A França foi teatro, há
dias, de um espetáculo que deve ter provocado profundas reflexões no Sr. Blum e na sua seqüela
comunista. Quinhentos mil operários católicos se reuniram em Paris, para ouvir a palavra do Cardeal Verdier, a respeito da questão social e da atitude que, perante
ela, devem assumir os trabalhadores católicos.
Não se trata aí de uma estatística vaga, computando
com pouco rigor uma massa heterogênea e amorfa, corrida para assistir a uma
solenidade religiosa.
Os mencionados operários fazem parte, todos eles,
da Congregação Nacional de Operários Cristãos. Estão todos
registrados, matriculados, fichados na Confederação.
Um grande exército
operário, como este, disposto a respeitar a ordem social, e a fazer dentro da
ordem as suas reivindicações justas é, para a civilização, uma esplêndida
garantia de estabilidade.
Não é só o operariado que, na França, reage contra
a ameaça comunista. O General Gamelin, que é uma das figuras de maior prestígio no Exército
Francês, fez em Metz um brilhante
discurso em que, diagnosticando o mal de que a França padece, e que a atirou às
beiras do comunismo, apontou como causa última a sede de prazeres materiais.
Como remédio supremo, o General Gamelin indicou a Fé.
Multiplicam-se, na França leiga, os discursos de
militares de relevo, afirmando seus princípios cristãos e disciplinadores.
E, ao que parece, a argúcia (...) do “Camarada” Blum já percebeu que não lhe será fácil levar, como
desejava, a França à sepultura. (...)
Inscreveram-se na Liga dos Sem Deus, recentemente, Litvinoff, e os embaixadores soviéticos em Londres, Paris,
Roma, Stockolm e Madri. A esses ilustres membros, a
“Liga” conferiu condecorações.
Confere.
* * *
No Palácio da Justiça de Bremem, figurava, em alto relevo, uma tábua em que estavam
inscritos os Dez Mandamentos da Lei de Deus.
Recentemente, a tábua foi suprimida.
Também confere.
A despeito de seus pruridos democráticos que
confinam com o comunismo, o hitlerismo não deixa de
favorecer os grandes plutocratas.
O grande industrial Flick doou a Hitler seu
castelo, avaliado em dez milhões de marcos. A razão do donativo está em que,
desde o advento do hitlerismo, dobrou sua fortuna.
Restaria saber se ele também dobrou o salário de seus operários.
Recentemente, um tribunal alemão proferiu uma
sentença ultra-burguesa.
Trata-se do seguinte: em 1694, o Duque Georg Wilheim ordenou que todas
as compras e vendas de imóveis fossem taxadas com uma soma insignificante, em
benefício de um asilo.
Até agora, em Cele, era
observada esta prescrição.
No entanto, um Banco (logo um Banco!) recusou-se,
agora, a pagar essa taxa, por uma transação imobiliária que fez. Tinha de pagar
40 marcos ao asilo. Mas, considerando retrógrada (!) essa exigência, recusou-se
a fazer o pagamento.
E o tribunal lhe deu ganho de causa.
Também isto, confere.
Um telegrama da Polônia informa que foram
presos, em 1936, dez mil e setecentos comunistas.
E ainda há quem ache que o Brasil não pode
conservar, por mais alguns anos, sob salutar custódia, os comunistas presos no
Rio, que em hipótese nenhuma, são mais de quinhentos!
Na Polônia, há lugar para prisões que abriguem dez
mil presos. No Brasil, que terá uma extensão talvez vinte vezes maior, não há
lugar para uns poucos de prisioneiros!