Legionário, N.º 407, 30 de junho de 1940

7 DIAS EM REVISTA

Se bem que a posição deste jornal já esteja perfeitamente definida, lamentando o alastramento do neo-paganismo atrás das hostes totalitárias, não pode ele deixar de, conforme à sua linha de conduta anterior, registrar as considerações emitidas recentemente na rádio do Vaticano contra as injustiças do Tratado de Versalhes.

Estas injustiças foram numerosas e a diplomacia pontifícia procurou atenuá-las quanto pode. Chegou agora o momento em que aqueles que tão duras condições sofreram, podem mostrar que “dente por dente e olho por olho” não é a norma fundamental dos países civilizados, e que a paz ditada por eles não será eivada dos mesmos defeitos da paz que lhe foi imposta.

Mas duvidamos de que seja este o raciocínio dos vencedores.

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Não há coisa mais perigosa do que ser aliado do totalitarismo. Experimenta-o a Hungria, onde as minorias alemãs estão começando a fazer um movimento reivindicacionista no estilo clássico do que já ocorrem na Tcheco-Eslovaquia e em Dantzig.

Assim, pois, também certas parcelas da Hungria serão, dia mais dia menos, incorporadas ao território alemão e seus elementos expostos a perseguições religiosas. Se ao menos se pudesse ter a certeza de que a avalanche neo-pagã se deteria aí!

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Se bem que estejamos de acordo com a linha de conduta do Gal. De Gaulle, lamentamos vivamente que se fale na inclusão, entre os membros do governo a ser por ele constituído, do sr. Leon Blum, figura sinistra em cujo anti-nazismo ninguém pode confiar.

É à impassibilidade do sr. Blum que o sr. Hitler deve a conquista da Áustria, e o Gal. De Gaulle prejudica singularmente a França incluindo no seu gabinete este nome deplorável.