Queremos iniciar as notas de “Sete Dias em Revista”
com uma notícia alentadora e confortadora para todos
os corações realmente piedosos. A Penitenciária do Estado, sob a direção do Sr.
Accacio Nogueira, tem sido campo aberto para o apostolado católico, e o
“Legionário” já publicou uma reportagem sobre os magníficos frutos que o
Capelão daquele presídio, o Rev.mo Sr. Pe. Francisco Magnini, P.S.S., teve ocasião de colher no exercício de sua
função.
Na semana passada, porém, deu-se um fato que
excedeu de muito a nossa expectativa. Pregando um tríduo
aos presidiários, o Rev.mo Frei Ângelo Maria do Bom Conselho, O.M.C. conseguia um tal fruto que foram necessários
quatro Sacerdotes para ouvirem as confissões dos presidiários, tal o número
deles que procurou a absolvição sacramental. E, no dia do encerramento do tríduo, houve nada menos de 600 comunhões!
Não espanta a abundância do fruto, uma vez que a
Providência se serviu do Rev.mo Frei Ângelo do Bom Conselho como instrumento.
Sacerdote de alma verdadeiramente apostólica, de um amor e de uma obediência
sem limites à Santa Igreja de Deus, de uma palavra ardente que edifica a todos
que a ouvem, Frei Ângelo do Bom Conselho é um verdadeiro dom de Deus ao Estado
que o viu nascer.
Os católicos não devem deixar de, ao registrar o
fato, acentuar a excelente orientação que, sob o ponto de vista religioso, o
Dr. Accacio Nogueira dá a nossa Penitenciária.
* * *
Outro fato que merece nosso franco aplauso é a
proposta do Sr. tenente-coronel Marinho Sobrinho que propôs a
entronização da imagem do Sagrado Coração de Jesus na sala das sessões do
conselho da Caixa Beneficente da Força Pública.
Já temos mostrado insistentemente que os católicos
devem acompanhar com a máxima simpatia todos os movimentos ou iniciativas
tendentes a aproximar da Igreja as classes armadas.
Nossos louvores, pois, à excelente iniciativa do
Sr. tenente-coronel Marinho Sobrinho.
* * *
Também merece nosso aplauso o gesto do Sr. General Daltro Filho, Interventor Federal no Estado do Rio Grande do Sul, que
ordenou o fechamento de todas as casas de jogo que se encontram naquele Estado,
e que, infelizmente, dispunham do amparo e da tolerância franca do governo do
Sr. General Flores da Cunha.
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Nossos aplausos, ainda, à deliberação do Sr.
Prefeito de Belo Horizonte que constituiu uma comissão incumbida de expurgar a
Biblioteca Pública daquele Município de todos os livros de tendência comunista.
Há meses atrás, um vereador propôs a mesma medida
na Câmara Municipal da Capital do Estado vizinho, e sua proposta foi rejeitada.
Hoje, à vista do perigo, passando por cima dos liberalismos
e das irresoluções da Câmara, o Sr. Prefeito acaba de
ordenar diretamente a medida em questão.
O exemplo não se irradiará para fora de Minas?
* * *
Tivemos ocasião de acentuar que o Sr. Hitler está estimulando o
Duque de Windsor a intervir
novamente na política inglesa. Os telegramas recentemente vindos da Europa
confirmam nossa suposição. O Füehrer, cujos minutos
são preciosos, gastou duas horas inteiras em conferenciar com o ex-soberano inglês, tendo sido secreta uma parte do
conciliábulo. Depois disto, o Duque de Windsor
declarou à imprensa alemã que adquirira na Alemanha conhecimento “que muito lhe serviriam para o futuro”,
sobre questões sociais.
Serviriam? Para que, uma vez que a correção manda
que S. A. nunca mais volte a exercer na Inglaterra qualquer função política,
pois que criaria evidente embaraço para Jorge VI?
Perguntará alguém o que tem o
“Legionário” de ver com tudo isto, e se ele simpatiza com a atual situação
política da Inglaterra, a despeito das graves e imperdoáveis culpas do governo
inglês para com a Igreja e a civilização, uma vez que esse governo protege os
comunistas espanhóis e se alia aos comunistas russos.
A resposta é simples. Evidentemente, o atual regime
inglês nenhuma simpatia nos inspira. Mas convém assinalar o curso que vão
tomando as coisas, para depois ser explicado muito acontecimento em que a
Igreja poderá vir a ser interessada.