Telegramas de anteontem nos deram notícias de que,
até aquela data, fortes da linha Maginot ainda
resistiram ao inimigo, não se conformando com a defecção do governo francês
ante os nazistas.
Esse fato é sintomático e constitui mais um
elemento provante da repulsa com que os franceses
receberam o armistício pedido por Pétain.
Na França, inteiramente isolada do mundo pela astúcia
de Hitler, que exigiu a cessação
de todas as atividades telegráficas a fim de dividir o país e assim mais
facilmente impor-lhe o novo regime totalitário, para o qual não faltarão os “Quislings”, essas pequenas notícias devem ser tomadas em
toda a extensão do que realmente traduzem.
* * *
A respeito do novo regime a ser adotado pela França,
para o que será o parlamento convocado em Clermont-Ferrand, formando a Assembléia Nacional, nada de positivo ainda
se sabe, exceto que o regime a ser imposto ao país é o totalitário.
As últimas notícias citam um artigo do “Deutsche Allgemeine Zeitung”, segundo o qual a França terá brevemente um
novo governo e nova constituição que “farão daquele país um Estado
essencialmente agrícola”.
Isso significa simplesmente a destruição das
indústrias francesas, e a redução do país a um feudo germânico, de cujas
indústrias viria obrigatoriamente a se abastecer.
Como “armistício honroso”, indiscutivelmente Pétain não podia desejar maior vergonha.
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Apesar de não ter ainda conseguido iludir
inteiramente a opinião norte-americana sobre os perigos que ameaçam o país, a
quinta coluna não consegue deter seus ímpetos terroristas.
No próprio coração de Nova York, na Feira Mundial, lançaram eles bombas lança-chamas
visando destruir o pavilhão britânico.
O fato, cujas conseqüências materiais não foram de
maior monta, veio tornar público que os elementos anti-nacionais
yankees não só agem pela propaganda
insidiosa, como ainda estão providos com os mais modernos armamentos para
provocar qualquer desordem no país.
O governo francês resolveu romper relações com
Londres, em virtude de ter a esquadra inglesa bombardeado e posto a pique os
navios franceses ameaçados de cair em mãos dos nazistas.
Se a Alemanha fosse dirigida por
outro governo que não o nazista só lhe restaria responder a Pétain
que apreciava devidamente o gesto que os ingleses tiveram, para salvaguarda da
honra da França, uma vez que a marinha de guerra germânica também preferia ser
sepultada nos mares que sofrer a desonra de cair nas mãos inimigas depois [erro
tipográfico do jornal].....1918.