VENEZUELA
 
Na frustrada perseguição à TFP, cai a máscara liberal da ditadura socialista

 

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Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs

a Plinio Corrêa de Oliveira
 

EDIÇÕES BRASIL DE AMANHÃ
Rua Javaés 681 – São Paulo
Impressão e acabamento
Artpress – Papéis e Artes Gráficas Ltda.
Rua Javaés 681 – São Paulo
s/d (1989)

VENEZUELA SIGNIFICA pequena Veneza. Este nome lhe foi dado por Américo Vespucio, da expedição de Alonso de Ojeda, ao avistar, sobre o lago de Maracaibo, as casas dos indígenas sobre palafitas. Mas, além das muitas águas, o País possui picos que atingem até 5.000 m. E a maior queda d'água do mundo, o Salto Angel, com nada menos que 1.005 m. de altura, se localiza em terras venezuelanas.

Nos primórdios do País, no ano de 1652, ocorreu o drama do cacique dos índios Coromotos. Tendo o chefe deles sido favorecido por uma aparição de Nossa Senhora – que o convidava, e aos seus, a receberem o batismo – tomou-se de súbito e inexplicável furor, lançando-se sobre a soberana Senhora para colocá-la fora de sua choupana. Mas, por um prodígio singular, a Santíssima Virgem, ao desaparecer, deixou na mão do cacique – que por fim se converteu – uma diminuta imagem cercada de raios luminosos. Esta milagrosa imagem é a que se venera em Guanare, cidade a poucos quilômetros do lugar onde se deu a misericordiosa manifestação da Mãe de Deus. Nossa Senhora de Coromoto tornou-se a Patrona do País.

 Como nos demais países sul-americanos, a Religião Católica é esmagadoramente majoritária na Venezuela. Mas têm alguma expressão cultos primitivos africanos e indígenas, como o de Maria Lionza, uma espécie de deusa cultuada à maneira animista por setores das camadas mais baixas da população, e exaltada sob pretexto nacionalista em algumas rodas de certa burguesia.

Depois da queda do ditador Pérez Jiménez (1958) e de consideráveis ameaças guerrilheiras nos anos 60, dir-se-ia que se iniciou, e dura até hoje, uma era de estabilidade política, com o suceder-se alternado no Poder dos dois partidos majoritários: a Ação Democrática, social-democrata, e o COPEI, democrata-cristão. Entretanto, muitos analistas políticos apontam tendências ditatoriais no governo socialista de Lusinchi, marcado por restrições à imprensa, por perseguição a inimigos políticos e pelo brutal e ilegal fechamento de Resistencia (entidade coirmã das TFPs) após prolongada e estrondosa campanha publicitária, que contou com impulso do Executivo. Porém, o Poder Judiciário, por sentença de 15-5-86, transitada em julgado, reabilitou em última instância Resistencia, reconheceu a inexistência de qualquer ilícito penal na atuação da entidade, reabilitando-a desse modo aos olhos do público.

Qual a causa de tão injusta e singular campanha governamental contra a TFP? Muitas respostas poderiam ser dadas a essa questão, mas a melhor e mais eloqüente é a própria cronologia, pois o "estrondo publicitário" começou a desatar-se apenas 36 dias depois que Resistencia saíra às ruas para protestar, de forma ordeira e legal, contra o projeto de lei de "custos, preços e salários", enviado ao Parlamento pelo Executivo. As pessoas mais atiladas viram na atuação do Governo uma represália contra tal campanha, tanto mais que todo o passado de Resistencia apresenta um caráter marcadamente anti-socialista.

É esse passado que se trata de conhecer aqui e, para isso, é preciso remontar ao ano de 1968.

1968

Primeira estruturação

MAIO – Vários universitários que haviam conhecido os ideais das TFPs consubstanciados em "Revolução e Contra-Revolução" constituem o Grupo Tradicionalista deJóvenes Cristianos Venezolanos.

 

Kerenskys na Venezuela?

MAIO – Publicação e difusão em todo o País do livro Frei, o Kerensky chileno (1), em que Fábio Vidigal Xavier da Silveira mostra como a Democracia Cristã preparava o cami­nho para o comunismo no Chile. A obra já havia sido publicada por partes no jornal "La Verdad", de Caracas (outubro de 1967), suscitando protestos da embaixada chilena (2). Sua difusão tem grande impacto, pois nesse ano de 1968 se realizam as eleições que levam à Presidência o líder democrata-cristão Rafael Caldera. Deste livro são feitas duas edições, com um total de 6 mil exemplares.

Análise do programa do COPEI

NOVEMBRO – Nas vésperas das eleições presidenciais, o Grupo Tradicionalista de Jóvenes Cristianos Venezolanos publica na imprensa (3) manifesto no qual mostra que o programa do COPEI (Partido Demo­crata-Cristão da Venezuela) é fundamen­talmente igual ao da Democracia Cristã chilena.

O Grupo Tradicionalista de Jóvenes Cris­tianos Venezolanos publica matéria sobre o IDO-C e os grupos proféticos (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 2).

 

1970

 Primeira campanha de rua

NOVEMBRO – O Grupo Tradicionalista de Jóvenes Cristianos Venezolanos publica em "La Verdad", de Caracas, e divulga no mês seguinte em campanha de rua por meio de folhetos, o artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira Toda a verdade sobre as eleições no Chile (4). 

