Sir Joseph
Avenol, Secretário Geral da Liga das Nações, oficiou a todos os
países não filiados àquela entidade internacional, solicitando seu apoio moral
e material à Finlândia, ora empenhada em uma gloriosa e desigual luta com o
bolchevismo. A esse ofício, o Sr. Oswaldo Aranha, Ministro do Exterior, respondeu prometendo o apoio moral
do Brasil à Finlândia, para que esta repila as formidáveis forças do exército
invasor. Dentro desta ordem de idéias, o Brasil até já havia
providenciado, acrescentou nosso Chanceler, enviando à Finlândia um protesto
contra a violência de que ela está sendo objeto.
O governo argentino comunicou a sir
J. Avenol que enviará 150.000.000 de quilos de trigo
àquele glorioso país, concorrendo assim de modo sumamente eficaz para a vitória
da Finlândia.
Não deve jamais desfalecer, no Brasil, a propaganda
anticomunista. É dever da imprensa católica, de quando em quando, reavivar a
indignação pública contra aquele regime totalitário, tanto mais que a essa
atitude muito se deve prestar nosso atual ambiente político, uma vez que foi
para combater mais eficazmente o comunismo que se levou a cabo o golpe de 10 de
novembro, no dizer dos autores deste.
Assim, não podemos deixar de registrar com
satisfação o vigoroso protesto de toda a Câmara dos Deputados da França, quando
alguns deputados comunistas mobilizados, que deveriam estar na Linha Maginot a defender sua pátria, tiveram a audácia de se
apresentar àquela Casa do Parlamento, demonstrando assim que não estavam no
cumprimento do seu dever. Essa atitude de acintoso e repelente antipatriotismo dos deputados totalitários provocou uma tal
explosão de cólera, que foram eles fisicamente agredidos por seus colegas, e
expulsos do recinto por funcionários da Câmara.
Esse incidente prova claramente a corrupção
profunda que as convicções totalitárias de Marx insinuaram no
espírito daqueles deputados.
* * *
A rádio-emissora do
Vaticano anunciou, há dias, que a polícia secreta alemã, obedecendo à política
totalitária do governo, dissolveu duas organizações femininas católicas, tendo
sido confiscados bens a elas pertencentes. Acrescenta a estação de rádio da Santa
Sé que, também na Rússia, a campanha do totalitarismo contra o catolicismo
continua intensa, tendo o governo soviético baixado um decreto que considera
órgão para-estatal uma organização ateísta russa,
cujos dirigentes terão os privilégios próprios aos altos funcionários
soviéticos. Entre as atribuições dessa nova entidade, figura a organização de
comícios que, com as maiores proporções possíveis, deverão reunir em praça
pública as multidões, a fim de que neguem solenemente a existência de Deus Nosso
Senhor.
Para tratar, entre outros assuntos, da situação dos
católicos poloneses recentemente incorporados ao Reich, reuniu-se em Berlim uma conferência de
Bispos, à qual, infelizmente, não pôde comparecer, por enfermo, o grande e
imortal Arcebispo de Munich, Cardeal von Faulhaber.
O “Legionário”, que tantas vezes tem sido forçado a
atacar a política totalitária e, implicitamente, anticatólica
do nazismo, aproveita a ocasião para exprimir sua veneração irrestrita ao
glorioso Episcopado alemão que, com uma energia heróica, tem sabido defender os
direitos da Santa Igreja de Deus. O “Legionário” nunca teve, não tem e jamais
terá animosidade contra a Alemanha. Pelo contrário, vê nela um dos mais
ilustres e simpáticos países do mundo. Mas a Alemanha heróica, cavalheiresca,
ativa, ordeira e tradicional, a Alemanha educada e sobrenaturalizada
pela ação da Igreja nada tem de comum com o paganismo nazista, contra o qual
todo e qualquer católico deve lutar destemidamente, sob pena de ser indiferente
aos interesses de sua Fé.
* * *
Continua intensa a propaganda em prol da bolchevização da Polônia. Assim, na Universidade de Lwowo, foi criada uma cadeira de “leninismo”.
Brevemente reunir-se-á, na mesma cidade de Lwowo, [erro
tipográfico, linha truncada]....... foi criada uma cadeira com
professores russos, destinado a organizar e adaptar, segundo o espírito
comunista, os métodos de ensino na Polônia. Uma seção do Comissariado ou
Ministério da Instrução da Rússia já foi instalada na
Polônia, tendo promovido 160
conferências sobre o comunismo, a fim de bolchevizar o país.
* * *
Para terminar, uma nota curiosa. No Brasil, os
protestantes, cujos “pastores” são em geral agentes imperialistas “yankees”,
vivem com a boca cheia de expressão “liberdade de pensamento”, e proclamam ser
uma violação dessa liberdade o reconhecimento, aos católicos, de seus mais
elementares direitos, como por exemplo o do ensino religioso, aliás também
facultado aos protestantes.
Entretanto, nos países em que eles têm elementos
aberta e declaradamente seus no governo, são eles os maiores inimigos do que
eles mesmos costumam chamar “liberdade de pensamento”.
Assim, por exemplo, porque o Sr. Roosevelt, com intuitos mera e exclusivamente políticos, constituiu
um representante pessoal junto ao Santo Padre, foi uma saraivada de críticas
contra o Chefe do Governo, a tal ponto que este resolveu receber em audiência
especial os “pastores” mais recalcitrantes, a fim de lhes dar explicações.
É assim, pois, o liberalismo protestante:
essencialmente contraditório. Pelo que, aliás, se mostra ele autenticamente
protestante, porque a marca característica do protestantismo é a contradição.