Só temos calorosos aplausos para as medidas que tem
sido tomadas pela comissão de combate ao comunismo. A proibição da peça de Procópio Ferreira, “Deus lhe pague”,
a detenção de numerosos comunistas postos em liberdade pelas recentes decisões
judiciárias, e o propósito insistentemente proclamado de combater o comunismo,
também por meio de uma contrapropaganda, merecem nossa mais franca aprovação.
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(...) Com espírito de leal cooperação, não podemos
deixar de fazer um reparo ao programa da Comissão Oficial contra o comunismo.
Entre as medidas que vão ser postas em prática, figura um adestramento de todos
os particulares para se defenderem contra uma agressão procedente de
revolucionários comunistas.
Francamente, achamos de uma ineficiência total esta
idéia. Servirá ela tão somente a semear o pânico na população, desacreditando
ainda mais as instituições vigentes, que se pretende conservar.
Cremos, além disto, que não poderia haver, para os
adversários do estado de guerra, pretexto mais eficaz do que esta medida
extrema para insinuar no espírito público que se pretende exagerar o perigo
comunista.
Não queremos endossar essa insinuação. Mas
mostramos que a medida projetada pode auxiliar sua difusão.
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Excelente a proposta feita pelo Sr. Cyrillo F.º, vereador integralista desta
Capital, no sentido de ser dado o nome das vítimas de 35 a algumas de nossas
ruas.
As bancadas do P.C. e do
P.R.P. agiram com nobreza, aceitando a proposta de S.S., e mostrando assim que
o amor à civilização une nessa homenagem todas as correntes de opinião
representadas na Câmara Municipal.
Oxalá se generalizasse esse exemplo...
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Merece elogiosíssimo
registro a declaração do Sr. General Azambuja Villanova, comandante da 7ª Região Militar, de que o estado de
guerra não terá como conseqüência a instauração de uma ditadura.
Essa declaração, bem como outras anteriores também
procedentes de altas patentes de nossas classes armadas, fazem com que a honra
de nossos militares esteja empenhada como fiadora de que o estado de guerra só
será utilizado contra o comunismo e não facilitará a abrogação de nossa lei
magna, na qual estão inscritas as reivindicações católicas.
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Chamamos a atenção de nossos leitores sobre a
aproximação que o Duque de Windsor está tendo com o
Sr. Hitler. Não tardará muito que
se veja o ex-rei causar novos distúrbios na
Inglaterra, pondo em cheque a estabilidade do trono. Saber-se-á então qual foi
o dedo que o empurrou.
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Tendo a “Ação” de 1 pp. publicado a carta de um ex-seminarista, que afirma que o Rev.mo Sr. Pe. Júlio Maria, C.SS.R., faz propaganda do Sr. José Américo de Almeida no
Seminário de Manhumirim, estamos autorizados a declarar que tal afirmativa não é
verdadeira, e que o informante abusou da boa fé daquele órgão integralista.
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Certos documentos atribuídos aos comunistas nas
irradiações da “Hora do Brasil”
trazem declarações segundo as quais o maior inimigo do comunismo seria o integralismo, e que o comunismo lucraria com qualquer
trabalho tendente a identificar a doutrina do sigma com a do Sr. Hitler, o que
separaria os católicos dos integralistas.
A conseqüência disto, para os espíritos primários e
ingênuos, seria que toda e qualquer identificação do integralismo
com o hitlerismo seria manobra comunista.
Entretanto, na “Offensiva”
de 6 pp. o Sr. Ernani de Moraes escreveu um artigo
todo ele dedicado a mostrar as analogias históricas entre os dois partidos, o
do Sr. Hitler e o do Sr. Plinio Salgado.
E agora perguntamos: não devem os católicos
vigilantes também olhar para isto? Permitirão que o medo de um mal lhes feche
os olhos a outro? E por que não evitar ambos, combatendo também as tendências hitleristas que se encontram em certas obras integralistas?
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Consideramos oportuníssima
a proposta do Sr. Senador Alcântara Machado no sentido de
promover a identificação imediata, obrigatória e eficiente de todos os
estrangeiros desembarcados no Brasil.
É óbvio que essa medida trará grande benefícios
para o serviço da manutenção da ordem.
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O Rev.mo P. Huberto Rhoden escreveu
interessantíssimo artigo em que narra cenas de propaganda comunista a que
assistiu na capital da Bahia, propaganda esta levada a efeito com auxílio de um
caminhão do Ministério da Viação, utilizado pelo Departamento das obras contra
a seca.
Diz S. Rev.ma que tal propaganda era feita às
escancaras, sob o olhar complacente das autoridades policiais baianas.
Mais de uma vez temos mostrado as atitudes pouco
satisfatórias que o Sr. Juracy Magalhães tem tomado em
matéria de repressão ao comunismo.
E é esse o homem que comungou no Congresso
Eucarístico da Bahia, e que deu por esta ocasião as maiores provas de sua Fé.
Acentuamos isto para que a opinião católica
compreenda que tais manifestações públicas de Fé absolutamente não são garantia
de coisa nenhuma. Devemos contar com os nossos, com os católicos praticantes e
militantes. Note-se bem: praticantes e militantes. Muita gente se contenta com
os que só são praticantes, ou com os que só são militantes, ou até com os que
não são nem uma nem outra coisa. Daí erros e desilusões dolorosas...
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Típico da mentalidade pagã da burguesia é o gesto
de alguns industriais que foram à Cúria Metropolitana denunciar como comunistas
os RR.PP. de Sion, a cujo cargo está a Paróquia do Ipiranga nesta Capital, exclusivamente porque estes
reclamavam, em benefício de algumas operárias, medidas impostas absolutamente
pelo mais rudimentar espírito de justiça.
Sempre que a reação anticomunista não é inspirada
pelo espírito católico e só por ele, degenera. Hitler é um exemplo. Sua
imprensa chegou a chamar até a própria Igreja de auxiliar do comunismo. Os
industriais acima mencionados são outro exemplo. E haveria outros a citar...