1971

 Fundação

OUTUBRO – Os membros do Grupo Tradicionalista de Jóvenes Cristianos Venezolanos fundam Núcleo Venezolano de Defensa de la Tradición, Familia y Propiedad

Opressor da civilização cristã

OUTUBRO – A propósito da visita de Allende à Venezuela, o Núcleo TFP publica nos jornais um protesto deplorando a presença no País do opressor da civilização cristã no Chile.

 

Covadonga

NOVEMBRO – O Núcleo TFP começa a editar a revista "Covadonga", destinada à análise dos acontecimentos da atualidade à luz da doutrina católica. Nesse primeiro número são expostos a finalidade e o campo de ação do Núcleo Tradição, Família e Propriedade. A divulgação desta revista amplia o círculo de amigos do Núcleo. Ela apresenta, ademais, substanciosos artigos doutrinários, que propiciam a reação ideológica ao indiferentismo criado pela détente.

Trapaças

NOVEMBRO – Publicação na imprensa (5) do manifesto da TFP chilena intitulado Nem armas, nem barbas, mas trapaças: a via chilena. 

1973

 JANEIRO – "Covadonga" publica em número especial (5 mil exemplares) estudo denunciando o IDO-C e os "grupos proféticos" (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 2). 

Socialismo cristão?

MARÇO – Carta aberta ao Bispo de Barcelona, Mons. Constantino Maradey Donato, analisando declarações (6) nas quais o Prelado aprova algumas formas de socialismo. O Núcleo TFP lhe faz um respeitoso pedido público de esclarecimento sobre o direito de propriedade e a família. A carta, entregue no Palácio Episcopal, é posteriormente transcrita nos principais jornais de Caracas (7) e difundida também nas ruas. Não houve resposta do Prelado. 

Intervenção

JUNHO – Representantes do Núcleo TFP fazem uso da palavra na XXVIII Assembléia Anual das Fedecamaras (Federación Nacional de Camaras, Asociaciones de Comercio y Producción), distribuindo, ademais, documento no qual insistem sobre a necessidade da difusão dos princípios doutrinários sobre os quais se esteia a propriedade privada, e alertam sobre o avanço do Estado monopolista, a perda de terreno da iniciativa privada e a mutilação da propriedade particular. 

Ofensiva e surpresa

AGOSTO – No manifesto A TFP informa à opinião pública: surpresa, a grande arma da ofensiva comunista, a entidade analisa o avanço do comunismo na América Latina e alerta a opinião nacional sobre o eventual progresso da esquerda nas eleições presidenciais que se realizariam dentro em breve. 

Ambigüidades

SETEMBRO/OUTUBRO – Divulgação (8) de dois manifestos: o primeiro pede respeitosamente ao Episcopado venezuelano que explique qual é o socialismo que "pode ter sentidos válidos e aceitáveis", de acordo com o documento que os Bispos haviam publicado pouco antes. O segundo é uma interpelação ao deputado comunista Héctor Mujica, que havia afirmado a existência de “Sacerdotes amigos que se identificam com nossa Causa em todo o País” (9). A TFP desafia o Partido Comunista a que publique os nomes desses Sacerdotes, pois ocultá-los significaria assumir a responsabilidade de estar organizando a traição dentro da Igreja. 

Ambos são publicados nos principais jornais de Caracas, e 20 mil volantes divulga­dos nas ruas. A resposta é o silêncio... 

Cuba faz cair prestígio

NOVEMBRO – Na iminência das eleições presidenciais, preparava-se o restabelecimen­to de relações diplomáticas entre a Venezue­la e o regime comunista de Cuba. A TFP pu­blica na imprensa (10) uma carta aberta ao Presidente Rafael Caldera, da Democracia Cristã, mostrando que tal restabelecimento se­ria um golpe mortal nas esperanças de liberta­ção do povo cubano, sem trazer nenhum be­nefício para a Venezuela. A resposta do Che­fe de Estado, transmitida pela TV, não é ab­solutamente convincente para o País, o que redunda em considerável perda de prestígio do partido do Governo e do candidato de­mo-cristão à Presidência.

Depois da derrota do COPEI nas eleições, um alto dirigente dessa agremiação declara que "uma porcentagem não desprezível de eleitores preferiu votar na Ação Democrática e não no COPEI", por considerar que "a aproximação com Cuba era sinistra para o País" (11). 

Pacto eleitoral

DEZEMBRO – A TFP interpela publicamente (12) o Sr. Lorenzo Fernandez, candidato democrata-cristão à Presidência, pedindo-lhe que confirme ou desminta os rumores sobre a existência de um pacto eleitoral entre sua candidatura e o Partido Comunista. "O silêncio equivaleria a uma confissão", assinala a interpelação. E o interpelado guardou silêncio...

Após a derrota da Democracia Cristã, a TFP publica na imprensa um comunicado pedindo ao Presidente eleito, Carlos Andrés Perez, que reconheça o sentido anticomunista do pronunciamento das urnas. 

1974

 ABRIL – Divulgação em jornais e campanhas de rua do documento A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas. Para a TFP: omitir-se? ou resistir? (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 4).

