Nossas afirmações sobre o fracasso do carnaval e o
êxito dos retiros espirituais se confirmam plenamente. A despeito da iluminação
e dos tablados que com dispêndio não pequeno a Prefeitura de São Paulo ofereceu
à população, a despeito da propaganda intensa dos diários e dos rádios, a
despeito do policiamento do trânsito, que foi feito com amor maternal para com
o carnaval, consagrando-lhe uma faixa tão extensa de ruas que ele a custo as
cobria de ponta a ponta, a despeito da proibição dos automóveis não ocupados
por “carnavalescos” transporem as ruas destinadas ao corso, mesmo quando ali este era tão ralo que uma lesma as poderia
atravessar sem perigo, a despeito de tudo isto, o carnaval agonizou. Como
dissemos, a polícia reservou ao corso
a maior extensão que lhe seria possível. Essa extensão, o corso esteve muito e muito longe de a cobrir. E ela não era,
entretanto, nem sequer a terça parte da extensão ocupada pelo corso há anos atrás!
Enquanto isto, e enquanto uma verdadeira multidão
de excursionistas procurava fugir à alegria de encomenda decretada para aqueles
dias, retirando-se para o interior e o litoral, em sentido inverso uma
verdadeira multidão de moços, provenientes de todo o Estado, se dirigia a São
Paulo para os retiros espirituais.
Os fatos falam por si, e não exigem comentários!
* * *
Conforme edital da Cúria Metropolitana, festejou-se
no dia 5 p.p. o aniversário natalício do Ex.mo Rev.mo Mons. Ernesto de Paula, Vigário-Geral desta
Arquidiocese.
As afetuosas manifestações de apreço que recebeu de
S. Ex.a Rev.ma o Sr. Arcebispo Metropolitano, S. Rev.ma viu somarem-se, neste
dia, as de todos os que, tendo admirado suas notáveis qualidades intelectuais e
morais, sua rara energia e capacidade de ação, delicadeza de trato e faculdades
de mando, são seus admiradores calorosos.
O “Legionário” telegrafou a S. Ex.a Rev.ma,
manifestando-lhe seus sentimentos de obediência incondicional e filial afeto.
* * *
Convém às vezes, em política e em Religião, usar do
famoso princípio “similia similibus curantur”, e atacar um mal pelo outro.
O “Estado de São Paulo” de 8 p.p., publicou um
artigo de Hermann Rauschinigg, ex-íntimo colaborador do Sr. Hitler e antigo presidente
do Senado de Dantzig, contendo a seguinte curiosa declaração sobre os
protestantes:
“Os pastores protestantes, disse ainda Hitler, não
tem sequer a idéia do que seja uma Igreja. Pode-se fazer tudo a eles, sempre se
dobrarão. Estão habituados às humilhações. Aprenderam a suportá-las junto aos
morgados que aos domingos os convidavam a comer pato assado. Mas não tinham
assento à mesa; comiam com as crianças ou os preceptores. Já se consideravam
satisfeitos com não ser obrigados a partilhar a refeição dos domésticos...”
Em outro artigo do Sr. Rauschnigg,
publicado no mesmo jornal, encontramos sobre o imperialismo nazista na América
Latina os seguintes projetos que devem fazer refletir profundamente, e que o
Sr. Hitler manifestou ao autor na intimidade:
“Esperaremos alguns anos, se
preciso e os ajudaremos a desembaraçar de tudo isso (Hitler falava de
democracia). Naturalmente será preciso mandar gente nossa para lá. Nossa
juventude deve aprender a colonizar. É uma tarefa que não se consegue com
burocratas perfeitos e governantes prudentes. O de que precisamos para lá são
jovens destemidos. Não se trata de mandá-los ao sertão, nem de desbravar o
mato. Não, o que é preciso são jovens que tenham acesso na boa sociedade e que
ao mesmo tempo se ponham em contato com as camadas mais baixas, com os índios e
os mestiços.
“Servir-nos-emos de uns e
de outros, meu caro Pf...”, interrompeu Hitler, com
alguma impaciência. Insuflaremos dois movimentos diferentes: um, de defesa
legal, outro, revolucionário. Achais isto difícil? Creio que já demos prova de
que sabemos fazer um trabalho desses, e se não tivesse sido assim, não
estaríamos agora um em face do outro. Nossa intenção não é fazer como Guilherme
o Conquistador, não iremos desembarcar tropas para nos apoderarmos do Brasil. Nossas armas são invisíveis. Aos nossos
“Conquistadores”, meu caro, cabe uma tarefa mais difícil que aos de outrora;
suas armas, do mesmo modo, são de manejo mais delicado”.