Legionário, N.º 376, 26 de novembro de 1939

7 DIAS EM REVISTA

O gesto do Governo húngaro, condecorando S. Ex.a Rev.ma, o Sr. Dom Domingos de Silos Schelhorn, Abade do Mosteiro de São Bento nesta Capital, teve grata repercussão nos círculos católicos.

Aquele insigne Prelado, que se tem distinguido constantemente por sua piedade e por suas raras qualidades, goza de uma estima e de um respeito geral, motivados por sua alta dignidade, e pelo valor de sua personalidade. Pelo que causou pronunciada satisfação ver-se que a Hungria soube reconhecer os serviços por ele prestados aos interesses espirituais da colônia húngara.

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Consideramos digno de particular registro o que nos informaram telegramas procedentes da Europa na semana finda. Segundo eles, na parte do território polaco ocupada pela Alemanha, o governo nazista ordenou extensos e sistemáticos confiscos de propriedades individuais, a título de benefício para o interesse do Estado.

Não houve indenização aos proprietários.

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Chamamos a atenção de nossos leitores para o edital da Cúria Metropolitana, que, a propósito da realização da “Semana Operária”, manda que se lance mão de todos os meios para que os católicos compreendam sempre mais e mais a importância da questão social em nossos dias.

Essa sábia determinação de S. Ex.a Rev.ma. o Sr. Arcebispo Metropolitano implica na afirmação de um princípio que sempre dirigiu e orientou as atividades desta folha. Não há, no Brasil, em matéria de atividade apostólica, obra mais eficaz e mais compensadora do que trabalhar para que os católicos se tornem sempre mais conhecedores dos problemas da atualidade, de forma a se sentirem aptos a traduzir em atitudes eficazes as ordens incessantes que a Santa Sé dá constantemente aos fiéis neste sentido.

Assim, além da organização de festivais e coletas, mandou S. Ex.a Rev.ma. que se fizesse esse trabalho de formação da mentalidade do laicato católico. E determinou que a Ação Católica trabalhasse para multiplicar o mais possível os Círculos Operários.

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Tudo isto, entretanto, nos conduz a outra ordem de idéias. Se é fato que, no terreno do apostolado, este trabalho de alertamento da cultura católica é fundamental, o incomparavelmente mais expressivo do que outros objetivos apostólicos cujo alcance certos espíritos percebem mais facilmente, do que valeria tudo isto sem a formação?

De fato, se os espíritos não tiverem uma séria vida interior, animada por uma piedade sólida, por uma instrução religiosa efetiva e concretizada por uma luta incessante contra si mesmos, do que poderá valer tudo isto? As maiores organizações se esfarelariam e desapareceriam em pouco tempo se não tivessem por base a formação. Ou, o que é pior, se transformariam, como as irmandades maçônicas do tempo de Dom Vital... e suas congêneres de todos os tempos inclusive o nosso, em instrumentos de guerra mais ou menos surda à Igreja.