Se bem que a posição deste jornal já esteja
perfeitamente definida, lamentando o alastramento do neo-paganismo
atrás das hostes totalitárias, não pode ele deixar de, conforme à sua linha de
conduta anterior, registrar as considerações emitidas recentemente na rádio do
Vaticano contra as injustiças do Tratado de Versalhes.
Estas injustiças foram numerosas e a diplomacia
pontifícia procurou atenuá-las quanto pode. Chegou agora o momento em que
aqueles que tão duras condições sofreram, podem mostrar que “dente por dente e
olho por olho” não é a norma fundamental dos países civilizados, e que a paz
ditada por eles não será eivada dos mesmos defeitos da paz que lhe foi imposta.
Mas duvidamos de que seja este o raciocínio dos
vencedores.
* * *
Não há coisa mais perigosa do que ser aliado do
totalitarismo. Experimenta-o a Hungria, onde as minorias alemãs estão começando a fazer um
movimento reivindicacionista no estilo clássico do
que já ocorrem na Tcheco-Eslovaquia e em Dantzig.
Assim, pois, também certas parcelas da Hungria
serão, dia mais dia menos, incorporadas ao território alemão e seus elementos
expostos a perseguições religiosas. Se ao menos se pudesse ter a certeza de que
a avalanche neo-pagã se deteria aí!
* * *
Se bem que estejamos de acordo com a linha de
conduta do Gal. De Gaulle, lamentamos vivamente que se fale na inclusão, entre os
membros do governo a ser por ele constituído, do sr. Leon
Blum, figura sinistra em
cujo anti-nazismo ninguém pode confiar.
É à impassibilidade do sr. Blum
que o sr. Hitler deve a conquista da Áustria, e o Gal. De Gaulle prejudica singularmente a França
incluindo no seu gabinete este nome deplorável.