Sociedade Francesa de Defesa da
Tradição, Família e Propriedade
Cubanos Desterrados
Paris,
13 de março de 1995
O socialismo francês moribundo em
resgate do velho e sangrento ditador do Caribe
"Eis o vício de braço dado com o crime",
comentou Chateaubriand ao ver Talleyrand
apoiado em Fouché entrar no salão real... Que dizer
de Fidel Castro penetrando na Europa de braços com Mitterrand?
O criminoso comunista ──
um dos últimos ditadores vermelhos do planeta ──
vai a Paris sustentado por um velho cúmplice: o socialismo à francesa de
Mitterrand, sempre ávido de favorecer ao marxismo-leninismo
que, ao menos para essas pessoas, ainda não morreu!
Que espetáculo neste triste fim de reinado mitterrandiano!
Os Cubanos
Desterrados, conjuntamente com a Sociedade Francesa de Defesa da Tradição,
Família e Propriedade (TFP), protesta com veemência contra a ida de Fidel
Castro a Paris.
Que significado tem esta escandalosa operação de
resgate, precisamente quando a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas,
reunida em Genebra, acaba de condenar Cuba, na terça-feira 7 de março p. p.,
pelas "numerosas violações" dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais?
A França não tem porque homenagear a quem oprime e
aterroriza seu próprio povo!
Hoje todo mundo sabe que o povo cubano sofre uma
horrorosa opressão policial, uma terrível penúria material e uma desordem
econômica total.
E isto, apesar de uma ajuda financeira enorme de
grande número de países ocidentais, entre os quais, na primeira fila, a própria
França.
As exportações francesas para Cuba progrediram
sensivelmente nos últimos três anos, passando de 479 milhões de francos em 1992
a 720 milhões nos dez primeiros meses de 1994.
A causa essencial da penúria cubana não é o débil
embargo econômico americano, como alguns pretendem, mas o fim da ajuda
soviética a um sistema ineficaz que se recusa a se liberalizar, proibindo a
iniciativa particular, única capaz de solucionar a maioria dos problemas
atuais.
Seria normal que os organismos franceses públicos e
privados que fazem comércio com Cuba condicionem suas transações a um mínimo de
respeito, por parte do governo castrista, à sofrida
população da ilha.
Assim mesmo, os responsáveis políticos da França, que
se declaram paladinos da democracia, fariam bem em refletir antes de fazer a
corte a um velho marxista revolucionário.
Segundo a opinião unânime de todos os que lutam em
prol do restabelecimento de uma verdadeira democracia em Cuba, só um isolamento
econômico total poderá acelerar tal transição, abreviando assim o sofrimento do
povo cubano, que dura já demasiadamente. A ajuda econômica não faz senão
prolongar a ditadura dos verdugos comunistas.
Esta evidência, que não se questionava quando se
tratava do desmantelamento do apartheid na África do Sul, parece ter desaparecido da vista
de François Mitterrand...
Todos os franceses de coração reto associam-se aos
cubanos que sofrem em sua pátria e fora dela, e condenam categoricamente a inescrupulosa acolhida oficial que será dada a Fidel na
França.
Miami ──
Paris, 13 de março de 1995