Há alguns meses atrás, a colônia israelita de São
Paulo, comemorando uma de suas datas religiosas, determinou o fechamento dos
estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus.
O sucesso da medida foi enorme. De diversos bairros
da cidade chegaram-nos informações de que era impressionante o número de
estabelecimentos comerciais que, disciplinadamente, haviam cerrado suas portas.
Na rua da Consolação, por exemplo, era inimaginável o número de moveleiros, tapeceiros etc., que
haviam suspenso suas atividades.
No entanto, o dia não era feriado nacional, nem
coincidia com qualquer festa católica.
Involuntariamente, os corações católicos sentiram
uma grande tristeza, lembrando-se do número também incontável de
estabelecimentos comerciais, pertencentes a católicos, que conservam
escandalosamente abertas suas portas em dias santos de guarda.
Felizmente, porém, neste ano, temos a registrar uma
sensível melhoria nessa dolorosa situação. Efetivamente, diversos estabelecimentos
desta capital, todos eles da maior importância comercial, publicaram com grande
destaque uma nota pela imprensa, comunicando que, em atenção à Semana Santa,
cerrariam suas portas não apenas na Sexta-Feira
Santa, que é o dia santo de guarda, mas também na quinta-feira.
O “Legionário” não pode deixar de se rejubilar com
uma tão auspiciosa inovação, índice expressivo de um estado de coisas que
autoriza positivas esperanças.
* * *
O Sr. General Góes Monteiro foi designado pelo
Sr. Presidente da República para, atendendo a convite da Alemanha, ir estudar
os mais modernos processos bélicos naquele país.
Aquela alta patente militar, por este motivo,
recebeu, em Porto Alegre, uma homenagem de uma associação de ex-combatentes
alemães, presidida pelo cônsul da Alemanha no Rio Grande do Sul. Nessa ocasião,
o cônsul alemão proferiu um discurso em sua própria língua natal, depois do que
revelou ao Sr. Gen. Góes Monteiro a existência de diversos núcleos de ex-combatentes no Rio Grande e no Rio de Janeiro. Não disse
entretanto se havia núcleos em outras localidades, o que, aliás, importaria
sobremodo saber.
Podemos facilmente imaginar o embaraço em que o Sr.
Gen. Góes Monteiro se deve ter sentido. Enquanto o governo federal promulga
leis destinadas, em boa hora, a reprimir as infiltrações alemãs que tantos
dissabores vem causando na Argentina; enquanto o embaixador alemão no Rio
permanece indefinidamente na Europa, o cônsul da Alemanha tem a sem-cerimônia
de anunciar que seus patrícios continuam violando as leis brasileiras, e esta
declaração é feita na presença de um dos mais notórios representantes do
Exército Nacional!
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Deploramos que a Polícia do Distrito Federal tenha
deixado publicar a caricatura irreverente que de S. S. o Papa Pio XII fez uma revista
daquela localidade. Não se compreende essa tolerância em um Estado dotado de
leis que devem torná-lo forte. Em um Estado liberal, esse fato seria
deplorável, mas as autoridades policiais poderiam alegar, para se justificar,
os limites impostos pela lei à ação do poder público. Entretanto, tal não se dá
em um Estado forte, que, se é forte, deve mostrá-lo nessas ocasiões.
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Assinalamos com o maior gáudio a vitória eleitoral
obtida pelos católicos belgas, nas recentes eleições. Como é sabido, a esquerda
e a direita sofreram apreciáveis recuos. E o partido católico conquistou mais
dez cadeiras no Parlamento.
Diversas verificações importantes podem ser feitas
através deste fato. A primeira é que o rexismo, que
se inculcava como a única salvação contra as esquerdas, saiu tão fragorosamente derrotado, que a custo conseguiu eleger seu
chefe e um punhadinho de deputados. Entretanto, as
esquerdas também perderam terreno. Logo, para derrotar as esquerdas, o rexismo de nenhum modo era indispensável.
Outra verificação é que, com a debâcle
rexista, a política alemã sofreu um sério revés. Com
isso, a paganização da Bélgica e da Europa sofreu
um grave golpe. E tudo isto se deve ao gesto de energia de S. Ema o
Cardeal-Arcebispo de Malines, condenando o rexismo. Efetivamente, sem os católicos, o rexismo não poderia medrar. O Cardeal Van
Roey lhe retirou o apoio
dos católicos, e assim o exterminou. A humanidade dirá, futuramente, o quanto
ficou a dever a esse grande Prelado, que dá assim um belíssimo exemplo de
intrepidez apostólica.
Ao mesmo tempo, é de se notar com viva satisfação
como se manteve intacta a disciplina dos católicos belgas. Contra fiéis tão
unidos aos seus Bispos, e com Bispos tão filialmente
unidos a Roma, não há rexismo nem comunismo que possa
obter triunfos.
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De uma recente Pastoral de S. Ex.a Rev.ma o Sr.
Arcebispo de Friburg in Brisgau, na Alemanha, publicada pelo “Osservatore Romano”,
extraímos o seguinte trecho: “Infelizmente, não se pode duvidar de que, em
terras alemãs, Cristo é combatido de modo sempre crescente. O ódio contra
Cristo se serve até de trechos do Talmud. Recusa-se
qualquer respeito para com Ele, sob pretexto de ser judeu. Mas trata-se aí de
um mero pretexto: na realidade, o que move essas perseguições é o desejo de não
reconhecer sua obra redentora”.