Não é conforme
a realidade dos fatos a impressão provocada em certos círculos desta Capital,
pela notícia referente à Missa em ação de graças celebrada em Belo Horizonte em
virtude de terem o Sr. Getúlio Vargas e Família saído ilesos do atentado que,
contra eles, se fez recentemente.
Lemos com
atenção o que a este respeito publicaram os nossos brilhantes confrades
católicos do “Diário”, e especialmente o sermão então pronunciado pelo Rev.
Mons. Arthur de Oliveira.
S. Rev.ma
começou por mostrar quais os casos extremos em que a Santa Igreja reconhece o
direito de revolução, e, depois de manifestar sua opinião de que o governo do
Sr. Getúlio Vargas não atentou contra os direitos fundamentais da Igreja e da
Pátria, concluiu congratulando-se pelo fato de S. Ex.a e sua Família não terem
sido mortos. Finalmente, salientou que os católicos estão sempre dispostos a
cooperar e obedecer à autoridade constituída.
Este sentimento
de respeito à Autoridade é tão inerente à doutrina católica que São Paulo
aconselha que se obedeçam a todos os governos, bons ou maus.
No que fica
exposto, nada se pode apontar que signifique o abandono da linha de conduta
apolítica e extra-partidária do “Diário” ou dos
católicos mineiros como tais.
* * *
O Sr. Roberto Sisson e outros próceres da extinta Aliança Nacional
Libertadora enviaram um telegrama ao Sr. Getúlio Vargas, congratulando-se com
S. Ex.a. por ocasião do malogro do movimento subversivo de 11 de maio.
Também
telegrafaram ao Sr. Presidente da República os Srs. Miguel Costa e Agildo Barata.
* * *
O “Legionário” não tem publicado os resumos
telegráficos dos discursos pronunciados durante o Congresso Eucarístico de
Budapeste e particularmente os de S. Ema. o Cardeal Pacelli, reservando-nos
para fazê-lo quando o “Osservatore Romano” nos fornecer o texto completo de
tais orações.
Foi desoladora a atitude de toda a imprensa
fascista [Nota: leia-se “católica” em vez de “fascista”, conforme retificação
feita no “Legionário” N. 300] italiana que noticiou com a mais inteira frieza e
laconismo o Congresso Eucarístico de Budapeste.
A imprensa italiana ou não notícia de todo os
discursos do Cardeal Pacelli, ou limita-se a registrar apenas que S. Em.a
os pronunciara.
Essa atitude dos jornais do Sr. Mussolini
revela o perfeito acordo existente entre ele e o Sr. Hitler, pois só pode ser
explicado como uma represália dos jornais italianos contra o “Osservatore
Romano” que não publicou nem uma linha sequer sobre a visita do “füehrer” alemão a Roma".
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Decidindo uma ação movida pela Irmandade do
Santíssimo Sacramento da Matriz da Glória do Rio de Janeiro contra a União
Federal, atendendo uma representação do Sr. Arcebispo do Rio de Janeiro e
suspenso o pagamento de juros de apólices pertencentes àquela Ordem, o juiz
Castro Nunes deu ganho de causa à União declarando que as Irmandades
“são associações religiosas, existem no interesse dos fins espirituais da
Igreja, são instrumentos desta e, por isto mesmo, não é possível libertá-las
inteiramente da sujeição em que se acham em relação aos bispos”.
Infelizmente, não deve nosso público estranhar que
certas Irmandades se choquem nesta censurável atitude
de indisciplina, pois é sabido que há irmandades do
Rio infiltradas (...) que se esquecem de sua finalidade, se secularizam e
laicizam inteiramente, perdendo todo e qualquer caráter religioso.
É conhecido o caso de uma das tais “irmandades” que mantendo um hospital negou-se a colocar o
Crucifixo nas suas salas, alegando que a irmandade não tinha fim religioso.
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A classe médica, associação científica, amigos e
admiradores prestarão dentro de poucos dias grandes homenagens ao professor
Celestino Bourroul pela passagem do seu 25º
aniversário de atividade professoral.
É muito justa essa homenagem à qual se devem
associar em espírito todos os católicos, pois que o professor Celestino Bourroul, durante esses 25 anos de atividades na Faculdade
de Medicina, foi um magnífico exemplo de virtudes católicas realçadas por seu
grande valor profissional.
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O Sr. Hitler, a fim de impedir completamente a
audição da rádio Moscou, acaba de condenar à morte todo alemão que a ouvir.
Essa medida do nazismo, que tem na Alemanha todos
os meios de propaganda possíveis, vem mais uma vez evidenciar o poder do rádio,
pois a tal ponto o Sr. Hitler teme a infiltração bolchevista por seu
intermédio, que chega ao extremo de condenar a morte os seus ouvintes.
Todo esse cuidado do Sr. Hitler prova a necessidade
dos católicos, no Brasil, apoiarem as estações de rádio simpáticas ao Catolicismo
e que procuram imprimir em alguns números de seus programas um cunho
nitidamente católico, porque o poder de propaganda é imenso e o bem que poderá
fazer, portanto, incalculável.