Numerosas são
as disposições legais referentes à nacionalização que tem sido ultimamente
promulgadas pelo Governo Federal.
Ninguém ignora
que o ponto de partida para a elaboração de tais medidas legislativas foi a
necessidade imperiosa e evidente de amparar o país contra infiltrações que
atingiriam simultaneamente a integridade da Pátria e da Fé.
Por isto,
aconselhamos vivamente nossos leitores estrangeiros a que se informem junto às
autoridades competentes a respeito de todas as formalidades necessárias para o
cumprimento da lei.
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É muito
importante, principalmente, que os dirigentes de instituições católicas estudem
com diligência as conseqüências que a aplicação de tais leis poderá acarretar
para os respectivos estabelecimentos. É possível que muitas disposições de tais
leis tragam conseqüências práticas talvez não previstas nem desejadas por seus
autores. E a prudência parece indicar que estudemos quanto antes as
providências necessárias para evitar que se criem situações difíceis e talvez
insolúveis.
* * *
Realmente, o
espírito que anima todos os católicos não é de oposição nem de fronda, mas de cooperação efetiva e hábil. Ora, dentro
deste espírito de cooperação, não há lugar para lamentações estéreis, mas para
providências úteis. E uma destas providências é, sem dúvida, que os
interessados representem aos poderes competentes a fim de expor suas
dificuldades e auxiliar o Governo a cumprir a lei dentro das intenções que
somos obrigados a supor em nossas autoridades.
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Quais são essas
intenções?
A habilidade do
Sr. Getúlio Vargas é uma coisa inegável; mais do que isto, é proverbial.
Provou-a a maestria com que S. Ex.a soube fechar nossos mais velhos partidos
políticos.
Ora, S. Ex.a é
bastante clarividente e hábil para compreender que uma coisa é fechar partidos
políticos, e outra muito diversa seria fechar estabelecimentos através dos
quais vive e se irradia a Igreja no Brasil. Porque no dia em que estas portas
se cerrassem, estariam cerradas irremediavelmente as portas do coração
brasileiro.
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Merece aplausos
calorosos a deliberação do Sr. Waldemar Falcão,
Ministro do Trabalho, de inaugurar solenemente, no edifício do Ministério, um
quadro a óleo executado por ilustre pintor nacional, representando S. S. o Papa
Leão XIII, o imortal autor da encíclica “Rerum
Novarum”.
É um gesto
expressivo que não pode deixar de sensibilizar os católicos.
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Em virtude do
número especial de domingo, o “Legionário” não pode ainda comentar a resposta
do rei da Itália e Imperador da Etiópia à carta que lhe foi dirigida por S. S.
o Papa, a propósito da recente e deplorável violação do Tratado de Latrão pela lei sobre o casamento.
O rei da
Itália, que tem exercido um nobre e belo papel moderador na Itália, respondeu à
Sua Santidade que “o assunto será cuidadosamente estudado”.
Queremos crer
que o monarca use da influência de que dispuser junto ao Sr. Mussolini a fim de impedir que o fascismo siga as pegadas
do nacional-socialismo alemão, salvando a Itália da
barbárie.
Entretanto, até
o momento em que escrevemos, não nos consta que o Sr. Mussolini
tenha respondido à carta que o Pontífice também lhe dirigiu e nem que tenha
sido feita a alteração lembrada por Pio XI.
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A “Igreja” do
Sr. Salomão Ferraz, que quer à força se intitular Católica e procura por todos
os meios confundir os espíritos, anunciou uma Missa em sufrágio da alma de S.
Ex.a Rev.ma o Sr. Arcebispo Metropolitano.
Além do
descaramento com que procura essa seita passar por católica, essa “Missa”,
plenamente nula, é um insulto à memória veneranda do Sr. Arcebispo, que sempre
foi inimigo acérrimo das atitudes dúbias e não pactuou nunca com os semeadores
do erro.
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O Sr. Carlos Pomaret, ministro do Trabalho francês, propôs há dias o
voto secreto para a declaração de greves como um dos meios de se acabar com
elas.
É interessante
que justamente o voto secreto, que à primeira vista parece uma arma do operário
para se libertar da tutela do patrão e fomentar as greves, seja proposto
justamente como remédio a essa epidemia de greves que existe na França.
O fato é que a
chamada opressão dos patrões não passa, às vezes, de demagogia comunista e o
que realmente existe é uma formidável opressão dos kominterns
russos sobre o operariado de todo o mundo.
A proposta do
Sr. Carlos Pomaret visa justamente libertá-lo dessa
perseguição bolchevista e assim voltar à normalidade as relações entre patrões
e operários na França.
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A 2ª
Região Militar teve um belo gesto mandando suspender o juramento à bandeira dos
reservistas, que devia se realizar no dia 19 deste mês, em virtude das solenes
exéquias por alma de D. Duarte Leopoldo e Silva.
É nessa mútua
compreensão e colaboração entre a Igreja e o Estado que os nossos dirigentes
cumprirão o seu dever, dando ao povo a felicidade a que tem direito.
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Noticia-se a
libertação do Sr. Kurt von Schuschnigg, sem julgamento.
O governo
nazista não pode encontrar prova nenhuma a favor das acusações que fazia contra
o ex-chanceler austríaco, pois se houvesse o menor
indício favorável, seria motivo de processo retumbante e com o cenário bem
preparado para armar efeito.
No entanto,
isso não impediu que o Sr. Schuschnigg fosse
martirizado na prisão e a ordem de soltura que agora talvez lhe seja dada como
uma graça do Sr. Hitler, esconde apenas o medo que tem o governo alemão da
morte do Sr. Schuschnigg na prisão em conseqüência
dos maus tratos ali sofridos.
Aliás, isso já
é praxe do nacional-socialismo. Ossietski,
prêmio Nobel da Paz, só foi solto para morrer fora da prisão.
É incalculável
a falta de pudor e de responsabilidade do Sr. Hitler. Conta muita prosa quando
sabe que não encontrará resistência, mas não tem coragem de assumir a
responsabilidade da morte das pessoas que ele assassina com maus tratos em suas
prisões.
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Foi criada, em
São Paulo, uma sociedade “Turnerschaft de 1890”, cujo
fim é a cultura da ginástica alemã como meio de fortalecimento corporal e moral
de seus sócios.
Ainda agora
seus estatutos foram registrados no 2º registro de Títulos desta
Capital.
Não se compreende
que uma sociedade alemã, cuja finalidade é propagar a cultura alemã com fito
moral, possa ainda existir no Brasil depois das leis nacionalizantes
do governo federal.
Pedimos para
este fato a atenção das nossas autoridades.