Merece inteira aprovação o projeto de lei
apresentado pelo Sr. Deputado Theotonio Monteiro de Barros Filho, a respeito da criação de um Colégio Militar em São
Paulo.
Já temos dito mais de uma vez que é
um dever imperioso de todas as “elites” sociais dar às Forças Armadas a
preciosa contribuição do tempo e do talento de seus filhos.
O estabelecimento de um Colégio Militar em São
Paulo proporcionará à tradicional “elite” de nossa Capital oportunidade para o
cumprimento desse dever, do qual decorrerão, para São Paulo, para o Brasil e,
por via indireta, para a própria Igreja, vantagens fáceis de se avaliar.
* * *
Já que tocamos em assuntos militares, queremos fazer
um comentário ao discurso proferido pelo Sr. Armando Salles
de Oliveira no Rio Grande do
Sul, a propósito da
política militar que pretende desenvolver, se for eleito para o cargo de
Presidente da República.
Estamos de acordo com quase todos
os conceitos emitidos no mencionado discurso, muitos dos quais já havíamos, em
ocasiões diversas, externado anteriormente a S. Ex.a em nossas colunas.
O ponto capital de seu discurso,
incontestavelmente, está na afirmação de que o Exército, por sua sólida
formação moral e cultural, principalmente filosófica, precisa constituir uma
mentalidade própria, capaz de lhe servir de anteparo contra os princípios
dissolventes que poderiam desviá-lo do cumprimento do seu dever.
Mas o que quereríamos saber, e S. Ex.a não disse, é
qual será essa filosofia. Não basta uma filosofia qualquer. Como não basta uma
formação moral qualquer. Para os católicos, não seria apenas capital, mas capitalíssimo conhecer minuciosamente o pensamento de sua
Ex.a a este respeito.
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Magnífico o telegrama que os estudantes do Centro
Acadêmico “Luiz de Queiroz“, da Escola
Agrícola de Piracicaba, enviaram ao Sr. Presidente da República protestanto contra a intromissão do “Comitee for protection
of Brasilian People” de
Washington, e as propaladas atividades nazistas no Brasil. Nesse telegrama, não
enviam apenas os acadêmicos um protesto platônico, mas pedem que seja aberta
uma rigorosa sindicância para se averiguar se corre dinheiro estrangeiro para
facilitar a propaganda de alguma corrente política brasileira.
É da maior oportunidade.
* * *
Os Srs. Oswaldo Aranha e Juarez Távora apressaram em
explicar a origem do dinheiro que o ex-capitão Luiz
Carlos Prestes afirma ter recebido
de SS. Ex.a, e do Sr. Presidente da República, para o financiamento da mazorca
de 35. Nossos diários reproduziram, sem comentários, tais declarações. Nós, porém,
não nos contentamos com tal silêncio.
Para qualquer indivíduo que saiba quanto custa a
vida, é evidentemente impossível que a Revolução de 35 tenha sido financiada
exclusivamente com mil contos dados em 30 ao ex-capitão
Prestes, dinheiro este que deveria necessariamente ter sofrido muitas avarias
para satisfazer as necessidades pessoais do seu detentor, homem que nunca
exerceu profissão remunerativa no exílio, ao que saibamos, inteiramente
absorvido, como estava, pelas suas “conspiratas”, que
exigiram dele, até, como é notório, uma viagem a Moscou, onde foi recebido com
honras de chefe de Estado.
De onde, então, veio o dinheiro?
* * *
Mas há outra observação muito oportuna. Muita gente
excessivamente ingênua ou excessivamente maliciosa, afirmando-se embora
anticomunista, compraz-se em tecer loas ao caráter do ex-capitão
Luís Carlos Prestes. O assunto não mereceria nossa atenção se, desses elogios,
muita gente não deixasse entrever conseqüências perigosas.
Façamos, pois, um comentário. O chefe do movimento
de 35 recebeu, em 30, dinheiro para uma revolução burguesa. Recebeu-o em
confiança. Foi enviado por amigos. Mas achou que estava no direito de abusar
dessa confiança para utilizar-se do dinheiro remetido, contra os próprios
ideais de quem lho remeteu.
Em moral, como se chama um ato desses?
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É tal a paixão política que domina atualmente a
opinião pública, que já não só os vivos que fazem política, mas também os
mortos. Conta-se que, antigamente, os mortos votavam. Hoje fazem mais:
interferem diretamente na política, comunicando suas opiniões aos vivos, por
meio dos “mediuns” espíritas.
É o que se pode inferir de uma série de cômicos
artigos que um Sr. Finger, ex-presidente da Federação Espírita Brasileira, tem publicado no “Correio da Manhã”. Nestes artigos,
entre outros espíritos consultados, o Sr. Finger
menciona o de João Pessoa. Todos os espíritos movem uma tenaz campanha contra o
comunismo e o integralismo.
Como se não fosse suficiente o caráter cômico desta
impostura ridícula, outra nota tão cômica veio se acrescentar a esta. Um grupo
de integralistas espíritas, pelas colunas da “Offensiva”, publicou uma carta afirmando não poder provir
de João Pessoa a comunicação anti-integralista, a
menos que o espírito deste ainda estivesse perturbado pelo golpe que o matou, que
os demônios andam interferindo nas emissões espíritas, para dizer coisas
contrárias ao integralismo, etc., etc. E terminam
dizendo que todos os verdadeiros espíritas devem estar com o integralismo, porque este está em harmonia com a doutrina
do Evangelho.
Que tal?
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No discurso que proferiu no recente Congresso do
Partido Nazista o Sr. Goebbels afirmou que na
Alemanha, Itália, Japão, Hungria, Polônia, Brasil, Portugal e Turquia, já está
travada a luta visível contra o comunismo. Por que não mencionou S. Ex.a a
Áustria e a Bélgica, países governados diretamente por elementos católicos,
nos quais a luta contra o comunismo é formidável? Não conhece S. Ex.a as
magnificas estatísticas da JOC belga, que demonstram que a Igreja conquistou
para si o operariado daquele país?
A coisa parece explicar-se sem dificuldades. É que
a Áustria e a Bélgica, principalmente a primeira, são nitidamente refratárias à
influencia doutrinária de certas pseudo-direitas.
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São muito louváveis os propósitos de algumas
pessoas de nossa alta sociedade que, com intuitos caritativos, deram seu nome
para patrocinar uma campanha a favor do Sanatório Ebenezer, de Campos do
Jordão.
O que, entretanto, tais pessoas ignoram é que o
mencionado sanatório tem uma orientação nitidamente anticatólica,
desenvolvendo-se nele todo o trabalho necessário para fazer o proselitismo de
crenças adversárias da nossa. A este respeito, recebemos uma informação
positiva.
Ora, os católicos não podem dar seu apoio a
qualquer iniciativa que, visando embora restituir a saúde aos corpos, introduza
na alma a pior das moléstias, que é a heresia. Tanto mais que há inúmeras iniciativas
católicas congêneres, necessitadas e merecedoras do mais devotado apoio.
* * *
Fomos dolorosamente surpreendidos com a notícia de
que um inspetor do Juízo de Menores, apreendeu, no domingo passado, alguns
meninos que efetuavam, na porta da Igreja das Perdizes, a venda dos folhetos litúrgicos, impressos pelos RR.PP. Beneditinos, ameaçando
com igual medida os vendedores do “Legionário“.
Este fato, que provavelmente se passou à revelia do
Sr. Juiz de Menores, é tão injusto e ilegal que esperamos que não se repita.