JULHO – Campanha contra a distensão das nações ibero-americanas em relação à tirania cubana (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 6).

Consolidação da opressão

AGOSTO – Relações com Cuba: consolidação da opressão e injustiça e golpe sobre a confiança do eleitorado venezuelano. Sob este título, a TFP publica nos jornais (13) uma carta aberta ao novo Chefe de Estado, Carlos Andrés Perez, impugnando o restabelecimento de relações diplomáticas com Cuba e reafirmando os termos da carta dirigida ao seu antecessor.

Não tendo recebido resposta, a TFP envia telegrama ao Presidente, propondo que o Governo venezuelano promova pelo menos uma investigação – quiçá a cargo da ONU, com a participação de exilados cubanos – sobre as condições das liberdades em Cuba (14).

SETEMBRO/OUTUBRO – "Covadonga" publica reportagem sobre os mil dias de Allende (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 3).  

1975

 Resistencia

FEVEREIRO – O núcleo de jovens que fundaria mais tarde a  Asociación Civil Resistencia publica o número "zero" da revista universitária "Resistencia".

Heróico Purpurado

ABRIL – Por ocasião da visita do Cardeal Josef Mindszenty à Venezuela, a TFP divulga (15) uma mensagem de boas vindas ao heróico Purpurado, e tem a honra de recebê-lo com seus estandartes no aeroporto internacional de Maiquetía. O ilustre visitante recebe por duas vezes os diretores e cooperadores da TFP, e os distingue com expressivas mostras de simpatia. 

Fátima

JULHO – Publicação e divulgação, em toda a Venezuela, do opúsculo Simples relato do que se passou em Fátima quando Nossa Senhora apareceu, do Eng. A. A.Borelli Machado. 

Fascista = comunista

OUTUBRO – A TFP publica folheto, amplamente divulgado em campanhas de rua, demonstrando que deve ser contra o fascismo quem é contra o comunismo, pois ambos são similares.

 

1976

MARÇO/ABRIL – A Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que verteu lágrimas milagrosamente em Nova Orleans (EUA), visita a Venezuela sob os auspícios da TFP, sendo cultuada por mais de 150 mil pessoas. 

JULHO – A revista universitária "Resistencia" publica reportagem sobre o recente livro da TFP chilena A Igreja do silêncio no Chile. A revista é difundida em campanha nas ruas (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 8).

 

Visita indesejável

OUTUBRO – Publicação na imprensa (16) de um manifesto de protesto da TFP pela visita à Venezuela do Presidente comunista húngaro Pál Losonczi. O estandarte da sede social da entidade permanece enlutado durante os dias em que Losonczi está presente no País.  

1977

Na Universidade

A partir deste ano os jovens reunidos em torno da revista "Resistencia" começam a exibir um mural num dos halls mais freqüentados da Universidade Católica AndrésBello, de Caracas.

Perplexidade documentada e respeitosa

ABRIL – Entrevistado pela imprensa, Mons. Ovidio Pérez Morales – objeto de alusão no prólogo de A Igreja do Silêncio no Chile por sua notória orientação esquerdista – atribui à TFP, sem fundamento, o fato de ter sido qualificado de "tolo útil". Em vez de retificar suas anteriores declarações, nas quais exaltava "os valores genuínos do marxismo", "as esperanças que representa" etc., Mons. Pérez Morales declara: "Continuo crendo que o marxismo está chamado a dar uma contribuição importante para o progresso da humanidade" (17).

Diante do fato, a TFP externa sua perplexidade, de forma documentada e respeitosa, em manifesto divulgado em dezesseis campanhas de rua (53 mil exemplares). O documento é publicado em vários jornais (18).

Sugestivamente, o deputado marxista e candidato presidencial do Movimento ao Socialismo (MAS), José Vicente Rangel, sai em defesa de Mons. Pérez Morales, emitindo, além do mais, declarações furibundas contra a TFP (cfr. "El Mundo" Caracas, 24-3-77). 

Telex a Paulo VI

JULHO – A TFP venezuelana publica em vários jornais (19) o texto do telegrama do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a Paulo VI, no qual se manifesta perplexo com a política de distensão do Vaticano com os governos comunistas. São divulgados em campanhas de rua 33 mil exemplares do boletim número 5 de "TFP Informa", com o texto do documento. 

Retificação inteira?

OUTUBRO – Diante de novas e desconcertantes declarações favoráveis ao comunismo feitas pelo Secretário do Episcopado, Mons. Ovidio Pérez Morales(posteriormente desmentidas por ele de forma insuficiente) a TFP publica uma carta aberta (20) dirigida ao Prelado. Nela, mostra que as idéias por ele manifestadas e posteriormente negadas, são a constante de seu pensamento. Em conseqüência, pede que ele retifique inteiramente sua posição e "restabeleça a integridade da muralha doutrinária que protege os católicos venezuelanos contra o comunismo". O documento é publicado nos principais jornais e difundido em campanha por todo o País (21). 

