Legionário, N.° 279, 16 de janeiro de 1938

7 DIAS EM REVISTA

(...) Publica o “Estado de S. Paulo” de 9 de corrente o seguinte telegrama do Rio: “O Sr. Pedro Ernesto, que se achava em Campanha, Minas, regressou a esta capital, havendo já hoje reassumido as suas funções de chefe de cirurgia do Hospital da Penitencia”.

O Sr. Pedro Ernesto havia sido preso em virtude das atividades subversivas da ordem social, pelas quais era acusado.

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Em sua recente viagem ao sul do país para inaugurar a ponte internacional sobre o rio Uruguai, o Ex.mo Sr. Dr. Getulio Vargas, presidente da República, pronunciou em Porto Alegre um discurso de agradecimento do qual extraímos o seguinte trecho: “Todo o nosso esforço deve ser dirigido no sentido de educar a mocidade para prepará-la para o futuro, desde aquela que vive nas praias defrontando com o mar, que é um educador de energias, até a que vive no interior lavrando a terra, criadora de riquezas, desde aquela que vive pastoreando gado, que é descendente dos antigos centauros do Rio Grande, à mocidade das fábricas, das indústrias, do comércio, enfim de todos aqueles que na juventude, vêm com olhos abertos o deslumbramento da vida que desponta. É nessa mocidade, que acode de braços para o alto como se pretendesse abraçar o sol, é nela que deposito, é para ela a quem apelo, porque é uma força capaz de consolidar o Estado Novo”.

Nada mais verdadeiro do que estas palavras do presidente da República. O futuro do Brasil depende, agora mais do que nunca, dos moços. Mas para que estes possam auxiliar S. Ex.a a arcar com as tremendas responsabilidades que deliberadamente aceitou a 10 de Novembro é necessário que o Estado confie sua educação à Igreja Católica, pois que Ela, e só Ela, é capaz de formar a mocidade crente, pura e viril de que o Brasil tanto precisa.

Fora desse caminho não há salvação.

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O ex-embaixador dos Estados Unidos em Berlim, Sr. William Dodd, declarou aos jornalistas que o foram entrevistar sobre os motivos de sua renúncia, que não podia permanecer num país onde a liberdade religiosa é negada, onde as iniciativas intelectuais e científicas são proibidas e onde os ódios raciais são cultivados diariamente.

Registramos esse depoimento do ex-embaixador dos Estados Unidos em Berlim sobre a perseguição religiosa na Alemanha, que vem confirmar as palavras do Santo Padre e dos jornais católicos que têm afirmado existir na Alemanha uma tremenda perseguição aos católicos.

No entanto, à honra da coerência da diplomacia Yankee, seria muito desejável que também o embaixador americano no México se retirasse daquela República, onde a liberdade religiosa é tão desrespeitada quanto na Alemanha. (...)

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O príncipe  Paulo da Grécia casou-se no dia 9 com a princesa Frederica Luiza, de Brünswich, na Igreja ortodoxa. Logo após a cerimônia, dirigiram-se os noivos para o palácio real onde foi efetuado o casamento protestante.

Esse duplo casamento religioso é um índice do ecletismo e do ceticismo com que essas religiões consideram suas próprias doutrinas. Para um protestante, um cismático está errado. E para um cismático, um protestante é um herege. Não obstante isto, a igreja cismática tolera que o Príncipe Paulo se case no rito protestante e o mesmo faz a seita herética a que pertence a noiva.

Na Santa Igreja Católica, um tal duplo casamento seria objeto da mais formal proibição.

É que um erro pode transigir com outro erro.

Mas a Verdade é intransigente.

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Merecem os maiores aplausos as providências que o Sr. Juiz de Menores está tomando a fim de evitar que menores freqüentem os bailes públicos nas sociedades de dança desta capital.

Nestes últimos dias, 45 menores foram detidos nessas sociedades e elas foram multadas por permitirem a sua entrada, transgredindo determinação baixada pelo juizado de menores em agosto de 1937.

São altamente louváveis essas medidas, tanto mais que, com a aproximação do Carnaval, os bailes públicos proliferam sendo efetuados até em praças públicas. (...)

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A delegacia regional de polícia de Ribeirão Preto promove atualmente uma enérgica campanha contra a dissolução dos costumes procurando evitar que certas ruas da cidade ofereçam constantemente causas de escândalos para a população.

Em São Paulo bem poderia ser feita uma campanha idêntica a fim de sanear certas ruas centrais, como a Avenida São João, Largo do Paysandu e outras, nas quais, com evidente constrangimento para os transeuntes, a moral pública sofre graves afrontas.