De uma nota do Sr. Plinio Barreto no “Estado de São
Paulo”, destacamos o seguinte trecho: “A
república de hoje é, no final das contas, a mesma coisa que a república anterior
a 1930? Não é sem sobressaltos que formulamos essa interrogação e não é sem
angustia que aguardamos a reposta que a elas os fatos darão. Tanta coisa
estranha temos contemplado nestes últimos tempos no cenário político, que já
vamos sentindo, dentro em nós, vacilar a fé na sinceridade e na pureza dos
ideais políticos de muitos revolucionários de 1930 e no poder de renovação de
princípios e costumes dos nossos mais graduados pregadores da democracia. O
interesse individual continua, como outrora, a ser o motivo determinante dos
acontecimentos políticos de quase todas as atitudes que os políticos assumem?
“A essa
crítica, infelizmente, nem todas as intervenções, ultimamente decretadas,
poderão escapar. O que nelas, em geral, predomina é menos o interesse público
que o interesse político de certos grupos ou indivíduos”.
É o que já temos dito. O mal do Brasil é moral. Em
30, o elemento liberal procurou dar-lhe um remédio político. Fracassou. E como
eles fracassarão todos os que quiserem resolver por via meramente política a
crise brasileira.
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Essa notícia nos
sugeriu a reflexão de que também no Brasil a regulamentação desse comércio
seria muito desejável.
Basta ir à Aparecida, e ver os abusos que o comércio local pratica, a despeito
da oposição do Rev.mo Vigário, para que qualquer pessoa se persuada disto.
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Guilherme de Almeida, cujas notas na seção social do “Estado” não primam pela
profundeza de conceitos, fez há dias uma pequena nota que é uma curiosa página
de sociologia.
Apontou ele como índice da decadência da bondade em
nossos dias, a substituição do “bom dia,
boa tarde, boa noite”, pelas saudações: “Alô ilustre, sim senhor”, etc. etc.
Mas qual a causa dessa decadência da bondade? Não
reconhecerá o ilustre escritor que ela reside na geral paganização do povo?
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Para os ingênuos que pensam que o comunismo está em
vias de ser debelado no Brasil, o Jornal
do Comércio do Recife dá uma notícia muito importante.
Segundo nos informa o referido jornal, os
comunistas costumam reunir-se periodicamente na pequena cidade de S. Salvador,
na República Argentina, a fim de concertar melhor os seus planos de subversão
no Brasil, na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.
Tratando-se de uma cidade pequena, para a qual não
estão habitualmente voltadas as vistas da polícia e dos jornais, o lugar é
excepcionalmente favorável para a instalação disfarçada de uma pequena “tcheka”
americana.
É preciso, pois, uma reação. Não pela promulgação
de novas leis. Mas pela aplicação regular e eficiente das leis já existentes, o
que, infelizmente, não tem sucedido.
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Foi fechado o presídio do Paraíso, nesta Capital,
onde estavam detidos os prisioneiros políticos.