Sem argumentos

OUTUBRO – O então Arcebispo coadjutor de Caracas, Mons. José Ali Lebrun (hoje Cardeal-Arcebispo da mesma Arquidiocese), e o Arcebispo de Maracaibo, Mons. Domingo Roa Pérez, se solidarizam com Mons. Pérez Morales, afirmando que as críticas da TFP eram injustas (22). Os Prelados se baseavam somente em sua autoridade e, sem dar argumentos, atacavam a TFP, que replicou pelos jornais (23). Também desta vez foram distribuídos folhetos com o comunicado da TFP em campanhas de rua. 

1978

MAIO – A revista "Resistencia" edita a terceira parte do ensaio Revolução e Contra-Revolução, de Plinio Corrêa de Oliveira (ver Livros editados por várias TFPs nº1).

 

Patrona da Nação

MAIO – Difusão pela TFP em todo o País da edição de 10 mil exemplares do livro Breve história de Nossa Senhora de Coromoto, de autoria do Irmão Nectário Maria, para tornar conhecidas as manifestações de misericórdia e predileção com que a Patrona da Venezuela beneficiou a Nação. 

MARÇO, AGOSTO E DEZEMBRO – Telegrama a Carter a respeito das vítimas do comunismo no Vietnã e no Cambodge. Apelo ao "Seminário para a proteção e promoção dos direitos humanos" (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 7). 

AGOSTO/SETEMBRO – "TFP informa" reproduz artigos do prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre a sucessão pontifícia (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 10). 

Temas de atualidade

SETEMBRO – Difusão pela TFP em campanha pública por todo o País dos Diálogos sociais (10 mil exemplares), opúsculos onde, em linguagem simples e acessível, se expõe a doutrina social católica sobre temas da atualidade: propriedade privada, livre iniciativa, família etc. 

Cadeado na boca

NOVEMBRO – Nas vésperas da nova eleição presidencial, a TFP se dirige publicamente aos candidatos dos dois principais partidos. Expressando-lhes apoio em determinados pontos e fazendo reparos em muitos outros, a Sociedade lhes pede uma definição de posições, de acordo com o desejo da maioria católica do País. Os documentos são publicados nos principais jornais e distribuídos pelos cooperadores da TFP nas ruas.

A pedido do COPEI, o Conselho Supremo Eleitoral proíbe a divulgação de documentos que o acusam de coincidência com o comunismo. A TFP publica então um comunicado intitulado A Democracia Cristã: um cadeado na boca? (24). O documento aponta nesse episódio as tendências totalitárias manifestadas  pela DC venezuelana. É divulgado também em campanhas de rua.  

1979

Asociación Civil Resistencia

FEVEREIRO – Devido ao crescimento do núcleo de jovens agrupados em torno da revista "Resistencia", e do êxito da campanha dos Diálogos Sociais, funda-se aAsociación Civil Resistencia, entidade juvenil autônoma e distinta da TFP venezuelana, mas congênere das TFPs existentes em todo o mundo. 

Candente atualidade

MAIO – A Asociación Civil Resistencia começa a editar seu boletim mensal "Resistencia en 30 dias". 

Autenticidade?

JULHO – Venezuela na grande encruzilhada: autenticidade, o imperativo cívico e cristão que o momento impõe. Publicado em vários jornais (25) e difundido também em campanhas de rua, este manifesto da TFP, além de pedir autenticidade na vida política e nos debates sobre economia, que estão em curso, mostra como os temas que verdadeiramente preocupam a opinião pública, como o avanço comunista no Caribe e o aborto, não estão sendo focalizados devidamente pela imprensa. 

Explicação sobre a TFP

SETEMBRO – "Resistencia en 30 dias" publica uma explicação detalhada sobre a TFP e seus objetivos, que é distribuída a seus amigos e simpatizantes. 

1980

 Publicações periódicas

A partir deste ano, até 1984, os jornais "El Universal" e "Buen Rato", de Caracas, reproduzirão periodicamente as colaborações do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira publicadas no quotidiano paulista "Folha de S. Paulo". 

Milagre do sangue de São Pantaleão

JANEIRO – Campanha pública para difundir o boletim "TFP Informa", com um relato sobre o milagre do sangue de São Pantaleão, que se iniciou em Madrid no dia 27 de julho de 1979. 

Desacertada distensão

MARÇO – Carta aberta ao Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Dr. José A. Zambrano Velazco, a respeito da desacertada política de distensão com a Cubacastrista e de seus lamentáveis efeitos no Caribe, ao estimular a expansão comunista (26).

ABRIL – Telex a João Paulo II a propósito dos milhares de cubanos que se refugiaram na Embaixada do Peru em Havana (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 9). 

 

1981

 Morte para amanhã

MARÇO – A propósito da influência psicológica da guerrilha em El Salvador sobre a opinião pública venezuelana, a TFP publica nos jornais o comunicado intitulado A resistência concessiva ante o comunismo. Sobrevivência para hoje, morte para amanhã (27). 

 

"Ataram-lhe as mãos porque fazia o bem"

ABRIL – Em número dedicado à Semana Santa, "Resistencia en 30 dias" publica o artigo de Plinio Corrêa de Oliveira Ataram-lhe as mãos porque fazia o bem, que comenta aspectos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Exportação sandinista

MAIO – Difusão pela TFP de reportagem sobre a Noite Sandinista, realizada ao término de um congresso eclesiástico subversivo em São Paulo, Brasil, que incitou à guerrilha e à ofensiva sandinista em todo o continente. 

