Legionário, N.o 292, 17 de abril de 1938

7 DIAS EM REVISTA

Segundo telegrama procedente de São Lourenço, S. Ex.a Rev.ma o Sr. Bispo de Pouso Alegre teve uma longa conferência com o Ex.mo Sr. Presidente da República, durante a qual expôs ao primeiro magistrado do País os males incalculáveis que tem decorrido do alto custo do casamento civil, e pediu providências capazes de remediar o mal.

Até aqui esta questão tem sido mal colocada por muitas das pessoas que dela trataram.

Não há neste assunto antagonismo nenhum entre as reivindicações católicas e os interesses dos cartórios de Paz. Os católicos veriam de bom grado que o Estado remunerasse com a devida largueza os juizes de Paz. O que eles não querem é que essa remuneração diretamente cobrada dos nubentes seja um obstáculo para a legalização da situação civil das famílias pobres.

De sua parte, a Igreja faz tudo quanto lhe é possível, mantendo sempre os emolumentos devidos aos Rev. Vigários ao nível das possibilidades dos nubentes, e dispensando-os de qualquer pagamento se são indigentes.

Por que não fará o mesmo o Estado?

Hoje, o assunto está inteiramente e exclusivamente afeto ao Sr. Presidente da República, de quem os católicos têm o direito de esperar uma medida neste sentido.

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[.... – erro tipográfico] Manter e subvencionar escolas primárias, nelas ensinado em alemão as matérias que bem entenderem, bastando para isto que mantenham em segredo sua filiação a entidades alemãs. Não foi por outro motivo que o Sr. Cônsul alemão já deu à imprensa conhecimento da sua satisfação pelo decreto. O que o decreto deveria ter feito é uma fiscalização escolar especial para reprimir a propaganda de doutrinas nazistas ou quaisquer outras de caráter subversivo. Porque, sem isto, as demais providências pouco valor terão.

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O Sr. General Mena de Vasconcelos, comandante da 5ª Região Militar, em entrevista concedida a “O Globo” declarou que o problema da desnacionalização do Brasil entrou agora na sua fase de organização técnica, desejando coletividades estrangeiras criar uma situação especial dentro do Brasil. Diz S. ., que a nossa Pátria “aceita o excesso de populações como elementos de colaboração e nunca como prolongamento de outras pátrias. O choque deveria produzir-se porque permitimos o enquistamento que está  produzindo a situação delicada a que chegamos”. E conclui afirmando que a desnacionalização em recantos do Brasil, está  sendo profundamente trabalhado por uma técnica especial e oferece sérios perigos à nossa segurança”.

Essas declarações de um general do exército brasileiro mostram claramente o perigo que corre o Brasil permitindo que os estrangeiros inassimiláveis venham aqui se fixar. E é provável que poderosas razões técnicas e estratégicas tenham concorrido para que assim se manifestasse aquele ilustre militar.

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Com a queda do gabinete Leon Blum, sucedeu ao Sr. Paul Boncour, na pasta do Exterior, o Sr. George Bonnet que porá  fim à política de aproximação com a Rússia, desenvolvida à frente do Ministério do Exterior da França pelo Sr. Paul Boncour.

A França católica via com pesar essa aproximação do gabinete Blum, e foi com verdadeiro alívio que viu o Sr. Daladier escolher para a pasta um ministro que garantisse o enfraquecimento das relações com Moscou.

O “Legionário” que se solidarizou fraternalmente com os católicos franceses na sua dor quando o Sr. Blum subiu ao poder, e que atacou veementemente, rejubila-se agora com a França católica pela modificação de sua política interna e externa.

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Foi organizada na Bahia uma exposição para comemorar o IIIº centenário da retirada dos holandeses do Brasil.

Depois das festas realizadas por ocasião do centenário da chegada de Maurício de Nassau ao Brasil, essas comemorações projetadas na Bahia se impunham, para desagravo dos heróis brasileiros que derramaram seu sangue para evitar que os invasores protestantes tomassem conta do Brasil Católico.

Aos promotores dessa exposição, toda a nossa solidariedade.

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O ministro da Propaganda nazista, Dr. Goebbels afirmou, em discurso aos jornalistas alemães, que o “Füehrer não teria tido o sucesso que teve se não fora a imprensa que está colocada às suas ordens”.

Ora, a imprensa alemã tem atacado violentamente o Vaticano e a Igreja Católica. Como o Sr. Goebbels declara que a imprensa está debaixo das ordens de Hitler, segue-se que esses ataques se não foram feitos por sua ordem, tiveram pelo menos o seu beneplácito.

Pode-se depois disto crer na sinceridade de supostos propósitos de reconciliação do Sr. Hitler? Diríamos que é impossível, se não fosse o adágio popular “impossível só é Deus pecar”.