Parece-nos absolutamente razoável a deliberação
tomada pelo Sr. Chefe da Polícia de Porto Alegre, proibindo as atividades do Partido Nazista que estava
funcionando naquela Capital.
Para justificar este ato, sobram as razões.
Mencionaremos apenas as duas mais concludentes.
Em primeiro lugar, cumpre observar que não tem
sentido a arregimentação de alemães residentes no
Brasil em torno de uma bandeira partidária desfraldada na Alemanha. De duas,
uma: ou o nazismo deseja expandir-se no Brasil, ou não deseja. No primeiro
caso, as formações nazistas daqui devem ser dissolvidas por atentatórias da
civilização nacional e dos fundamentos católicos, apostólicos, romanos de nossa
civilização. No segundo caso, também devem ser dissolvidos por totalmente
inúteis, pois que não se compreende que se queira fazer no Brasil a propaganda
de uma ideologia que não quer, não pode e não deve medrar aqui.
Em segundo lugar, se foram dissolvidas todas as
correntes políticas nacionais, não se compreende que só os estrangeiros gozem
do privilégio de manter aqui partidos políticos.
Achamos, pois, que todos os brasileiros patriotas
devem bater palmas à atitude do Sr. Chefe de Polícia de Porto Alegre. E não
apenas os brasileiros. Também os estrangeiros deveriam regozijar-se, porque os
partidos europeus aqui instalados poderiam ser para eles fontes de atritos
incessantes com nossas autoridades, sem nenhuma vantagem para as colônias aqui
domiciliadas.
* * *
Compreenderão isto os estrangeiros residentes no
Brasil?
Graças a Deus, podemos afirmar que sim. Com grande
satisfação, lemos por exemplo o seguinte telegrama que o “Estado de São Paulo”
publicou no dia 16 pp.
“O Núcleo da
Juventude Teuto-Brasileira de Curitiba desligou-se
espontaneamente da União da Juventude Teuto-Brasileira. O Sr. Heins Buerger, chefe do Núcleo de Curitiba transmite o seguinte
telegrama ao Sr. Hans Neubert, de Porto Alegre: ‘Em face da campanha nacionalista encetada neste Estado
e com a qual nós brasileiros de origem alemã estamos de pleno acordo, dado o
espírito de justiça que a preside, comunicamos nesta data que nos consideramos
desligados da União da Juventude Teuto-Brasileira,
uma vez que essa entidade, ora em funcionamento no território nacional, será
dissolvida no interesse da ação de nacionalização que se processa’”.
Prova ele exuberantemente a retidão de intenções da
melhor parte da laboriosa e esplendida colônia alemã no Brasil.
* * *
(...) Causou agradável impressão no elemento
católico de São Paulo a visita que o Ex.mo Sr. Comandante da II Região Militar,
acompanhado de numerosa oficialidade, fez às obras da Catedral, onde os
ilustres visitantes foram fidalgamente acolhidos por
S. Ex.a Rev.ma o Sr. Arcebispo Metropolitano.
Manifestando seu interesse pela grande obra artística
que o espírito de Fé dos paulistas está erguendo no centro da Cidade, S. Ex.a
mostra compreender o espírito essencialmente católico do povo paulista que,
muito mais do que de suas altas chaminés e de seus grandes arranha-céus, se
orgulha do monumento de granito que está surgindo no coração da Paulicéa em homenagem a seu Patrono.
Ao retirar-se, o Sr. General Deschamps
Cavalcanti exprimiu sua
convicção de que as obras da Catedral, ainda mesmo consideradas sob um ponto de
vista rigorosamente neutro, mereceriam inteiro apoio das autoridades, pelo seu
altíssimo valor artístico e estimativo.
* * *
O Sr. Interventor Federal em S. Salvador isentou de
impostos a aquisição de um terreno para a construção do Seminário Central da
Bahia.
Esta notícia faz-nos lembrar que, se há um assunto
mal regulado e fecundo em dúvidas e dificuldades na legislação paulista, esse
assunto é a isenção de impostos estaduais e municipais em relação a obras
religiosas e beneficentes.
Nas vésperas das eleições de 34, o Sr. Armando Salles de Oliveira baixou,
a este respeito, um decreto claro e oportuno. Mas sobreveio a Constituição
estadual, pouco depois seguida pela Lei Orgânica dos Municípios, tudo se
anarquizou.
Se o Estado e o Município da Capital fossem cobrar
os impostos ora devidos pelos estabelecimentos de caridade, talvez a maior
parte deles se fecharia. O certo é que estão quase todos ameaçados com
executivos que não podem pagar.
É de se desejar que um decreto venha por cobro a
esta situação realmente aflitiva.