Na 2ª
feira pp., foi projetada no Cine Odeon
uma película referente à fundação da cidade de Goiânia e, por essa película,
tivemos o prazer de verificar que o ato inaugural constou da celebração do
Santo Sacrifício da Missa.
Magnífico
exemplo da continuidade de nosso espírito religioso! Há 400 anos, uma Missa
celebrada na selva litorânea da Bahia indicava a fundação da civilização no
Brasil. Hoje, no fundo de Goiás, os descendentes dos mesmos conquistadores de
1500 inauguram com outra Missa um novo marco de sua ação apostólica e civilizadora no hinterland da América.
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Nos trágicos
acontecimentos que assinalaram ultimamente a guerra chinesa, o heroísmo dos
missionários católicos se patenteou admiravelmente.
Especialmente
na queda de Hankeu, o Pe. Jaquinot,
mundialmente famoso por sua perícia e bravura, teve marcadíssima
atuação assumindo o cargo de Prefeito da cidade incendiada, e salvando a
população estrangeira.
Neste mês
consagrado às Missões, é muito conveniente que acentuemos o fato, mostrando o
quanto merecem de nós em orações, ações e sacrifícios, as Missões Católicas.
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Apesar de todos
os ensinamentos da história, os ditadores ainda não se convenceram da
inutilidade de atacar a Igreja e persegui-la. E o mais interessante é que
sempre usam dos mesmos métodos e das mesmas ameaças e profecias.
Ainda agora, o
Sr. Goebbels, evocando os acontecimentos de Viena,
vaticina que “daqui a 500 anos ninguém terá curiosidade de saber se o
Cristianismo era de essência católica ou protestante no espírito de seu
fundador, ou se a Comunhão deve ser feita sob duas espécies ou sob uma
espécie”.
Entusiasmado
pela sua imaginação afirmou logo depois que os dirigentes da oposição católica
no Reich serão esquecidos, não dentro de 50 anos, mas dentro de 5 anos.
Repete-se
sempre a história. Quantos e quantos já não viram em sua imaginação doentia a
Igreja desaparecer do mundo? No entanto, eles desapareceram, a influência de
que gozavam ruiu como um castelo de baralho, e a Igreja continua como
continuará para sempre a ensinar todas as nações.
O Sr. Goebbels devia ler uma História Universal, o que lhe faria
ótimo bem e evitaria esse ridículo a que se expõe com seus discursos.
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Todo o mundo
supunha que o nazismo fosse contra a democracia por ele cognominada bolchevizante. No entanto, no mesmo discurso em que se
manifestou profeta, o Sr. Goebbels afirma:
“Temos uma
verdadeira democracia”.
No entanto,
para se julgar da coerência do nazismo reproduzimos mais este tópico do mesmo
discurso:
“O povo se
conduz por si mesmo, e seu orgulho é marchar atrás do füehrer fielmente e de maneira
obediente”.
Em outras
palavras, regime de pura tapeação.
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Cada vez mais
se nota o trabalho do Sr. Hitler em captar adeptos nos outros países. Em todos
os países do mundo o Sr. Hitler conseguiu preciosos amigos que facilitam os
seus gestos teatrais de valentia, impedindo de toda a forma a reação.
O Sr. Archibald Sinclair referindo-se a
sir Samuel Hoore, um dos
crentes de boa fé do Sr. Hitler, acusou-o de se deixar enganar voluntariamente,
e lançou um apelo aos ministros para que respondam com clareza se se deixam enganar facilmente ou se são cúmplices dos
ditadores.
Donde se vê que
os próprios ingleses começam a ver a infiltração nazista na Inglaterra e a
necessidade de evitar que a Inglaterra seja entregue ao nacional-socialismo.
Se até um país
com as tradições imemoriais da Inglaterra se deixa contaminar, o que se dirá do
Brasil? Abramos os olhos...
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Apesar de tudo
isso, e da revolta nazista do Peru, ainda há muita gente que não acredita nessa
infiltração, principalmente quando se trata das Américas.
Pois em Cuba, o
governo rejeitou o apelo que lhe foi dirigido contra a recente legalização do
Partido Nazista Cubano.
São esses os
processos do Sr. Hitler. Quando impedido por um governo realmente patriota, ele
infiltra-se, consegue bons amigos e faz correr boatos de que essa infiltração é
absurda.
Quando esses
amigos vencem e tomam conta do governo, então tudo se faz às claras, pois não é
mais preciso agir nas sombras.
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Os jornais
noticiaram uma alocução que Sua Santidade o Papa teria pronunciado, comparando
os tempos de hoje aos tempos de Nero, e que os atuais
acontecimentos, principalmente na Áustria e Alemanha, relembram as perseguições
do Imperador Juliano Apóstata e a traição de Judas.
O Legionário
está à espera do “Osservatore Romano” para poder informar os seus leitores
sobre o que há de positivo sobre esse discurso tão oportuno no momento.
No entanto,
desde já ele pode afirmar não ser verdadeira a versão das agências telegráficas
de que os altos funcionários do Vaticano teriam impedido a sua publicação antes
de o reverem.
Isso seria
passar um atestado de inepto à Sua Santidade o Papa, e isso não é possível
acontecer no Vaticano, tanto mais que o discurso de Sua Santidade é
perfeitamente oportuno.