
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O general De Gaulle fez ao mundo uma
revelação de que não podemos deixar de tomar nota: o governo de marechal Pétain
mandou entregar às tropas neo-pagãs algumas dezenas de aviões franceses, nesta
semana.
Isto não obstante, e a despeito de tanta docilidade
e de tanta vontade de agradar, que inquestionavelmente tem revelado os
estadistas de Vichy, os alemães... ou melhor os nazistas, pois que o
“Legionário” jamais consentiu em confundir uma coisa com outra... parecem achar
ainda insatisfatória a submissão do velho marechal. A “Frankfurter Zeitung”, por exemplo chamou
Pétain de “velho comissário de uma falência”, e, em uníssono com o resto da
imprensa alemã, procura mostrar que a França deve caminhar ainda muito mais
fundo na reforma das instituições.
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A realidade é que o III Reich, que entende muito
bem de propaganda política, sabe que não é sobre os ombros vacilantes de um
ancião que pode ser posto o fardo considerável de um governo totalitário.
Pétain foi uma figura boa para um momento de transição. Era preciso apresentar,
para encobrir um gesto como o dele, um vulto que tivesse o epíteto de “Herói de
Verdun”. Agora, seu papel está chegando ao termo. E parece que a propaganda
“quinta colunista”... outro neologismo que se impõe por mais deselegante que
seja, pois que a quinta coluna não faz questão de elegância... está agora
sabotando o velho marechal, para o substituir por pessoa mais jovem e mais
capaz de empolgar as massas.
Quem seria? Há muita gente em vista. Mas parece reunir
probabilidades especiais o Sr. Adrien Marquet, atual ministro do Interior.
Assim, de um momento para outro, Pétain desaparecerá do cenário. Ou a
Providência o chamará ante o Justo Juiz, ou o sopro do desfavor hitlerista o
atirará ao ostracismo. E então, com um chefe jovem à testa do governo francês,
o Sr. Hitler se sentirá inteiramente à vontade.
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O “Legionário” registra com uma homenagem especial
o falecimento de S. E. o Cardeal-Primaz da Espanha, Arcebispo de Toledo.
Prelado de inegáveis virtudes, esteve à testa dos destinos religiosos daquela
gloriosíssima Espanha, em situações muito críticas, onde teve excelentes
oportunidades para manifestar seu zelo e prudência.
Seu falecimento provocou, não apenas na Espanha
como ainda em todo o mundo católico, explicável pesar.
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Pouco temos a dizer sobre a morte de Trotzky. O
famoso agitador caiu sob as mãos de um verdadeiro verdugo, recebendo assim já
neste mundo um justo castigo pelas idéias celeradas que sempre professou e
divulgou, bem como pela sua longa e infame carreira de agitador político, que
fez dele um autêntico flagelo da humanidade. Vitimou-o o braço de um agente de
Stalin, segundo tudo indica, deixando curso à iniquidade dos dirigentes
comunistas. Permitiu Nosso Senhor que aquele fautor de iniquidade fosse
assassinado por outro fautor de iniquidade. Que os mortos enterrem seus mortos,
diz o Santo Evangelho.
A única coisa que nos resta é pedir a Deus, cuja
misericórdia é inefável e cujo tesouro de bondade é infinito, que se apiede de
sua alma pecadora.