Legionário, N.° 332 , 22 de janeiro de 1939

 

7 DIAS EM REVISTA

Acha-se no Rio de Janeiro o sr. Ben Cherington, chefe da Divisão das Relações Culturais dos Estados Unidos, que aqui procurará estreitar o intercâmbio intelectual entre o Brasil e os Estados Unidos.

O momento torna oportuna uma cooperação diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, contra inimigos externos. Mas essa cooperação se tornaria indesejável se implicasse na desnacionalização do Brasil pela infiltração da cultura “yankee” pagã entre nós.

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Um exemplo dos malefícios dessa propaganda americana está para chegar ao Brasil: um grupo de modelos vivos de Nova York que virá apresentar no Rio de Janeiro as últimas modas de Nova York e Paris, patrocinado pela Exposição Internacional de 1939.

Convenhamos que essa forma de propaganda não é de molde a atrair nossa simpatia, pois que não é através dos decotes exagerados, dos costumes disparatados, que o cinema nos apresenta, que formaremos dos Estados Unidos uma idéia favorável.

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O Ministro do Exterior do Uruguai pretende enviar ao Congresso um projeto criando uma representação diplomática junto à Santa Sé.

O Uruguai tem, nestes últimos anos, evoluído de uma maneira sã, que principiou com a ruptura das relações com a URSS.

Esperamos que continue nesse caminho. aproximando-se cada vez mais da Igreja, a fim de melhor cumprir a sua missão.

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A polícia holandesa fechou as oficinas do jornal “National Dagblad”, órgão do partido nazista holandês, que difamara dois padres de uma aldeia holandesa.

O Partido Católico Romano, que se acha atualmente no poder, demonstra assim, insofismavelmente, os ótimos frutos que pode obter a participação dos católicos na vida cívica do país.

Útil exemplo para os católicos brasileiros.

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O Sr. Hitler ordenou o inventário de todas as propriedades católicas da Áustria, com o fito de ter um arquivo completo dos bens que mais tarde virá a expropriar.

É por essa razão que somos contrários a todos os pruridos de certos inventários artísticos, como a do Sr. Paulo Duarte, pois eles sempre fornecem, em caso de perseguição religiosa, uma arma perigosa contra a Igreja, aos inimigos desta, para lhe assaltarem sacrilegamente as propriedades artísticas acumuladas pela piedade dos fiéis, não para figurar em museus, mas para exclusivo serviço do culto divino.

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Alguns fascistas acham que o “Legionário” é violento demais em sua linguagem, quando ataca o fascismo.

Seria curioso saber o que acham esses mesmos fascistas dos seguintes trechos dos jornais fascistas nestes últimos dias:

“Como uma verdadeira fera, que todavia perde a coragem diante do chicote, a imprensa francesa vem há algumas semanas aumentando sua dose de insultos e impropérios contra o valor militar dos italianos. Mas, assim como a fera não amedronta o seu domador, a Itália não se atemoriza com a ferocidade da imprensa de França, porque feras continuarão a ser simples feras” (“Corriere della Sera”).

“Temos profundo desprezo pela bestialidade que leva o velho galo gaulês ao isolamento e provavelmente à morte” (“Lavora Fascista”).

“Os ataques franceses são um nojento montão de imundície pútrida” (“Popolo di Roma”).

“44.000.000 de cusparadas já foram atiradas à face da 3ª República. Vinte almirantes franceses receberão a cusparada que lhe reservam os últimos dos marinheiros da Itália”.