O Sr. Prestes Maia, prefeito de São Paulo, resolveu não oficializar o
carnaval deste ano, como vinha fazendo a Prefeitura já há alguns anos.
A oportunidade e o acerto dessa medida são por
demais manifestos, tanto mais que a Prefeitura nunca deveria ter dado o seu
patrocínio às imoralidades, desmandos e crimes cometidos no Carnaval.
O prefeito de São Paulo, des-oficializando-o
logo no primeiro ano de sua gestão, merece portanto os maiores elogios, não só
de todos os paulistanos, como principalmente do governo, que viu o seu nome
enxovalhado todos os anos em uma festa que cada vez mais se transformava em uma
vergonhosa bacanal.
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Em contraposição a essa medida louvável do Sr.
Prestes Maia, alguns jornais de São Paulo, como “O
Estado de São Paulo” e os jornais dos “Diários Associados” infelizmente
procuraram anunciar o Carnaval deste ano, instituindo festas e concursos de
belezas que, mesmo em épocas normais, seriam reprováveis.
Esses jornais deveriam compreender a sua grande
missão de educadora do povo e, portanto, coadjuvar tanto quanto possível a ação
moralizadora do Sr. Prestes Maia,
e não procurar incentivar uma festa que só contribui para a decadência de nosso
povo.
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Recebemos com muita simpatia a notícia da visita
que o Sr. Chamberlain e Lord Halifax farão ao Santo
Padre Pio XI. Sem entrar na
apreciação dos méritos pessoais e da obra daqueles políticos, coisa que, no
momento, não vem ao caso, devemos reconhecer no gesto dos dois ministros uma
linha de suprema correção e de alto respeito ao Chefe da Cristandade.
Ora, se o “Legionário” protesta sempre que o Papa é
“brutalmente” ofendido, ele se rejubila sempre que se dá ao Santo Padre o lugar
a que tem direito por sua divina missão.
Aliás, cumpre acrescentar que as relações entre a
Inglaterra e a Santa Sé têm melhorado
constantemente, do que é prova a recente nomeação de um representante
diplomático do Vaticano em Londres, sendo que há muitos anos o Foreign
Office mantinha um embaixador junto ao Santo Padre.
Isto é um indício muito expressivo da força que
estão adquirindo os católicos na Inglaterra, força esta que obriga Ministros
nascidos no protestantismo a homenagear como de direito o Sagrado Vigário de
Cristo.
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Também recebemos com visível satisfação a notícia
de que S.A. a Princesa Maria de Savóia, logo depois da cerimônia de seu enlace com o Príncipe
Luís de Bourbon e Parma, irá orar sobre o túmulo dos Apóstolos no Vaticano, e
depois solicitará pessoalmente a bênção do Santo Padre, a cujos pés se
ajoelhará.
O “Legionário” folga em registrar que, no meio de
todos os esgares do regime fascista, a Casa Real tem tido uma atitude modelar
que, por esta forma, mais uma vez se reafirma.
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O embaixador da Espanha republicana em Washington,
Sr. De los Rios, dando mostras de uma desfaçatez incrível, convidou
várias personalidades católicas americanas para visitar a Espanha Republicana.
Causou tal indignação a hipocrisia do Sr. De los Rios nos meios católicos americanos, que Mons. Curley, Arcebispo de Nova York, energicamente declarou que ele
não passa de “um mentiroso vulgar e ordinário”, quando fala em liberdade
religiosa na Espanha republicana.
Essas palavras do Arcebispo Curley
indicam qual deve ser a conduta dos católicos que, embora anti-totalitários,
devem combater com toda a energia o erro liberal oposto, não procurando o
totalitarismo para combater o liberalismo, nem opor este àquele, mas apenas
combatendo a ambos em nome do catolicismo. Um erro não se corrige por outro
erro, mas pela pregação da Verdade, que só na Igreja se encontra, e pelo
implacável desmascaramento de tudo que se afaste da doutrina católica.
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Um jornal nazista que se edita na Alemanha publicou
há dias um editorial em que informa que um grande país sul-americano, cujo nome
não declina, está ameaçando perseguir a Religião sob pretexto de nacionalização
de todas as escolas católicas e, implicitamente, das Ordens Religiosas
docentes. A este propósito, aquela folha investe contra o Episcopado do
referido país, acusando-o de não promover a necessária oposição às medidas
governamentais.
Em virtude de “constas” mais de uma vez postos em
circulação aqui, não parece ser necessária uma desmesurada argúcia para se
perceber a que país se refere a notícia.
Esse zelo fingido - e nem poderia deixar de ser
fingido - pela causa católica tem sua explicação. No mesmo artigo, o jornal
nazista deplora que também as escolas profissionais alemãs do mesmo país sejam
fechadas pelo governo, para evitar a desnacionalização do povo.
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Notada a insinceridade da atitude daquele jornal,
vejamos agora o comentário que, a este respeito, fez o “Osservatore Romano”:
1 - que é curioso ver um jornal nazista incitar o
Episcopado a tomar uma atitude de oposição ao Governo, quando, na Alemanha, idênticas atitudes do Episcopado germânico, originadas
por abusos imensamente mais graves do que o que o jornal figura, são tidos pela
imprensa nazista como crimes contra o Estado.
2 - o fechamento das escolas profissionais alemãs
que fazem propaganda nazista é absolutamente legítima, e que, assim procedendo,
o referido governo cumpre simplesmente seu dever.
Trata-se, aí, de uma medida de louvável
nacionalismo, que só deixará de ser louvável quando ferir os direitos
inalienáveis e insuperáveis de Deus e das almas, caso no qual se converterá em
insuportável e odioso abuso.