Registramos com viva satisfação o gesto do Sr.
Interventor Federal em Pernambuco, Dr. Agamenon
Magalhães, que incluiu na lista de seus Secretários de Estado alguns
nomes da maior projeção nos círculos católicos daquele Estado.
Para a Secretaria da Fazenda, foi nomeado o Sr.
Manoel Lubambo, diretor da magnífica revista de cultura católica
“Fronteiras”, um dos mais notáveis órgãos de publicidade com que os católicos
contam no Brasil. Além de católico militante, o Sr. Manoel Lubambo
é abalizado técnico em assuntos financeiros.
À testa das atividades educacionais do Estado
ficará o Sr. Nilo Pereira, advogado e jornalista católico de renome que, como
professor que é, também ocupa seu novo cargo na qualidade de técnico.
Finalmente, o Sr. Apollonio Salles, o novo Secretário da Agricultura, é colaborador em
diversas revistas especializadas de agricultura e agronomia e também figura de
projeção nos círculos católicos daquele Estado.
* * *
Segundo as informações que recebemos não apenas dos
círculos católicos, mas dos próprios jornais leigos, vem sendo notada em Santos
com a maior simpatia a magnífica atuação que S. Ex.a Rev.ma, o Sr. Dom Paulo de
Tarso Campos, Bispo
daquela vizinha Diocese, vem desenvolvendo em prol das populações recentemente
flageladas pelas enchentes de nosso litoral. Multiplicando discreta e
eficientemente as providências necessárias para aliviar a desgraça que tão
duramente feriu aquela parte de sua Diocese. S. Ex.a Rev.ma, cooperando com as
autoridades civis, tem dispensado benefícios inestimáveis aos necessitados.
Registrando o fato, lembramos a nossos leitores o
dever em que se encontram de secundar com suas preces e seus auxílios a obra
magnífica daquele grande Prelado cujo zelo ardente é tão bem conhecido em São
Paulo.
* * *
Em alocução pronunciada na semana transacta, o
Santo Padre Pio XI manifestou mais uma
vez sua veemente condenação às perseguições que a Santa Igreja está sofrendo,
não apenas entre os comunistas que se ufanam em ser o “inimigo n.º 1” do Catolicismo, mas ainda do nazismo, que gosta de
assumir “poses” de pretenso defensor
da civilização cristã.
Quem conhece o alto senso diplomático do Santo
Padre, e as esplêndidas tradições de prudência e longanimidade da política do
Vaticano não pode duvidar de que este novo brado de alarme do Santo Padre
contra o nazismo constitui
necessariamente uma réplica a novos atos de hostilidade do III Reich contra a
Igreja Católica. Desfazem-se assim, infelizmente, os boatos segundo os quais o
III Reich tenderia a melhorar sua posição perante a Igreja.
Não seria necessário, aliás, fazer esta observação,
para ficar conhecendo a situação político-religiosa
da Alemanha. As notícias que nos vem diretamente daquele país são as piores.
Ainda na semana transacta, o jornal das “Tropas
de Assalto” do partido nazista fez a apologia do confisco de todas as
propriedades da Igreja na Alemanha, e o famoso “Angriff”, jornal nazista de grande
cotação, acaba de ameaçar S. Ex.a Rev.ma o Bispo de Berlim, de duras represálias.
* * *
À vista disto, se torna pasmoso, profundamente deplorável
que o Ex.mo Sr. Cônsul Geral da Alemanha em São Paulo, em entrevista concedida
ao “Diário de São Paulo”, tenha declarado desejar que “daqui para o futuro nenhum brasileiro mais acreditasse que na Alemanha
a Religião Católica é perseguida, não havendo nada mais vil que a mentira
espalhada por certas rodas interessadas, nos países católicos, por baixos
motivos políticos e econômicos”, de que a Igreja sofre na Alemanha qualquer
hostilidade governamental.
Se os católicos do mundo inteiro - não apenas os de
alguns países, como insinua S. Ex.a - protestam contra a perseguição na
Alemanha, é porque Sua Santidade o Papa Pio XI afirmou solenemente
que essa perseguição existe. E, para nós, ainda que não houvesse outras provas exuberantíssimas, esta bastaria plenamente.
Negando a existência de tais perseguições, e
afirmando que constitui “mentira baixa”
afirmar que a Igreja na Alemanha é perseguida, o Sr. Cônsul Geral da Alemanha
fere profundamente os sentimentos religiosos do nosso país.
Estas nossas observações, que se não revestem de
qualquer hostilidade para a grande República Alemã que altamente prezamos, nem
à colônia alemã no Brasil - convém acentuá-lo para evitar explorações fáceis -
atingem tão somente as declarações daquela autoridade consular.
* * *
Nossos aplausos pelo gesto da polícia do Rio, que
apreendeu diversos livros subversivos e imorais, entre os quais “Capitães de Areia” e “Suor”, de Jorge Amado, “Lapa”, de Luis Martins, e “Tarzan, o invencível”, de Rice
Burroughs.
* * *
Devemos esclarecer que as notícias telegráficas
referentes a uma ruptura religiosa entre o Egito e a Abissínia, e a nomeação de bispos coptas
abexins independentes dos do Cairo, à testa dos quais ficaria um novo “Patriarca”, absolutamente não se
referem ao Clero católico.
Instaurado o Império Etíope anexado ao Reino da
Itália, quiseram as autoridades italianas que o clero cismático copta da
Abissínia não ficasse mais dependente do Patriarca copta do Egito, o que
significaria uma dependência espiritual de súditos italianos a uma autoridade
religiosa influenciável pela Inglaterra.
Mas como se trata de cismáticos, isto é, de pessoas
em revolta secular contra a Santa Igreja e a Santa Sé, nada temos que ver com
estes fatos, que só servem para provar como todas as igrejolas
separadas de Roma perdem sua independência e se transformam em ridículos
joguetes da rivalidade colonial da Inglaterra com a Itália.
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Registramos com satisfação o telegrama que anuncia
que serão criadas mais 3 Dioceses e 2 Arquidioceses católicas nos Estados
Unidos, índice expressivo dos progressos que o Catolicismo tem
feito naquela República.
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No dia 12, realizaram-se as eleições gerais na
Rússia. Como se vê, tais
eleições, como as da Alemanha, foram mera burla, pois que o voto a descoberto,
dado obrigatoriamente em favor do Governo, sob severas ameaças, é uma irrisão.
Mas essa irrisão prova que o governo russo está
mais fraco do que se pensa. Porque, diga-se o que se disser, o governo que
receia eleições livres tem medo do resultado das apurações, e com isto confessa
sua fraqueza. Não há sofisma capaz de encobrir este fato.
* * *
Não queremos dizer com isto que todo governo deve
ser necessariamente de base eleitoral e democrática. Longe de nós semelhante
erro. Mas se um governo se diz democrático e não pratica a democracia, como o
governo russo, a razão disto é óbvia: é que não lhe convém o veredicto daquela
mesma opinião popular que ele mentirosamente qualifica de soberana. (...)