É invariável norma desta Folha só se pronunciar
sobre acontecimentos políticos na medida em que estes se relacionem com a
doutrina católica e os interesses espirituais do povo brasileiro.
Os acontecimentos recentemente ocorridos no Rio de
Janeiro ainda se conservam por demais enigmáticos para que emitamos juízo sobre
suas conseqüências sob o ponto de vista religioso. Nada temos, pois, a dizer
quanto a esse assunto.
Uma coisa, entretanto, é positiva, e não podemos
deixar de lavrar, contra ela, nosso protesto. Houve uma subversão violenta da
ordem, com o intuito de depor autoridades constituintes. Contra este fato, não
pode deixar de se insurgir uma consciência católica bem formada, uma vez que a
Santa Igreja nunca tolerou, e jamais tolerará, o erro liberal segundo o
qual um grupo de descontentes que
interprete ou julgue interpretar a opinião pública pode, a qualquer momento,
destituir as autoridades que incorrem em seu desagrado.
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O “Legionário” acolheu com ardente entusiasmo a
notícia de que o Rev.mo Mons. Mac Dowell,
Vigário do Engenho Velho no Rio de Janeiro, promoveu na sua Matriz um solene
ato de desagravo a S.S. o Papa Pio XI, ofendido pela ostentação da cruz gamada
na Capital da Cristandade.
Sob dois aspectos, esse fato merece nosso franco
aplauso. Em primeiro lugar, porque constitui uma prova de filial união à
Cátedra infalível da Verdade, e, em segundo lugar, porque é um ato daquele belo
e vigoroso destemor tão próprio ao espírito da Igreja e que, em linguagem
católica, se chama liberdade evangélica.
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De volta de Buenos Aires, chegou ao Rio de Janeiro
o Sr. Café Filho, que se havia refugiado na Embaixada Argentina e
posteriormente se asilara naquele País, por se sentir pouco seguro no Brasil
com a repressão então feita contra a propaganda esquerdista.
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No dia da descoberta do Brasil, a 3 de maio, a
Congregação Mariana do Sumaré promoveu uma das mais
belas Comunhões pascais que se realizam entre nós: a dos lixeiros.
A Santa Igreja não se esquece dos humildes, como
afirmam os seus adversários desonestos. Pelo contrário, é ela a sua única
Protetora, porque vê em todos os homens, poderosos ou humildes, filhos de Deus
remidos pelo Precioso Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Quando o Sr. Hitler assaltou a Áustria, esta se
achava com perto de 45% em ouro de sua circulação recolhida nos cofres
públicos.
Agora, chega-nos a notícia de um empréstimo de 1
milhão de marcos que o nazismo pretende lançar para cobrir as despesas com o Anschluss.
Onde foi o dinheiro austríaco?
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Quem supôs que depois da tomada da Áustria o Sr.
Hitler modificasse a sua política religiosa, já
devia ter perdido as esperanças, depois da recente visita do chefe do
nazismo a Roma.
Se alguém ainda mantém ilusões a esse respeito,
elas se desfarão por completo lendo um recente artigo do Ministro da Justiça da
Áustria na revista “Akademie fur
deutsches Recht”, no qual
depois de enumerar as leis alemãs já estendidas no território austríaco,
diz que proximamente serão introduzidas a da limitação da natalidade, a lei
contra os delinqüentes, e da defesa do sangue e da honra alemã, e a da defesa
da saúde hereditária. Portanto paganização da Áustria
também.
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Todos os ministros do ex-chanceler
Schuschnigg foram conduzidos para um campo de
concentração. É provável que, dentro de algum tempo, o Sr. Hitler os “suicide”.
Confere. Mas todos os católicos devem rezar
ardentemente pela perseverança dessas pobres vítimas do paganismo.
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Falando numa recente reunião socialista, o ministro
do Exterior da Bélgica, Spaak, afirmou que a maioria
dos socialistas do mundo é hostil à união dos países democráticos contra o
Fascismo, porque isso provocaria a guerra.
É interessante este surto de pacifismo dos
socialistas belgas que não hesitaram alimentar, com a remessa de armas, a
guerra na Espanha, e que obedecem a pressão de forças internacionais.
Nessa atitude de um socialista com a
responsabilidade do Sr. Spaak, transparece a
verdadeira razão da falta de resistência dos países democráticos contra o
nazismo. É porque o nazismo e seus congêneres são apenas aparentemente da
direita mas na realidade são a mesma coisa que o socialismo.
Quereríamos ver se o Sr. Hitler fosse um novo Dolfuss e atacasse o comunismo e o socialismo, se o Sr. Spaak se lembraria de não “provocar” a guerra.
O caso é que
até agora o nazismo só se lembrou de atacar o Catolicismo e a Áustria Católica.
E isso é conforme aos planos comunistas que só têm um inimigo verdadeiro e
leal: o Catolicismo.
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Causou agradável impressão o decreto do Sr.
Interventor federal considerando facultativo o ponto nas repartições públicas
no dia 11 de Maio, em Aparecida do Norte.
Seria até de se desejar que, nos anos vindouros,
essa data fosse feriado em todo o território do Estado no qual a Providência
quis fixar o trono da Rainha do Brasil.