Conservadores vitoriosos

MAIO – Por ocasião da vitória da coligação de forças conservadoras que levou Reagan ao poder nos EUA, o boletim "Resistencia en 30 dias" analisa o conjunto de organizações chamado "Nova Direita", que une grande parte da opinião anti-esquerdista daquele País. 

DEZEMBRO – A Mensagem das 13 TFPs sobre o socialismo autogestionário francês é publicada largamente na Venezuela (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 12).

 

1982

ABRIL – Ao deflagrar-se inesperadamente a guerra das Malvinas, e tendo em vista a comoção produzida na Venezuela, a TFP publica o comunicado de sua congênere argentina a respeito desse conflito (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 13). 

Bureau para representação

AGOSTO – Nesse ano, em um contexto de rápida expansão, devida sobretudo à publicação da Mensagem das TFPs sobre o socialismo autogestionário, procede-se a uma reestruturação funcional, desdobrando em dois ramos as atividades até então desenvolvidas em prol da Tradição, Família e Propriedade no País. Funda-se em Caracas umBureau para Representação das 15 TFPs, para divulgar na Venezuela a opinião conjunta delas sobre temas de interesse internacional. Dele se encarrega o sr. Pedro MorazzaniBoschetti. De seu lado, continuam os jovens de Resistencia com a execução das atividades de âmbito venezuelano. 

Perigos do PSOE

NOVEMBRO – São distribuídos aos amigos e simpatizantes de Resistencia em todo o País exemplares de uma esclarecedora carta aberta da Sociedad CulturalCovadonga-TFP, dirigida ao Partido Socialista Obrero Español (PSOE).  

1983

 Matança dos inocentes

ABRIL – É divulgado o apelo da TFP espanhola contra o aborto, no documento Ante a matança dos inocentes: Dentro da ordem e da lei, santa indignação

"Resistencia" leva alegria e conforto a hospital

MAIO – Convidados pelo capelão do Hospital Clínico de Caracas, militantes de Resistencia visitam doentes do instituto, levando-lhes palavras de consolo e de confiança, e distribuindo estampas de Nossa Senhora de Fátima. 

Pensamento político

JUNHO/JULHO – Cooperadores de Resistencia comparecem, na qualidade de observadores, ao Congresso do Pensamento Político Latino-Americano, celebrado em Caracas, com a presença de políticos, ideólogos, economistas, escritores e pensadores das três Américas e da Europa. Neste simpósio, organizado pelo Congresso da República, entregam aos assistentes – entre os quais se contam vários ex-presidentes, assim como altos dirigentes de partidos políticos latino-americanos – o exemplar da revista Resistencia com a Mensagem das TFPs sobre o socialismo autogestionário francês.

JULHO – O Bureau divulga em Caracas o protesto das TFPs pela nomeação de Kissinger como assessor para a América Central (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 14).

 SETEMBRO – O Bureau protesta contra a derrubada de avião de passageiros sul-coreano pelos russos (ver TFPs: ações conjuntas em âmbito internacional nº 15). 

Granada: telegrama a Reagan

NOVEMBRO – O Bureau Tradición, Familia y Propiedad divulga na imprensa de Caracas (28) o telegrama de felicitação enviado pela TFP norte-americana ao Presidente Reagan pela libertação da ilha de Granada. 

Sinistro perigo afastado

NOVEMBRO – Resistencia dirige carta aberta ao Presidente Luis Herrera Campins, na qual lamenta a posição do Governo, contrária à atuação das forças norte-americanas em Granada, e elogia as nações que intervieram a tempo para conjurar o perigo. A carta é publicada na imprensa sob o título Granada, ninho de artilharia apontado contra nós (cfr. "El Universal", 14-11-83).

Associação Civil Resistencia decide obter assinaturas de apoio a este documento. Para isto os militantes da entidade – com seus símbolos característicos – realizam campanha nos pontos-chave do centro de Caracas. O público reage apoiando com entusiasmo a iniciativa, e em apenas 13 dias 29 mil pessoas subscrevem o texto ("El Universal" e "Panorama", 30-11-83).

Audiência presidencial

DEZEMBRO – O Presidente Luis Herrera Campins recebe em audiência dois representantes de Resistencia, ocasião em que lhe é entregue o abaixo-assinado. O Presidente manifesta seu apreço pelo trabalho árduo realizado para obter aquele número de assinaturas, exprimindo também sua simpatia pelo gesto de Resistencia e pelo idealismo que seus jovens membros demonstram. 

1984

Lei iníqua, campanha de Resistencia

JUNHO – Ante a possível aprovação de projetos de lei submetidos à consideração do Congresso, e que poderiam afetar a fundo o futuro do País, a Associação CivilResistencia julga seu dever fazer ouvir sua voz no campodos princípios. Publica então o manifesto O socialismo gerou a maior crise sócio-econômica das últimas décadas – e a lei de Custos, Preços e Salários vai agravá-la (29). O documento mostra que a Venezuela foi sendo conduzida gradualmente para onde não queria nem devia ir: rumo ao Estado socialista. O semanário "Tribuna Popular", do Partido Comunista, ataca violentamente, em primeira página, a campanha de Resistencia.

36 dias depois...

