Legionário, N.o 302, 26 de junho de 1938

7 DIAS EM REVISTA

Inaugurou-se no Rio de Janeiro a capela de Nossa Senhora das Graças, das irmãs de caridade do Hospital Central do Exército.

À solenidade estiveram presentes a Sra. Getúlio Vargas e os Srs. Gaspar Dutra e general Tourinho, falando por essa ocasião S. Ex.a. Rev.ma., o Sr. D. Mamede Leite.

O apostolado no Exército deve ser no Brasil uma das principais preocupações da Ação Católica. Daí a grande significação deste ato, que esperamos seja prenúncio de uma intensa atividade apostólica em nossas Forças Armadas.

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A situação da lavoura continua a preocupar vivamente todo o país, e a julgar-se por um jantar que realizou-se no Automóvel Club, a solução da questão está em grande parte em mãos do Sr. Tenente coronel Adalberto Pompilio da Rocha Moreira, militar a quem foi confiado um papel preponderante no assunto.

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Na imprensa fascista houve quem se preocupasse com a descoberta na Igreja do Convento dos Menores Franciscanos, em Amalfi, de vários quadros religiosos contendo desenhada a cruz gamada. Esses quadros datam do tempo de São Francisco de Assis.

Esse fato constituiu pretexto para atacar o Sumo Pontífice, afirmando que a cruz gamada é cristã, ao contrário do que disse Sua Santidade quando da visita do Sr. Hitler.

Parece que voltamos novamente ao apogeu da propaganda anti-clerical (...) do século XIX, quando os adversários do Catolicismo diziam as maiores sandices e inverdades para atacar a Igreja.

O Santo Padre durante a visita do chanceler Hitler, lamentou que no dia da Santa Cruz se elevasse em Roma uma outra cruz que não a de Cristo.

A se julgar, portanto, pelos jornais italianos, uma única conclusão se imporia: é que São Francisco de Assis era hitlerista. O ridículo é patente.

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O Sr. Chautemps, em declarações à imprensa francesa, disse que o conflito entre a Igreja e o Estado, na França, pertence ao passado.

Congratulamo-nos com essa afirmação do vice-presidente do Conselho Francês, que evidencia o propósito do governo entrar em regime de mutua colaboração com a Igreja, que foi bastante combatida e caluniada no passado pelo próprio partido de que o Sr. Chautemps é membro.

Queira Deus que estas palavras sejam sinceras.

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Os tribunais do Sr. Hitler admitem como motivo de divórcio na Alemanha o fato de ter a mulher feito compras em loja judaica.

E ainda se afirma que o Sr. Hitler é protetor da família! A permissão do divórcio por uma causa destas eqüivale ao amor livre. Caso os cônjuges queiram separar-se, bastará à mulher fazer a compra de uma agulha ou carretel em loja judaica, e o casamento estará desfeito. Diante de um fato desses, queríamos saber qual a diferença entre o casamento na Alemanha hitlerista e na Rússia soviética.

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(...) A Companhia Britânica de Rádio tem atualmente como diretores e principais responsáveis grande número de católicos que, por sua competência, obrigam o governo inglês a nomeá-los.

Isso bastou para que a Sociedade Protestante Reformista da Inglaterra comentasse o fato, mostrando a inquietação com que vêm essa infiltração de católicos.

E, no Brasil, quais os leigos católicos que se incomodam com as infiltrações protestantes no rádio e em toda a vida nacional? Pouquíssimos!

Nem sequer o rancor de nossos adversários poderá reanimar o zelo morno de tanta gente que anda por aí “bancando” ser católica!