Comemorando o 339º aniversário da morte
dos 26 mártires da religião católica no Japão, a Liga Católica dos Japoneses de
São Paulo mandou celebrar uma missa solene na igreja São Gonçalo
com grande assistência de elementos da colônia nipônica.
É extraordinário o apostolado exercido pela Igreja
Católica entre a colônia japonesa de São Paulo, cujos membros tornando-se
ardorosos católicos, cada vez mais vão se ambientando em nossa terra. E, enquanto
o problema da emigração oriental não passa das discussões do Congresso, a
Igreja Católica presta este admirável serviço à nossa Pátria, preparando, pela catolização dos japoneses, a sua rápida assimilação em
nosso meio.
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O embaixador brasileiro no México, em declarações à
imprensa, disse que o ensino leigo está definitivamente implantado no México,
depois da tremenda luta entre o governo socialista e a Santa Sé, e que o Sr.
Lázaro Cardenas hostiliza, abertamente, a “política
do clero”, tendo o mesmo chegado a sepultar a liberdade religiosa. Acrescenta
ainda que, apesar de ser o México o único país da América que se manifestou
contra a religião, nem por isso deixou de ter ótimas relações com todos os
Estados estrangeiros.
Ora, uma vez que a frente única americana contra o
comunismo vem obtendo, ultimamente, magníficas vitórias, principalmente na
América do Sul, impõe-se também uma ação, em conjunto com outra política
francamente comunista do Sr. Cardenas, que constitui
séria ameaça à vida de todos os outros nossos irmãos americanos. Todos os
países deveriam se manifestar contra a orientação nefasta desse governo,
cooperando com o nobre povo mexicano na luta contra os seus bárbaros
governantes que, evidentemente, recebem ordem de Moscou.
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Há quem insinue que o perigo comunista na América
do Sul é fantasia do governo brasileiro para manejos políticos. Entretanto,
ainda este mês, foi rejeitado em Buenos Aires o pedido de inscrição do Partido
Comunista que ficou, assim, impossibilitado de concorrer às próximas eleições
nacionais do dia 13. Evidentemente, tal atitude das autoridades argentinas
provam a realidade do perigo comunista em toda a América, e desmente as
insinuações de muito maquiavel-mirim da oposição.
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Noticiam os telegramas da Alemanha que a Santa Sé
se opõe ao estabelecimento de qualquer “modos
vivendi”, entre o regime nazista e os católicos,
enquanto o Partido Nacional Socialista não definir um artigo de seu programa,
em que estabelece a compatibilidade entre a doutrina hitlerista
e o cristianismo.
Realmente, a palavra “Cristianismo” tem recebido as
mais diversas interpretações, das quais uma é a do famoso “Cristianismo
positivo”, cristianismo alheio a qualquer diferença de crenças ou confissões
cristãs, e superior, portanto, à autoridade religiosa de Roma.
É à sombra dessas interpretações que se tem
afirmado a incompatibilidade entre o Catolicismo e o Nazismo, nos arraiais hitleristas, e se tem perseguido e reduzido ao cativeiro
inúmeros elementos exponenciais da vida religiosa alemã.
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Lendo essa notícia, lembramo-nos involuntariamente
dos que, no Brasil, pretendem apelar para o cristianismo, pura e simplesmente,
como tábua de salvação para o Brasil.
Repetindo trocadilho famoso, apelar para o
cristianismo “tout court” é
positivamente “trop court”.
Confirmou esta asserção o grande jornalista
católico Conde dalla Torre, em editorial recente do
“Osservatore Romano”, de que é diretor. Escreveu ele que “os que por interesses
urgentes se voltam para Jesus Cristo, devem aceitar Jesus Cristo sem nenhuma
restrição”...
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Os telegramas vindos da Alemanha insistem em que as
recentes prisões de católicos foram efetuadas por “se terem eles aliados aos
comunistas para preparar um atentado contra a segurança do Estado nacional
socialista”.
Os cristãos foram acusados, nos primeiros séculos
da Igreja, por terem incendiado Roma, a despeito de serem os mais pacíficos
dentre os cidadãos romanos.
Hoje, são acusados de comunistas, a despeito de
serem os homens mais anticomunistas do mundo.
Nero ressuscitou. Hoje,
chama-se ele Hitler.
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Os telegramas vindos da França adiantam que Jacques Bainville é a “primeira
personalidade de primeiro plano” na “Action Française” a quem a Igreja recusa funerais eclesiásticos. E
acrescentam que “até agora, decisões dessa ordem só tinham sido tomadas em
relação a modestos membros da “Action Française” dos departamentos.
A notícia é evidentemente capciosa. Todos os
membros da “Action Française”
estão excomungados. E a nenhum deles, seja qual for a sua categoria, deu ou dará
a Igreja as honras da sepultura eclesiástica.