AGOSTO – Trinta e seis dias depois da campanha de Resistencia a respeito da lei de Custos, preços e salários, o governo socialista do Presidente Lusinchi começa a desencadear contra a entidade o mais violento "estrondo publicitário" da história do País, dando origem a verdadeira perseguição ideológico-religiosa.

A polícia caraquenha invade o imóvel da sede social da entidade, alegando ter recebido denúncia (anônima) de que ali havia menores seqüestrados. Procede ela à vistoria, obviamente nada encontrando.

Depois de um pequeno hiato, a campanha publicitária toma no mês de outubro proporções gigantescas. Em poucas semanas, 600 notícias de jornais contra Resistenciasão publicadas tão-só em Caracas (das quais 100 em apenas dois dias...), sendo levadas ao ar nada menos que 20 horas de programação de TV. As acusações estapafúrdias se repetem sem cessar, como, por exemplo, a de que todos os anos, no mesmo dia, um membro de Resistencia pratica o suicídio ritual. À longa lista de absurdos não podia faltar a calúnia, já desmentida e desprestigiada no Brasil, de que a TFP deste País havia promovido exercícios de tiro, utilizando como alvo uma foto de João Paulo II (*).

(*) Em muitas das acusações então veiculadas contra Resistencia pode-se reconhecer o estilo do norte-americano Lyndon LaRouche, mentor de uma rede de organizações cívicas, culturais, financeiras e políticas, e de uma cadeia de agências de notícias, a qual, segundo foi possível comprovar, alimentou de inverdades delirantes o "estrondo" venezuelano em toda a duração dele (cfr. "Ultimas Noticias", Caracas, 13-10-84 e "2001", Caracas, 14-2-85). Posteriormente, Lyndon LaRouche foi condenado a 15 anos de prisão pela Justiça norte-americana, por estelionato ("Folha de S. Paulo", 28-1-89).

Resistencia e o Bureau Tradicão, Família, Propriedade (também atingido pelo "estrondo") se defendem serenamente, refutando uma a uma, sem exceção, todas as acusações concernentes a seus respectivos âmbitos. As portas das redações dos jornais se fecham para suas respostas, mas elas são publicadas como anúncios pagos. Não há tréplicas. Os promotores do "estrondo publicitário" retomam as mesmas acusações, como se nada tivesse sido dito pela TFP em sua defesa.

De seu lado, Ministros do Governo Lusinchi se associam ao coro, comparecendo diversas vezes à televisão para atacar Resistencia

Dramática atuação

Cinco ou seis famílias – os jovens de Resistencia eram cinqüenta – se mostram inconformes com o fato de seus filhos colaborarem com Resistencia. De início, começam a molestá-los. Depois se põem a difamar publicamente o conjunto dos jovens de Resistencia, entre os quais seus próprios filhos, pela imprensa e televisão, fato inconcebível, e até do qual o público venezuelano não conhece precedentes. Pouco depois, pedem à Procuradoria Geral da República e à Polícia Política (DISIP) que coarctem a liberdade de movimento dos jovens de Resistencia, proibindo-os – a eles que são, todos, maiores de idade – de ausentar-se do País, e ao mesmo tempo solicitam aos corpos de segurança do Estado que os interroguem em presença de psicólogos, para estabelecer se sofreram "lavagem cerebral" em Resistencia ou na TFP brasileira, que haviam visitado durante as férias.

Os órgãos policiais do Governo socialista Lusinchi, que pareciam não esperar senão exatamente pela desconcertante iniciativa dos pais inconformes, no dia seguinte ao pedido se colocam em ação, começando imediatamente os interrogatórios e prolongando-os por oito dias. Alguns dos jovens têm que permanecer até onze horas consecutivas na polícia, sem que lhes seja permitido comer e, em muitos casos, nem beber. A ferocidade policial é alternada com provocações e diversos processos de pressão moral e psíquica (*).

(*) Tudo lhes foi perguntado, desde qual era a influência da cor vermelha em sua vida, até assuntos íntimos. Ou relativos à liturgia! Ao mesmo tempo, mulheres da polícia os ultrajavam, com convites lascivos, narrações obscenas, e caçoadas. Alguns tiveram que se submeter a exames toxicológicos, testes psiquiátricos e neurológicos e "avaliações" antropométricas.

A sede de Resistencia volta a ser vistoriada (e o é quatro vezes em poucas semanas...), sem que seja possível impugnar de forma documentada a associação no que quer que seja. Diante da nítida perseguição policialesca, esses jovens (o mais velho mal chegava aos 30 anos) professam sua fé católica e se mantêm firmes na sua adesão aos princípios da organização que integram. Seria, portanto, de esperar que da parte da Hierarquia da Igreja da Venezuela lhes chegasse alguma palavra de conforto. Em vez disto,Resistencia é atacada publicamente por um Bispo e vários Sacerdotes. O Cardeal José Ali Lebrun, Arcebispo de Caracas (que recebera em seu Palácio, abençoara e desejara sorte ao candidato presidencial marxista, o ex-guerrilheiro comunista Teodoro Petkoff), nega-se a receber os membros de Resistencia quando estes lhe solicitam uma entrevista, e até quando a ele recorrem pelo telefone, o Prelado corta a ligação depois de lhes fazer uma áspera invectiva. Nos mesmos dias, recebe demoradamente em audiência o grupinho de pais hostis. Nenhum dos membros do Episcopado venezuelano responde, nem sequer nos limites mínimos de cortesia prescritos pelas boas praxes, a uma filial e respeitosa circular, em que Resistencia pede alguns esclarecimentos e se põe à disposição para qualquer elucidação.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito

