Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Sete Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

Legionário, N° 236, 21 de março de 1937

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Na África, Mussolini fez construir 21 mesquitas, além de proceder à restauração de numerosas outras. Na Tripolitânia, o Duce criou a Escola Superior de Cultura Islâmica. E o General (Italo) Balbo (1.º Governador-geral da Líbia Italiana, n.d.c.), em proclamação dirigida aos súditos italianos na África, proclamou Mussolini “protetor do Islã”.

Essa linha de conduta mostra que Mussolini está disposto a criar, na África, uma situação para as religiões falsas, comparável à que tem, na Itália a Religião Verdadeira.

E o homem que, por muita gente, foi proclamado “salvador da Igreja”, como se à Igreja não bastasse um Salvador, que foi o Salvador, esse homem vai agora ser o “protetor do Islã”.

Confere.

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Entretanto, os católicos que com isto sentirem esmorecer seu entusiasmo por Mussolini e suas ilusões, não têm razão. A culpa é deles. Mussolini nunca os iludiu. Eles é que se iludiram a si mesmos.

Já em 1933, em um Congresso de estudantes asiáticos, o Sr. Mussolini declarou que “por duas vezes, no decurso de crises mortais, a civilização mundial foi salva pela colaboração do Oriente com Roma. Hoje, mergulhado na crise de um sistema inteiro de instituições e idéias sem alma, que pesa sobre os homens, vamos buscar nessa recordação, nos fascistas, a segurança de prosseguir nas tradições comuns milenárias de nossa colaboração”.

Está bem claro. O Oriente é bom fabricante de religiões. A Católica foi a obra prima. Mas há outras aproveitáveis. É lícito, pois, que ele as aproveite...

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Bem fez, portanto, a Santa Sé quando, ao firmar o Tratado de Latrão, exigiu que a Igreja conservasse toda a influência e toda a liberdade de fazer Ação Católica.

O Papa não foi “dupe” nesse jogo. (...)

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Em Dantzig, os nazistas continuam a perseguir o Partido Católico, cujo fechamento querem obter para anexar mais facilmente a Cidade Livre à Alemanha.

Os católicos de Dantzig não seriam, provavelmente, contrários a essa união se a Alemanha tivesse um governo católico.

Assiste-lhes o direito e o dever, entretanto, de se oporem a essa anexação, desde que ela venha a trazer perigo para suas liberdades religiosas.

Os nazistas, porém, não querem ceder. E está agindo para com os católicos com a mesma violência que empregam contra o comunismo.

E depois disto ainda acham que os católicos devem dar graças a Hitler, por ter derrotado o comunismo na Alemanha.

Como se os católicos não o pudessem fazer sem ele...

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Os jornais trouxeram a notícia de que, na França, foi feito um filme ofensivo ao Brasil, porque apresentava São Paulo e Rio como um dos maiores mercados da escravatura branca do mundo.

Que o filme contenha coisas injuriosas ao Brasil, é inadmissível e merece veemente protesto.

Entretanto, é fato, fato doloroso, fato vergonhoso, mas fato verdadeiro, que especialmente o Rio é um dos maiores mercados de carne branca do mundo. E que nossas leis fechem os olhos a isto.

Podemos demonstrá-lo, se alguém duvidar...

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Num “Congresso de Paz e Amizade com a URSS”, realizado em Londres, o embaixador soviético se gabou de que a Rússia está fortemente armada e é hoje em dia inexpugnável.

Mencionou, com luxo de detalhes, todos os recursos que a Rússia está armazenando para devorar o mundo inteiro. E acabou afirmando que a Rússia não tem medo de ninguém.

E é a isto que se chama um “Congresso de Paz e Amizade“.

É fantástico. Mas também confere.


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