Legionário, N.º 244,  16 de maio de 1937

7 DIAS EM REVISTA

Uma lei municipal de Santos estabeleceu o descanso dominical para a imprensa. Apoiamos com fervor esta excelente iniciativa, pois que os católicos devem dar seu apoio a toda medida tendente a fazer respeitar o Domingo.

Lamentamos, apenas, que entre os feriados que a lei manda respeitar não figurem certas grandes datas religiosas e nacionais, que evidentemente deveriam ser dia de descanso, enquanto se considera feriado a terça-feira de carnaval e a quarta-feira de cinzas.

É singular que se ponha a festa de Momo acima da Assunção de Nossa Senhora ou do 7 de Setembro.

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Um telegrama de Berlim informa que o III Reich está preparando uma lei contra as Ordens Religiosas. Os dispositivos desta lei, a julgarmos pelo referido telegrama, reeditam fielmente as leis anti-religiosas dos governos liberais (...) da França no século XIX contra as Ordens Religiosas. A única diferença existente entre as leis (...) da França e as leis neo-pagãs da Alemanha é que estas são mais cruéis...

(...) E, entretanto, houve muitos católicos que esperam de Hitler a salvação porque ele se dizia católico e no programa nazista havia algumas referencias a Deus!

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Em Dantzig, foi preso um deputado católico, acusado vagamente de “propalar informações tendenciosas”. Provavelmente, essas informações tendenciosas não seriam outra coisa senão a afirmação de que Hitler rompera a palavra dada à Santa Sé, e estaria rivalizando com Azaña e Stalin no seu ódio anti-religioso. Explica-se, assim, muito facilmente sua prisão. Quando alguém diz uma coisa incômoda que a gente não pode desmentir, o único processo que se tem consiste em fechar-lhe a boca­.

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Durante o cortejo organizado por ocasião da coroação do Rei da Inglaterra, os comunistas promoveram intensa propaganda de seu jornal.

O que querem os comunistas na Inglaterra? O mesmo que desejam no mundo inteiro: enforcar o último aristocrata ou o último burguês na tripa do último padre.

Quem movia essa propaganda, enviando dinheiro etc.? A III Internacional.

Quem alimenta a III internacional? O Governo da URSS.

E o que fez o Governo da URSS por ocasião da coroação do Rei?

Mandou uma delegação apresentar-lhe seus votos de felicidade e longo reinado. (...)

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A Câmara autorizou a abertura de um crédito de... 4.600:000$000 para fazer a repressão ao comunismo.

Com esse dinheiro, quanto benefício se poderia fazer às populações desprotegidas de nossa grande Capital!

No entanto, somos obrigados a gastá-lo na tarefa de reprimir o comunismo­. Evidentemente, todo o dinheiro é pouco quand­o se trata de reprimir o comunismo. Nunca seríamos nós que recomendaríamos economia neste assunto.

Mas por que não se confisca esse dinheiro aos milhardários comunistas que foram incontestavelmente cúmplices da Revolução de 1935?

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Ninguém ignora a extraordinária influência que o Teatro exerce sobre a opinião pública. Diminuída embora pelo prestígio do cinema, essa influência contínua muito forte no Brasil e no mundo inteiro.

É com toda razão, portanto, que a “Ofensiva” do dia 1º pp. protestou contra o fato de a comissão nomeada pelo Ministro da Educação para auxiliar os artistas nacionais oferecer um contrato ao Sr. Álvaro Moreira, ex-redator de “A Manhã”, muito conhecido por sua cooperação com a propaganda comunista.

Fazemos nosso este protesto.

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Entretanto, não fazemos nossas as palavras com que o mesmo jornal, em 4 pp., noticiou a representação da revista “Frutas da Terra” que, segundo a “Ofensiva”, é um “novo trabalho do grande Joracy Camargo, o homem que com “Deus me pague”, “Anastácio” e “Bobo do Rei” eleva tão alto o nome do teatro brasileiro”.

É  lamentável que um jornal que se proclama anticomunista faça propaganda de uma peça teatral como “Anastácio”, em que foram postos em cruel ridículo os sentimentos dos católicos brasileiros.