Na segunda semana de novembro, o "estrondo publicitário" é marcado, sobretudo, por uma tumultuosa sessão da Comissão de Política Interior do Congresso para interpelar os dirigentes de Resistencia. Nela, os discursos anti-Resistencia se sucedem, e os dirigentes da entidade têm poucas oportunidades para se fazerem ouvir. O discurso inicial, do deputado David Morales Bello, Presidente da Comissão, já prejulga Resistencia, pois afir­ma tratar-se de uma associação legal apenas na aparência, mas ilegal nos fatos, por violar a Constituição. O deputado não aduz qual­quer prova a suas acusações. Os outros dis­cursos são do mesmo gênero: a Comissão con­dena Resistencia antes mesmo de começar a ouvi-la...

Em sentido contrário, o Dr. José Rodri­guez Iturbe, democrata-cristão, atual Presi­dente da Câmara de Deputados, levanta-se pa­ra pedir que seja examinado, antes de mais nada, se há provas dos fatos alegados, e quais deles são ilegais. Sua proposta é acolhida agressivamente pela mesa, originando-se daí até um incidente. 

A suspensão das atividades por decreto

O fechamento de Resistencia e do Bu­reau pelo governo socialista sobrevém no dia 13 de novembro de 1984, em meio a uma sucessão frenética de acontecimentos.

No dia anterior, o Comitê Executi­vo da Ação Democrática, partido integran­te da Internacional Socialista, ao qual es­tá filiado o Presidente Lusinchi, pedira formalmente que Resistencia fosse fecha­da, e que não se permitisse sua atuação no País.

Pela manhã do dia 13, realiza-se um de­bate na TV, de quase três horas, ao qual com­parecem os jovens de Resistencia, tendo ter­minado com nítida vantagem para estes, co­mo prova o fato de o Governo ter proibido a reprise do programa, já anunciada pela emissora de televisão.

Estranhamente, como "adivinhando" que algo de sensacional estava por suceder, um batalhão de jornalistas e fotógrafos apre­senta-se nos portões da sede, acompanhados pelos pais inconformes. Surge também uma chusma de agitadores (alguns dos quais por­tando paus e facões) liderados por dois depu­tados socialistas dos que mais se destacaram na luta contra Resistencia.

A polícia é prevenida com insistência pe­la entidade visada, entretanto não compare­ce. Seguem-se brados de slogans, o arromba­mento do grande portão, a invasão dos jar­dins e o apedrejamento da sede. Tudo com transmissão simultânea pela TV.

No começo da noite, quando o show re­volucionário chega a seu climax, comparece diante das câmaras de televisão o Ministro da Justiça, Manzo Gonzales, e lê o decreto da suspensão das atividades de Resistencia e do Bureau, decreto esse assinado por ele e pe­lo Ministro do Interior, Octavio Lepage, em nome do Presidente Lusinchi. 

Até adversários estranham

Nos dias seguintes, conhecidas persona­lidades do mundo político, jurídico e jornalís­tico venezuelano – inclusive o ex-presidente Rafael Caldera – saem a público para mani­festar sua estranheza ante a medida ditatorial do Governo Lusinchi. A maioria delas diz não concordar com Resistencia, mas verbera com vigor esse atentado contra o regime de li­berdade, juridicamente vigente no País (cfr. "Catolicismo", n° 410, fevereiro de 1985). O Cardeal Lebrun, contudo, declara que "as autoridades competentes do País atuaram con­forme as leis do Estado proibindo o funciona­mento da organização" (30).

A TFP brasileira fez publicar comunica­do intitulado Perseguição ideológico-religio­sa na Venezuela – Nuvem negra baixa sobre o País irmão, o qual põe em realce a inocên­cia de Resistencia e o inequívoco caráter per­secutório da atitude governamental (31). Es­se comunicado foi publicado pelas diversas TFPs um pouco por toda parte, em toda a América do Sul. 

Declaração de inocência

A batalha prosseguiu, entretanto, jun­to ao Poder Judiciário, onde tramitavam vá­rios processos de caráter penal, civil e admi­nistrativo em que Resistencia e o Bureauora eram autores, ora réus. Os mais importantes eram duas averiguações penais, que termina­ram, ambas, inocentando completamente Resistencia. A primeira dessas vitórias se concre­tizou em 19 de dezembro de 1984, quando a Procuradoria (Fiscalía) Geral da Nação desis­tiu de formalizar recurso à Corte Suprema de Justiça contra a sentença absolutória das instâncias inferiores, com o que foi encerrada a investigação originada da primeira vis­toria na sede da entidade – em agosto de 1984 – por não existir nada que indicasse a prática de qualquer delito por parte dos mem­bros da associação.

