À Margem dos Fatos
"O Legionário" Nº 202, 19 de julho de 1936
O Congresso Anual dos Ferroviários, na Inglaterra, rejeitou uma indicação feita por alguns de seus membros, no sentido de se filiarem os ferroviários ingleses ao Partido Comunista. O comunismo é um movimento feito em nome dos interesses operários contra oligarquias burguesas.
Os operários ingleses, grandes interessados no assunto, recusam porém, como contraproducente, a mezinha de Marx.
Enquanto isto, ingênuos intelectualóides brasileiros há, que, sem conhecer as agruras da vida operária, ainda supõem que o comunismo é o único corretivo dos males sociais contemporâneos!
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Enquanto os socialistas espanhóis choravam o destino de Prestes, afiavam clandestinamente as baionetas com que golpearam Calvo Sotelo.
É sempre essa, a lógica dos socialistas. Cheios de sentimentos de humanidade para com os seus companheiros quando os fere a burguesia, são implacáveis contra os seus adversários.
É exatamente outra, a lógica de certos burgueses; cheios de compaixão para as Genny Gleiser e quejandos, são indiferentes à sorte dos soldados que morrem em defesa da lei.
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Publicamos em outro local as palavras repassadas de Fé, com que o Sr. Ministro do Trabalho comentou a obra de nossos confrades de "O Clamor".
No Senado Federal, registrou-se em ata o discurso que o Sr. Medeiros Netto pronunciou no "Dia do Papa".
Na Câmara dos Deputados, o Sr. Ministro da Justiça fez calorosas referências às tradições cristãs de nosso direito.
Enfim, maré alta...
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Mas, apesar de tudo isto, a Constituição Federal completou no dia 16, dois anos de idade, sem que até agora esteja regulamentada, senão, uma das conquistas católicas.
Maré alta... e pouco peixe.
Verba, non res.
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A comissão promotora das homenagens ao Sr. Bispo de Campinas, pelo seu jubileu, incluiu, na lista das comemorações, uma que não podemos deixar de mencionar: um chá para os pobres.
Oxalá seja seguido esse exemplo, em todas as nossas celebrações católicas.
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No manifesto de 9 de julho, assinaram cerca de 150 sindicatos ou associações profissionais.
Vemos, pois, que está em grande ascensão o movimento associativo profissional na Capital.
Dessas associações quantas serão católicas?
Será católico ao menos o sindicato de comerciantes em artigos religiosos?
Duvidamos.
E, no entanto, quanta necessidade há, de orientar tais movimentos.
Enviai, Senhor, operários à vossa Messe.