Legionário, 353, 18 de junho de 1939

7 DIAS EM REVISTA

Pelo telégrafo nos vem a notícia da realização de um imponente Congresso Eucarístico realizado em Florianópolis. Mais de 10.000 pessoas procedentes de todos os pontos do Estado afluíram à Capital de Santa Catarina, a fim de adorar Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento da  Eucaristia.

Os Congressos Eucarísticos, como aliás todos os atos de Culto católico tem um caráter eminentemente religioso, que cumpre não ignorar ou nem sequer equiparar em  importância a outras considerações de ordem temporal a que, acidentalmente, se possam eles prestar.

Feita esta ressalva, cumpre reconhecer que tal Congresso é uma prova bem visível de quanto está progredindo o movimento católico naquele Estado. E o progresso do movimento católico não pode deixar de constituir uma preciosíssima garantia da integridade do território nacional em Santa Catarina. Em primeiro lugar, porque não há um único católico digno desse nome que não considere a infiltração dos princípios nazistas como uma infiltração do espírito do demônio, do mundo e da carne, que devemos ardentissimamente combater. Em segundo lugar, porque o bom católico é necessariamente bom patriota, e tem a obrigação de defender a sua Pátria contra os estrangeiros. Finalmente, até aos próprios alemães que são católicos, a infiltração nazista é antipática, não apenas sob ponto de vista da doutrina hitlerista, mas ainda da honestidade; porque esta infiltração, na medida em que visa desmembrar nosso território, é um roubo vergonhoso.

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Cumpre acentuar que o próprio Governo de Santa Catarina reconheceu isto, dando o seu apoio, por meio de medidas na sua alçada, à realização do Congresso, ao qual compareceu pessoalmente o Interventor Nereu Ramos.

Isto posto, por que é que certa imprensa escandalosa e venal vive a “escarafunchar” casinhos sem importância e em geral deturpados por ela própria? É uma pergunta que aqui fazemos: por que não dar a este Congresso Eucarístico tanto relevo quanto aos tais “casinhos” cujo mérito não queremos discutir? (...)