Legionário, N.º 193, 15 de março de 1936

 

‘A Margem dos Fatos

 

Regressando de Roma onde foi receber das mãos de Sua Santidade o Papa Pio XI o chapéu cardinalício, desembarcou na Capital da República, no dia 10 do corrente, com destino a Buenos Aires, Dom Luiz Santiago Copello, primeiro cardeal nomeado para a República Argentina.

O eminente prelado, que recebeu grandes homenagens do povo católico do Rio de Janeiro, foi, também, alvo de expressivas provas de apreço, por parte do governo brasileiro que o quis considerar, desde logo, como seu hóspede oficial. E quando Sua Eminência se aproximava, ainda em águas brasileiras, recebeu do chanceler Macedo Soares um telegrama de cumprimentos que traduzia esse desejo altamente significativo do governo brasileiro.

Assim, o Brasil recebe, de braços abertos, esse eminente representante da Igreja Católica, dando um magnífico exemplo a vários países europeus e americanos que, exatamente neste momento, não só dificultam as suas relações com a Santa Sé, como também perseguem ou ameaçam perseguir o clero.

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O Sr. Prefeito da Capital declarou em entrevista que, atendendo ao pedido feito pelo Dr. Vicente Melillo na festa de 25 de Janeiro próximo passado, o Largo do Palácio, hoje João Pessoa, se chamará Pátio do Colégio.

Essa feliz resolução do Sr. Fábio Prado foi recebida com toda a simpatia e entusiasmo pela nossa mocidade mariana, que se regozija por haver obtido mais esta vitória que, certamente, vem satisfazer à uma justa e antiga pretensão do mundo católico de S. Paulo.

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Luis Carlos Prestes chegou ao Brasil com um passaporte falso fornecido, em Rouen, pelo cônsul de Portugal, Israel Abrahão Anonhry.

Ainda não está provado que essa autoridade tenha agido de má fé. Entretanto não é de se estranhar que ela seja um dos muitos agentes (...) de Moscou, embora, aparentemente, esteja a serviço da República Portuguesa.

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(...) Assim, um telegrama de Cádiz comunica que na ocasião do desfile de um cortejo de protesto contra a falta de trabalho, os manifestantes saquearam 11 conventos, várias igrejas, assim como o Centro Católico Operário.

Entretanto, é exatamente nos conventos que se encontram os homens que maiores serviços prestam a sociedade. Homens de elite, sábios, santos, mártires, homens que tudo dão e sacrificam em benefício do próximo.

Assinalamos aos nossos leitores a notícia que publicamos em nossa edição de hoje, sobre o Pe. Martinho Forner, que acaba de morrer leproso. Por essa notícia, ver-se-á que espécie de homens é que vivem nos conventos, objeto da sanha comunista.

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Do Sr. Gil do Prado (será um pseudônimo? diz-nos algo na carta, que se trata de um sacerdote), recebemos uma excelente carta contendo uma minuciosa exposição referente a “O Legionário”. É um prazer receber a crítica franca e construtiva de quem compreendeu tão exatamente nossos problemas e nossa obra.

Alguns dos alvitres de Gil do Prado só poderão ser aproveitados quando “O Legionário” for semanário.

Outros são excelentes e poderão ser aproveitados desde já. Especialmente agradou-nos a idéia de fazer “O Legionário” uma resenha dos artigos mais interessantes, publicados pela imprensa diária. Também merece referência particular a sugestão feita por Gil do Prado, de que “O Legionário” se dedique também a assuntos relacionados com simbolismo religioso e liturgia.

Para podermos aproveitar tal proposta, seria necessário, porém, que encontrássemos alguém que, além de douto nesse assunto, fosse dotado de autêntico senso estético e de um não menos autêntico poder de síntese. Encontrado esse “alguém”, “O Legionário” receberia avidamente sua colaboração, e o ilustraria com belos clichês, etc.

Em suma, muito nos aproveitou a carta do Sr. Gil do Prado.