No segundo processo penal houve mui­tas delongas e vicissitudes; finalmente, no dia 30 de dezembro de 1985, o Juiz do 14° Juiza­do Criminal de Primeira Instância do Distri­to Federal, Dr. Saúl Ron Braasch, declarou terminada a averiguação judicial "por não se revestirem de caráter penal os fatos denuncia­dos". E no dia 15 de maio de 1986 o Juiz do 10° Juizado Superior Criminal proferiu senten­ça definitiva, que confirmou a decisão de pri­meira instância, declarando que a ação penal estava extinta por se tratar de coisa julgada.

Era o veredito inapelável da Justiça, mostrando que a atroz perseguição movida pelo Governo Lusinchi carecia de qualquer fundamento. 

Exílio

Mas, como se compreenderá facilmente à vista dos fatos acima narrados, considerando o procedimento violento e arbitrário do go­verno, os militantes de Resistencia se sentiram privados do benefício das garantias legais con­feridas aos cidadãos venezuelanos pela consti­tuição. E entenderam ser preferível deixar sua Pátria querida, à espera de dias melhores em que pudessem retornar para servir nela a cau­sa da civilização cristã. Em conseqüência, estão eles hoje colaborando, em sua grande maioria, com as TFPs de outros países. 

Asociación Civil Resistencia

Presidente: Francisco Dorronsoro Basterrica

Vice-Presidente: Francisco Berrisbeitia Hernandez  

Notas:

(1) Editado pelo Grupo Tradicio­nalista de Jóvenes Cristianos Ve­nezolanos.

(2) Ver cartas do Encarregado de Negócios do Chile, sr. Gusta­vo Valdivieso ("La Verdad", 10 e 17-11-67) às quais respon­deu o sr. Fábio Vidigal Xavier da Silveira pelo mesmo órgão (em 9-3-68).

(3) Cfr. "La Verdad", Caracas, 28-11-68; "El Nacional", Cara­cas, 9-11-68.

(4) Cfr. "La Verdad", 23-11-70.

(5) Cfr. "La Verdad", 22 a 25-11-71.

(6) Cfr. "El Nacional", 23-1-73.

(7) Em 11 e 12-3-73.

(8) Em 28-8-73, 9 e 10-9-73.

(9) Cfr. "2001", Caracas, 7-8-73.

(10) Cfr. "El Mundo", Caracas, 29-11-73, e outros.

(11) "El Universal", Caracas, 29-4-74.

(12) Cfr. "Ultimas Noticias", 5-12-73, e outros.

(13) Cfr. "El Nacional" e "Ultimas Noticias", 14-8-74; "El Universal" e "El Mundo", 19-8-74.

(14) Cfr. "El Nacional", 3-9-74; "Ultimas Noticias", de 3-9-74; "El Universal", 4-9-74; "2001", 5-9-74 e "El Mundo", 6-9-74.

(15) Cfr. "El Universal", Caracas, 18-4-75.

(16) Cfr. "El Universal", 9-10-76.

(17) "El Nacional", 19-3-77.

(18) Cfr. "El Mundo", 11-4-77; "El Universal", 12-4-77; "El Nacional", 21-4-77.

(19) Cfr. "El Nacional", Caracas,  4-7-77; "El Mundo", Caracas, 15-7-77; "El Universal", Caracas, 16-7-77; "Panorama", Maracaibo, 18-7-77; "El Impulso", Barquisimeto, 18-7-77.

(20) Cfr. "El Nacional", 20-10-77; "El Mundo", 21-10-77; "El Universal", 23-10-77.

(21) 50 mil exemplares nas principais cidades.

(22) Cfr. "La Religión", 29-10-77 e 5-11-77.

(23) Cfr. "El Universal", 13-11-77; "El Nacional", 14-11-77; "El Mundo", 15-11-77.

(24) Cfr. "El Universal" e "El Mundo", ambos de 30-11-78.

(25) Cfr. "El Universal", Caracas, 1º-7-79; "El Mundo", Caracas, 2-7-79; "El Nacional", Caracas, 3-7-79; "Panorama", Maracaibo, 4-7-79.

(26) Publicada em "El Mundo", 16-4-80; e em "El Universal", 17-4-80.

(27) Cfr. "El Universal", 21-3-81; "El Mundo", 24-3-81.

(28) Cfr. "El Universal", 9-11-83.

(29) Publicado em "Resistencia en 30 dias"; "El Universal" e "El Mundo", 26-6-84, e difundido em campanhas de rua.

(30) "El Universal", Caracas, 17-11-84.

(31) "Folha de S. Paulo", 14-11-84; e "A Tribuna", São Carlos (SP), 25-11-84. Resumo do comunicado foi divulgado pe­la France Press em despacho de 16-11-84; "Folha de S. Pau­lo", 16-11-84; "Jornal da Ba­hia", Salvador, "Última Hora", Rio e "Jornal do Brasil", Rio, todos em 17-11-84; "Diário de Pernambuco", 18-11-84; "O Es­tado do Paraná", 20-11-84; "O Dia", Rio, "Tribuna do Cea­rá", Fortaleza, "Correio Bra­ziliense", todos em 21-11-84; "A Tarde", Salvador, 24-11-84; "Jornal do Comércio", Recife, 25-11-84; "Diário do Povo", Campinas (SP), 28-11-84; "O Jornal", Uruguaiana (RS), 29-11-84.

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